Jovem morta esfaqueada pelo padrasto sonhava ser modelo
Angélica Oto, a irmã e a mãe foram esfaqueadas no último domingo em Santa Maria de Jetibá. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local
A jovem morta esfaqueada pelo padrasto em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo, sonhava em ser modelo. No fim do ano passado, Angélica Oto, de 23 anos, fez um ensaio fotográfico em uma agência de Vila Velha.
O fotógrafo e dono da agência All Models Management, Faello, contou que a jovem o procurou em 2018. Desde então, ela pensava em realizar o sonho de modelar.
"Ela me procurou no final de 2018. Fomos conversando durante um tempo. Depois ela sumiu. No fim do ano passado, ela me procurou novamente para fazer as fotos e começar", disse.
Faello contou que a jovem estava se dedicando ao sonho, mas ainda estava nos primeiros passos de uma trajetória interrompida pela morte trágica.
"Ela não chegou a fazer o primeiro trabalho. Estava no processo para se inserir no mercado de trabalho. Já tinha dado o primeiro passo", frisou.
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Veja as fotos de Angélica
Irmãs teriam sido esfaqueadas ao tentar socorrer a mãe
De acordo com a polícia, a mãe de Angélica, Evanilda Oto, e padrasto, Valdeni Plaster, teriam discutido. No meio da confusão, a mulher acabou esfaqueada com um facão.
A vítima começou a gritar para pedir ajuda. Angélica e a irmã, uma adolescente de 14 anos, que moram próximo ao local, ouviram os gritos da mãe e correram para ajudar. Elas também foram feridas.
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Angélica não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já a adolescente estava lúcida quando os policiais chegaram. Ela contou aos militares, com muita dificuldade, que ela e a irmã foram tentar defender a mãe das agressões do padrasto.
Após o crime, o suspeito abandonou a caminhonete na casa de Evanilda e fugiu com a moto de Angélica.
Criança de 8 anos teria presenciado crime
O crime, segundo vizinhos da família, aconteceu na frente de outra filha de Evanilda, uma criança de 8 anos. A criança está aos cuidados dos familiares.
O suspeito foi preso no fim da tarde desta segunda-feira (21). Segundo a polícia, ele estava escondido na casa de parentes. O homem tentava fugir por uma área de mata quando foi cercado pelos militares.
De acordo com o major Cabral, da Polícia Militar, o homem confessou o crime, mas disse não se lembrar dos detalhes.
"Inicialmente ele começou a dizer que estava com algumas dores, que seriam na briga. Aí nós perguntamos: 'mas foi você que desferiu as facadas?'. Ele confessou: 'fui eu mesmo, mas eu não lembro direito'. E nós, a todo tempo, tentamos conversar com ele, para ver se ele nos indicava onde estava a arma do crime. Mas aí ele alegava que não se lembrava de nada", frisou o comandante.
Suspeito não demonstrou arrependimento, diz polícia
De acordo com os policiais, Valdeni confessou o crime, mas disse não lembrar dos detalhes. Ao ser informado da morte da enteada, o suspeito, segundo a polícia, não se mostrou arrependido do crime.
Ainda de acordo com o major Cabral, o suspeito negou que tenha provocado a briga que resultou na morte de uma das enteadas e nos ferimentos causados na irmã e na mãe da vítima. Segundo o policial, Valdeni disse que Angélica era quem inicialmente estava com a faca.
"Ele falou que foi uma briga dentro da casa dele, envolvendo as duas enteadas e a esposa, e que ele acabou entrando no meio daquela briga. Ele tentou se colocar numa posição de que não foi ele que iniciou, de que não foi ele que levou a faca para a briga, mas não conseguia esclarecer muito bem isso. Eram apenas algumas alegações que ele fazia, mas sem conseguir muito bem fundamentar isso", disse.
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