Pacientes de Vitória e Vila Velha esperam há dois dias por leitos de covid em pronto-atendimentos
Na Capital, 42 pessoas aguardavam por leitos em hospitais do SUS, sete deles vaga em UTI; em Vila Velha, 29 pacientes também estão na espera
A pressão no sistema de saúde do Espírito Santo, causada pela aceleração no número de casos da covid-19, já é sentida em UPAs e PAs da Grande Vitória. Na capital, há pacientes aguardando por transferência para leitos hospitalares há mais de dois dias. A situação também se repete em Vila Velha.
Na manhã desta terça-feira (30), 42 pessoas estavam internados em Pronto-Atendimentos de Vitória, aguardando por um leito em hospitais do SUS. Deste total, 27 pacientes estão infectados com a Covid-19, vinte precisam de um leito de enfermaria e sete aguardam por um leito de UTI.
A situação não é diferente em outros municípios da Grande Vitória. Em Vila Velha, nesta terça-feira, 29 pacientes aguardavam por transferência para leitos hospitalares no Pronto-Atendimento da Glória. A secretaria de saúde do município não informou o tempo de espera e nem detalhou o número de pacientes que aguardam por leito de UTI.
Porém, até a noite desta segunda-feira (29), quatro pacientes esperavam por transferência para uma UTI e 24 aguardavam por leitos de enfermaria. O município informou que 14 pacientes aguardavam por transferências há mais de 24 horas e que o tempo médio de espera por um leito para internação hospitalar é também de dois dias.
Na Serra, 58 pacientes com covid-19 estão aguardando transferência para leitos hospitalares. No entanto, o município não informou o tempo de espera para as transferências e nem quantos deles precisam de um leito de UTI.
A Prefeitura de Cariacica ainda não informou sobre o número de pacientes internados no PA do Trevo de Alto Laje, que aguardam por transferência para leitos nesta terça-feira (30). Na segunda-feira, o município informou que 32 pacientes estavam internados com quadro gripal, sete deles precisavam de internação em unidades semi-intensivas. Porém, não detalhou quantos deles eram pacientes com covid-19.
Momento crítico
Em entrevista à TV Vitória na manhã desta terça-feira, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, diz que a demora em se transferir os pacientes dos PAs e UPAs para leitos de UTI, na rede hospitalar, está acontecendo por causa da alta de casos e de chamados para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. "O paciente de UTI, no município onde conta com a cobertura das ambulâncias do Samu, tem atendimento mais rápido. Mas a quantidade de chamados já está prejudicando a capacidade de atendimento do Samu e, por isso, a remoção está mais demorada", explicou.
Na ocasião, ele informou que 108 pessoas aguardavam por um leito de enfermaria, sendo que 22% estavam em compasso de espera há mais de um dia na rede dos municípios.
O secretário, mais uma vez, insistiu que toda essa sobrecarga no sistema público é resultado de desobediência de parte da população às regras de distanciamento e isolamento, favorecendo novas infecções pelo coronavírus. "As interações sociais, de maneira insistente, não estão contribuindo para a queda dos casos. Temos uma variante nova no Estado e a ocupação hospitalar não consegue acompanhar a velocidade da transmissão da doença. Estamos chegando em um momento crítico! Vamos ter que passar a triar as pessoas que precisarem de um leito hospitalar", projetou.