Saiba como fazer doações às vítimas da forte chuva em Alegre
A Polícia Federal está recebendo alimentos não-perecíveis, material de higiene, água, roupas e cobertores em cinco pontos de doações no Espírito Santo
Após o temporal que deixou uma pessoa morta, centenas de desalojados e um rastro de destruição em Alegre, na Região do Caparaó do Espírito Santo, a população e instituições se mobilizam para arrecadar doações aos moradores do município e, dessa forma, tentar amenizar um pouco o sofrimento de quem perdeu tudo.
Uma dessas instituições é a Polícia Federal, que mobiliza uma campanha para ajudar às vítimas do Sul do Estado. A corporação disponibilizou cinco pontos de doação, no Espírito Santo, para receber donativos.
As doações podem ser feitas na Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo, em São Torquato, Vila Velha; na Delegacia de Imigração, no Shopping Praia da Costa, também em Vila Velha; no Plantão do Aeroporto de Vitória; e nas delegacias da PF em Cachoeiro de Itapemirim e em São Mateus.
A PF está recebendo alimentos não-perecíveis, material de higiene, água, roupas e cobertores. Contato com a corporação pode ser feito pelos números 3041-8051 e 3041-8029.
Também estão sendo feitas campanhas de doação dentro do próprio município. É o caso da mobilização feita pela igreja matriz de Alegre, que está recebendo produtos de higiene pessoal, limpeza e alimentos.
Podem ser doados produtos como creme dental, escova de dente, absorventes, papel higiênico, sabão em pó, sabão em barra, palha de aço, detergente, canjica, trigo, fubá, arroz, feijão e óleo. As doações podem ser feitas no centro de pastoral.
"A situação das famílias em Alegre, com 230 famílias desabrigadas, nos obriga a fazer algo. Não podemos ficar de braços cruzados e, por isso, estamos recebendo doações aqui. Estamos precisando ainda de água, muitas famílias estão sem água potável. Precisamos de açúcar para as nossas cestas básicas, que estamos montando. Precisamos também de materiais de limpeza em geral. Essas famílias precisam de ajuda e nós estamos recebendo doações. Quem puder, pode trazer aqui, ao lado da Igreja Matriz, em Alegre", frisou o padre Juliano Ribeiro.
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) também receberá doações para ajudar a população do município. A instituição pede para que sejam doadas cestas básicas, no valor de R$ 79. As doações podem ocorrer via transferência bancária, por Pix ou pelo PicPay.
Mobilização entre amigos de infância
Há também pessoas que se mobilizam, voluntariamente, para ajudar quem precisa. O empresário Júlio Duarte, que nasceu e morou em Alegre até os 17 anos, iniciou uma campanha com um grupo de amigos de infância do município.
Ele conta que, inicialmente, havia pedido ajuda para os moradores de Petrópolis, no Rio de Janeiro, que também tem sofrido com as consequências das fortes chuvas.
Horas depois, os mesmos amigos enviaram, em um grupo de conversa do WhatsApp, imagens dos estragos causados pela chuva em Alegre e pedidos de socorro.
"A gente tem lá um grupo de amigos de infância — saí de lá tem muitos anos — e eu mandei mensagem para eles pedindo uma ajuda para o pessoal de Petrópolis. Tenho uns amigos militares no Rio e eles estavam se mobilizando. Então, através do WhatsApp, a gente mandou mensagem no grupo e conseguiu fazer uma ajuda para eles. Mais tarde, infelizmente, quem precisou de ajuda foi o pessoal de Alegre", contou o empresário.
Júlio começou então uma nova mobilização. Até o final da tarde desta quinta-feira, ele havia arrecadado 50 cestas básicas, 60 fardos de água mineral, material de limpeza, roupas e colchões.
"Muita água, muita roupa. Recebemos uns produtos de limpeza, tem 50 cestas básicas para entregar amanhã de manhã. Então, graças a Deus, o pessoal tem colaborado bastante", disse.
Nesta sexta-feira (18), Júlio vai levar os donativos para a cidade natal, mas vai continuar arrecadando. Quem quiser ajudar, pode levar os mantimentos para o ponto de arrecadação, localizado na Rua Inácio Higino, 560, na Praia da Costa, em Vila Velha, no Instituto Múltiplos.
Quem preferir, pode também fazer uma transferência, em dinheiro, por meio do Pix, para o número de celular (27) 99762-8877.
Chuva resultou em morte e destruição em Alegre
A chuva em Alegre deu uma trégua nesta quinta-feira (17), mas os impactos do temporal que atingiu o município ainda são sentidos por moradores. Ruas, casas, comércios e até a unidade de saúde foram tomadas por enchentes e muita lama.
Durante o temporal da tarde de quarta-feira, um homem morreu após ser atingido por um muro, que caiu sobre a casa dele. José Luiz Albani era funcionário aposentado do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e já tinha sido secretário de Agricultura do município.
Em um comunicado divulgado nas redes sociais, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) informou que o muro que causou a morte do aposentado circunda o campus de Alegre. A universidade lamentou o ocorrido e informou está prestando toda assistência aos familiares.
Também na quarta-feira, uma casa do bairro Guararema, que fica próximo ao córrego que passa pela região, foi invadida pela água suja. Com medo do pior, o morador saiu da residência e foi se abrigar na casa de amigos.
Nesta manhã, ao retornar para casa, o proprietário se deparou com o imóvel totalmente sujo de lama e ainda com água. Além da sujeira, móveis e eletrodomésticos foram destruídos pela enchente.
Amigos foram até o local, para ajudar o homem a limpar toda lama que estava nos cômodos. Por conta do volume de água suja, uma parede teve que ser quebrada para ajudar na evacuação da água.
Com um desabamento que ocorreu na parte alta do bairro, muita lama foi parar nas ruas. Além das casas, os comércios foram atingidos pela enchente e comerciantes perderam muitas mercadorias.
A unidade básica de saúde do bairro também foi afetada. Funcionários realizaram a limpeza do local, com intuito de receber os moradores que buscarem atendimento.
De acordo com o boletim mais recente, divulgado pela Defesa Civil estadual, atualmente 291 pessoas estão fora de suas casas em Alegre, sendo 287 desalojadas — vivendo na casa de parentes e amigos — e quatro desabrigadas — dependendo de abrigo providenciado pela prefeitura.
Leia também:
>> Casagrande viaja para Alegre após temporal causar morte e destruição no município
>> Mortes, ferido e mais de 230 fora de casa após fortes chuvas no ES