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Justiça mantém júri popular de motorista envolvido em acidente que matou jovem no ES

O motorista Wagner Nunes de Paulo, envolvido no acidente que matou e atropelou Amanda Marques Pinto, em abril de 2021, responde em liberdade

Foto: Montagem / Folha Vitória

A Justiça do Espírito Santo manteve a decisão e vai realizar o júri popular de Wagner Nunes de Paulo, motorista apontado como responsável por atropelar e matar a jovem Amanda Marques Pinto, de 20 anos. O caso aconteceu no dia 17 de abril de 2021, na rodovia Darly Santos, localizada em Vila Velha. 

Amanda estava na motocicleta que o namorado, Matheus Jose Silva, de 23 anos, conduzia. Ele ficou ferido, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória.

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Wagner estava preso desde o acidente. Em agosto de 2023, no entanto, ele foi solto por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, desde então, responde em liberdade.

A Justiça decidiu, em 2022, que o motorista iria para júri popular. Entretanto, a defesa do réu apelou à segunda instância para desclassificação da pronúncia. 

Ele foi indiciado pelo Ministério Público por homicídio doloso, qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e  homicídio doloso tentado, qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima. 

Para a defesa de Wagner, as denúncias deveriam ser mudadas para homicídio culposo – quando não há intenção de matar –  e lesão corporal.

Em decisão divulgada na última quarta-feira (13), o desembargador Ubiratan Almeida Azevedo afirmou que “o pedido de desclassificação, na fase de pronúncia, não encontra agasalho nos autos”. 

“Há elementos que validam a versão apresentada pelo Ministério Público Estadual, de que houve extrapolação do dever de cuidado, ínsito aos crimes culposos, em especial, se considerando que o réu conduziu veículo automotor, após ingerir bebida alcoólica, imprimindo velocidade acima da máxima permitida, e pondo em risco os demais motoristas e pedestres, que trafegavam pela via”.

O desembargador também descreveu que “compete ao Tribunal do Júri, juiz da causa, solucionar a controvérsia se o réu atuou com culpa consciente, ou dolo eventual”. 

Por fim, destacou que “não é o caso, uma vez que há indícios suficientes, apontando que o réu, com seu agir, impossibilitou a defesa dos ofendidos”. 

O advogado Fábio Marçal, advogado da família de Amanda e assistente de acusação no caso, afirmou que a decisão da Justiça corrobora com a gravidade do caso. 

Há anos que a família sofre com essa tragédia e é necessário que haja a responsabilização. A Justiça capixaba, ao manter o júri, dá exemplo. Iremos buscar os meios para que a sociedade verifique que não há impunidade. Não é possível acabar com toda uma família assim e achar que está tudo bem”, disse Marçal.

O que diz a defesa de Wagner? 

Ao ser procurada pelo Folha Vitória, a defesa de Wagner destacou que respeita a determinação do TJES, porém, não deixa de “expressar a preocupação com alguns aspectos do processo que, no entendimento, não foram esclarecidos”. 

“Diante disso, informamos que oporemos o recurso cabível com o objetivo de obter os devidos esclarecimentos sobre esses pontos. Estamos comprometidos em buscar, por todas as vias legais disponíveis, uma revisão da decisão que reflita de maneira precisa e justa os méritos do caso em questão”, narra. 

Além disso, é destacado que, caso o Tribunal mantenha a decisão atual, eles estão preparados para levar a questão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, “se necessário, ao Supremo Tribunal Federal (STF)”. 

“Nosso objetivo é assegurar que o resultado seja coerente com os princípios de justiça e equidade, essenciais ao Estado Democrático de Direito. A defesa de Wagner Nunes de Paulo está plenamente engajada em demonstrar, através das ferramentas pertinentes, a necessidade de uma revaloração das provas e argumentos apresentados, confiante de que a justiça prevalecerá”, finaliza. 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória