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Peixes mortos são encontrados próximos ao píer de Iemanjá em Vitória

Especialistas alertam para risco de desequilíbrio ambiental e à saúde humana, caso parte da população se alimente dos peixes encontrados mortos

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Diversos peixes foram encontrados mortos próximo ao píer de Iemanjá, no final da Praia de Camburi, em Vitória, na manhã desta terça-feira (7). A causa ainda é desconhecida e a prefeitura investiga o caso.

Sobre o assunto, o professor e ambientalista Luiz Fernando Schettino explicou à reportagem do Folha Vitória que a contaminação por meio de esgoto é sempre uma causa provável, no entanto, ele não acredita que tenha sido esta a motivação neste caso.

“Acredito que seja improvável pelas condições do mar. O esgoto geralmente mata peixe em lagoas ou no caso de obras com fundo lodoso. Mas também não dá para descartar. Na minha opinião pode ter sido ação de algum descarte de produto químico ou mesmo algum ato de pescadores que pescam os peixes grandes e jogam fora os pequenos”, disse.

O ambientalista demonstrou grande preocupação e afirmou que é necessária ação rápida do poder público para averiguar o impacto ambiental causado, além do impacto à saúde, já que alguém pode pegar os peixes para comer e ficar contaminado.

Foto: Divulgação

“A amostragem deve ir para um laboratório. São milhares de peixes mortos, nunca vi algo semelhante”, destacou.

Já para o mestrando em Biologia Animal, Daniel Motta, o dano pode ter sido de fato causado por esgoto.

“A principal causa, aparentemente, pelo histórico da região, seria a poluição por esgoto. O aumento dessa carga de esgoto, combinado com muitos dias sem chuva e maré seca, diminui os níveis de oxigênio dissolvido na água e, com isso, os peixes que contam com respiração somente aquática não conseguem realizar a troca gasosa (de gás carbônico por oxigênio) e acabam indo a óbito”, esclareceu.

Segundo ele, caso parte da população se alimente desses peixes, há potenciais riscos de contaminação, já que muitas substâncias nocivas ou microorganismos podem estar presentes nos tecidos desses peixes. “Ao nos alimentarmos, podemos contrair várias doenças como hepatite A e gastroenterite”, acrescentou Motta.

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Em relação ao desequilíbrio ambiental, o biólogo explica que pode ocorrer de forma local, uma vez que a mortandade dos peixes pode afetar a cadeia alimentar que se encontra na região.

Procurada, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que o setor de Fiscalização esteve no local para averiguação e constatou que o episódio ocorreu por conta de descarte irregular realizado. A Semmam monitora a situação e faz investigação sobre o acontecido.

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