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'Cabe aos pais a vigilância no ambiente virtual' diz delegado sobre autores do massacre em SP

O delegado Brenno Andrade, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, alerta para os perigos do ambiente virtual

Marlon Max

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Trecho da conversa em um fórum virtual utilizado pelas atiradores da escola em São Paulo


Os atiradores que mataram 10 pessoas no atentado à escola de Suzano, na Grande São Paulo, na quarta-feira (13),  utilizaram fóruns online para planejar os ataques. O delegado Brenno Andrade, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), alerta para a responsabilidade dos pais em fiscalizar o que os jovens acessam na internet.

Para o delegado, esses fóruns não podem ser inteiramente apontados como fator determinante para atentados como o que ocorreu em São paulo. Ele diz que cabe aos pais monitorar as atividades dos filhos no ambiente virtual.

“Tanto na Constituição Federal, quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente, diz que cabe aos pais o dever de vigilância dos menores. Os jovens precisam ter limite de horário para navegar, e os pais deveriam checar qual conteúdo seus filhos estão acessando”, frisou.

Um debate na internet sobre a influência de jogos na personalidade de adolescentes divide opiniões. Para o delegado Brenno Andrade, alguns jogos podem estimular partes do cérebro e fazer com que os jogadores sejam prejudicados, a´presentando comportamento agressivo e isolamento social. Além disso, o delegado faz uma ressalva quanto ao ambiente no qual está inserido o jovem: "Tudo isso também depende do perfil social da família”, explicou.

O conteúdo publicado em fóruns online como os que Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro frequentavam, permite que o usuário se mantenha anônimo. Segundo o delegado, isso é um fator preocupante e que pode motivar a atividade de grupos extremistas.

“Orientamos nossos filhos para não falarem com estranhos na vida real.  Por que no ambiente digital vamos permitir? Os pais precisam fiscalizar isso”.

Segundo o delegado Brenno Andrade, a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos do Espírito Santo nunca precisou investigar casos como o de São Paulo, mas não descarta a possibilidade de atuar nesse sentido se for acionada por alguma denúncia.