ES registra o maior número de afogamentos dos últimos 10 anos
Durante o ano passado, ocorreram 168 mortes por afogamento no Estado, e apenas nos 14 primeiros dias de 2024 oito mortes já aconteceram no Espírito Santo
O Espírito Santo registrou oito mortes por afogamento nos 15 primeiros dias de 2024, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
De acordo com os dados da Sesp, do total, 3 aconteceram em praias, outros 4 em lagos e represas e um último, ainda não foi identificado.
O número, atualmente, corresponde à metade de óbitos registrados em todo o mês de janeiro de 2023. Durante o ano passado, 168 pessoas perderam a vida em afogamentos no Estado.
Em 2023, o Estado registrou o maior número de afogamentos dos últimos 10 anos: foram 168 mortes. No ano anterior, foram 165 óbitos. De acordo com a Sesp, a análise de dados por afogamentos teve sua metodologia alterada em 2016.
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Via de regra, a maioria dos afogamentos acontece durante o período de verão, férias escolares e alta temporada, entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, podendo se estender até março, mas os casos perduram durante todo o ano.
Prevenção de afogamentos
Afogamentos são a segunda principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes de até 14 anos.
De acordo com capitão Gabriela Andrade, coordenadora do projeto "Bom Peixinho", do Corpo de Bombeiros Militar, cerca de 45% dos afogamentos acontece durante este período do ano por conta do alto fluxo de banhistas nas praias.
Ela alerta que pais e responsáveis precisam ficar atentos aos filhos em momentos de lazer em praias e outros locais.
"O que a gente vê muito é muitos pais sentam nos quiosques ou no guarda-sol e começam a ingerir bebida alcoólica e acaba pecando no cuidado, na atenção a essas crianças. Então a gente orienta, porque essas crianças, devido à curiosidade natural da idade, se expõem muito mais ao risco, então os pais devem estar 100% atentos a uma distância de segurança de um braço esticado", disse.
Ainda de acordo com ela, a distância de um braço é fundamental, e mais uma coisa: é necessário estar atento a sinais de perigo, como águas muito profundas para as crianças.
"Água no umbigo, sinal de perigo. Quer segurança? Um braço de distância do seu filho".
Manueli Ramos Monteiro, de 10 anos, é uma das alunas do projeto e relata que as instruções são de extrema importância para aproveitar a praia.
"Eu estou achando muito legal, porque a gente está aprendendo muito mais coisas, porque tem gente que às vezes esquece um pouco. Eu sei nadar, e minha mãe sempre fica perto da água para eu não me esquecer dela. Ás vezes ela me chama, se eu estiver muito longe".
Importância de aprender a nadar
Para aprender a nadar não existe idade, mas profissionais recomendam que as aulas comecem ainda na infância, e é isso que o Murilo Hardt, de 4 anos, tem feito. O garoto já é quase independente dentro da água.
A mãe do menino, Isabela Hardt, conta que as aulas são essenciais, uma vez que o pequeno é muito atraído por piscinas e água no geral.
"Ele sai correndo antes de todo mundo, quer entrar na água mesmo sozinho, tem muita coragem, então a gente tem que precaver antes. A gente tem que ficar ligado antes, porque ele vai correr sozinho para a água. Se estiver em um churrasco e tiver uma piscina, ele vai querer pular na água".
Para o professor de natação Luciano Machado Franco, aprender a nadar não é apenas uma forma de se manter seguro na água, mas também de ganhar autonomia.
"A natação é para todas as idades, de zero aos 100 anos é extremamente importante para o indivíduo ter o mínimo de noção do que tem que fazer, como se movimentar, a mobilidade dele dentro da água, isso é extremamente importante, então é importante neste período o indivíduo buscar um profissional, um espaço adequado para aprender a nadar"
*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record
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