Luz no mar: entenda fenômeno que surpreende banhistas em praias de Vitória
Evento foi registrado em praias como Ilha do Frade e Guarderia. Fenômeno é causado por dinoflagelados bioluminescentes e pode causar risco à saúde
Água radioativa? Poluição? Não! Nos últimos dias, um fenômeno raro chamou atenção em algumas praias da baía de Vitória, como Ilha do Frade, Guarderia, gerando muitas dúvidas e comentários de internautas.
Durante a noite, moradores e visitantes registraram o aparecimento de luzes azuis ao encostar nas águas da praia. O acontecimento, considerado mágico por quem assiste de perto, encantou o público.
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O influencer capixaba Renan Mendes registrou o fenômeno cinematográfico e viralizou nas plataformas digitais.
Veja o vídeo:
Devido à curiosidade, os passeios de remo e mergulhos no litoral durante à noite passaram a ser a atração do momento nas redes sociais. Mas, o que causa esse fenômeno?
Dinoflagelados
Segundo Daniel Gosser Motta, biólogo e mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a explicação mais provável é que o evento seja desencadeado por uma espécie de dinoflagelado, um tipo de microalga que, em sua maioria, é encontrado em ambientes marinhos e faz parte do fitoplâncton.
"Essa espécie de dinoflagelado possui a proteína luciferina, que está presente em todos os seres vivos bioluminescentes, como, por exemplo, o vaga-lume. A bioluminescência acontece quando a enzima luciferase reage com a luciferina, o oxigênio, e a molécula ATP (que garante a liberação de energia para as células dos seres vivos)".
Assim, ainda de acordo com o especialista, a partir da perturbação da água por ondas, natação ou remadas, os dinoflagelados emitem luz como resposta para afugentar possíveis perigos, como predadores.
Fenômeno faz mal à saúde?
Acerca dos riscos dos plânctons bioluminescentes para a saúde humana, o biólogo destacou que os dinoflagelados produzem toxinas. Por isso, é preciso estar alerta.
"Esse fenômeno é muito bonito de se ver. Mas, os dinoflagelados são potenciais produtores de toxinas que inibem o crescimento e a reprodução de outros organismos aquáticos, além de poderem causar problemas à saúde humana. Algumas espécies podem produzir uma neurotoxina chamada saxitoxina, que afeta o sistema neural, causando desde uma paralisia ou até a morte, dependendo da concentração disponível na água", finalizou.
*Sob revisão do editor Gabriel Barros.