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"Hospitais privados esgotaram sua capacidade de leitos", afirma secretário de Saúde

Nésio Fernandes, em entrevista ao programa Fala Espírito Santo, reconheceu que a situação na rede privada e filantrópica está prestes a colapsar

Foto: Reprodução TV Vitória


Em entrevista ao programa "Fala Espírito Santo", o secretário Nésio Fernandes afirmou que a rede privada e filantrópica de hospitais não têm mais capacidade de atendimento para pacientes graves de covid-19. "Os hospitais privados esgotaram sua capacidade de leitos e já estão trabalhando em sua maioria em 90% e em 100% de ocupação", destacou. 

Ele já havia mencionado que a situação estava crítica na manhã desta quarta-feira (17), quando alertou que a rede privada não possuía mais leitos disponíveis para compra pelo SUS. "Mesmo quem tem dinheiro para comprar um hospital inteiro, com muitos recursos financeiros, corre um grande risco de não ter um leito disponível, caso desenvolva e evolua a uma condição crítica de covid-19", acrescentou. 

A reportagem procurou hospitais da rede privada sobre a ocupação desses leitos. O Hospital Santa Rita, em Vitória, possui, atualmente, 34 leitos de UTI destinados ao tratamento de Covid-19, sendo que 33 encontram-se ocupados no momento. No sul do Estado, o Hospital Evangélico Litoral Sul (HELS), em Itapemirim/ES possui 20 leitos de UTI destinados à covid, sendo que todos estão ocupados.

Fernandes, na entrevista, apelou para que a população se una em torno das medidas preventivas e que respeite as regras que determinam paralisação das atividades não-essenciais e do comércio nas próximas duas semanas no Espírito Santo. "Independente da condição social, toda a sociedade se una nas medidas de pacto pela vida, no uso de máscara, isolamento e distanciamento social e respeitar as regras desses 14 dias de quarentena rígida que nós estamos estabelecendo no Espírito Santo para salvar vidas do povo capixaba", reforçou. 

Situação no SUS

O secretário deu prazo até abril para que o Estado consiga abrir o total de 900 leitos de UTI exclusivos para covid-19, o limite máximo da expansão. De acordo com ele, atualmente não há nenhum paciente em estado grave aguardando vaga. No entanto, se a doença continuar crescendo pode haver um colapso no Sistema Único de Saúde do Espírito Santo. A taxa de ocupação, segundo o painel da Secretaria de Estado da Saúde, estava em 90,09% em leito de UTI.

"Há um crescimento muito grande de pacientes graves, inclusive de pacientes que não são idosos e que não possuem comorbidades. Neste momento, alcançando 91% da ocupação hospitalar, estabelecemos ainda uma estratégia de ampliação de leitos na rede estadual. Porém, é preciso adotar medidas para que a gente não colapse, como aconteceu em outros estados que tardaram na realização de ações", destacou. 

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