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Especialistas preveem cenário caótico na saúde durante os próximos 15 dias

Médicos afirmam que aumento na taxa de transmissão e ritmo de vacinação são uma das causas para a atual situação do Brasil

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Foto: Diego Simao

Nas últimas semanas, o Brasil tem registrado uma série de recordes no que diz respeito à pandemia onde o número de casos diários tem atingido a marca de 90 mil infectados. Em entrevista ao R7, especialistas afirmam que a falta de uma vacinação em massa e a ausência de um planejamento por parte do Ministério da Saúde, são fatores que contribuem para o atual cenário do país, que pode piorar nos próximos 15 dias, segundo médicos.

De acordo com o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, a situação da saúde no Brasil pode ser comparada a um filme de terror.

“Parece que estamos vivendo um filme de terror. Sempre imaginamos que não vai acontecer nada pior, mas acontece. O alto número de novos casos, como vem acontecendo na última semana, se pressupõe muitos óbitos nas próximas duas semanas”, afirmou.

A deficiência na oferta de medicamentos para a intubação de pacientes é vista como o resultado de um planejamento mal elaborado. “Seria inimaginável em tempos atrás pensar que viveríamos uma situação igual a essa, de faltar fármacos nas UTIs”, apontou o presidente AMB.

Para o infectologista Adauto Castelo Filho, do Hospital Albert Einstein, o país pode chegar a 4 mil mortes diárias nos próximos 15 dias. “Tivemos uma coordenação central completamente desarticulada e um negacionismo complicado e com consequências terríveis para a população. Um número grotesco de pessoas vai morrer”, lamentou o especialista.

Ainda de acordo com o infectologista, o cenário é cruel. “É uma crueldade enorme não ter medicamento. Como o especialista de logística deixa faltar insumos básicos para atendimento da população? A cadeia de insumos colapsou completamente”, exaltou Castelo Filho.

Falta de vacinas

Até o momento, quase 12 milhões de brasileiros já foram imunizados contra o novo coronavírus. Apesar do avanço, o número é considerado baixo para controlar a transmissão do SARS-CoV-2 e das demais variantes.

 “A imagem que melhor descreve a situação que vivemos é aquela que você precisa chegar a algum lugar e passa o cavalo selado na sua frente e você despreza. Foi o que aconteceu julho, agosto do ano passado, quando tínhamos oportunidade de com um mínimo de coordenação e competência, de adquirir uma quantidade de vacinas, que fariam diferença no contágio que estamos hoje”, explicou o infectologista Adauto Castelo Filho.

O presidente da AMB lembra que o atual ritmo de vacinação pode ser um facilitador para o surgimento de novas variantes

“A vacinação está muito lenta, o que pode facilitar o surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2 e precisamos pensar em soluções. É isso que a população quer. Temos de deixar as questões políticas de lado e fazer, agir. Mesmo que deveria ter sido feito antes, faz agora que será melhor de que lamentar o passado”, afirmou.

Pelo fato da vacinação ainda não ser a realidade de muitos brasileiros, César Fernandes defende a prevenção por parte da população como principal ferramenta contra a contaminação do vírus.

“A palavra de ordem para o Brasil é diminuir a transmissão. Só existem duas formas para isso, com vacinação em massa e as restrições sociais. Ninguém está satisfeito com o fechamento das cidades. Mas, sabe a recomendação de nossas avós, dos males o menor? Se não fizermos isso, as mortes continuarão a acontecer”, conclui.

* Com informações do Portal R7