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Professor cria "Banco Imobiliário Capixaba" e é finalista de Olimpíada de Matemática

Thiago de Pádua Rosa, de 35 anos, está entre os 20 finalistas da primeira edição da Olimpíada Brasileira de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr)

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O educador capixaba Thiago de Pádua Rosa, de 35 anos, está entre os 20 finalistas da primeira edição da Olimpíada Brasileira de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr). 

Natural de Guaçuí, no Sul do Estado, Thiago é reconhecido por adotar abordagens inovadoras para o ensino da disciplina. 

Entre elas está o “Banco Imobiliário Capixaba”, jogo que relaciona Matemática com história e cultura do Estado. 

“Meu objetivo como professor é derrubar o tabu de que a Matemática é uma disciplina difícil. Não é. Aprender Matemática é divertido e pode se tornar cada vez mais fácil à medida que transformamos a forma de apresentar os conteúdos.”

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A metodologia desenvolvida pelo professor Thiago, apelidada de "Banco Imobiliário Capixaba", surgiu de uma necessidade de facilitar o aprendizado em matemática e despertar o interesse dos alunos pela disciplina.

“Meu objetivo é derrubar o tabu de que a matemática é uma disciplina difícil. Não é. Aprender matemática é divertido e pode se tornar cada vez mais fácil, à medida que nós, professores, transformamos a forma de apresentar os conteúdos”, conta ele.

Thiago pontuou ainda que é preciso conhecer as necessidades de cada aluno e aperfeiçoar as técnicas de ensino para garantir uma aprendizagem universal na sala de aula.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

“Se debruçar sobre apostilas de exercícios para aperfeiçoar seus conhecimentos matemáticos pode ser empolgante para alguns alunos e extremamente cansativo e chato para outros. Então, não adianta forçar aquele aluno que não gosta da matemática ou tem dificuldade em aprender a disciplina a fazer exercícios, repetidamente, como treino. É preciso ir além, buscando formas de atrair a atenção desse aluno”, afirmou.

O “banco imobiliário capixaba” envolve matemática financeira, história e cultura do Espírito Santo, e funciona como uma válvula de escape quando o professor identifica que um conteúdo matemático está se tornando cansativo para os alunos. 

“Sempre que vejo que a aula está se tornando cansativa, reservo um momento para estimulá-los a trabalhar em grupo e continuar aprendendo a matemática de forma diferente, jogando. O banco imobiliário capixaba é um dos jogos que utilizo para relacionar matemática com outros assuntos de interesse dos alunos, fazendo com que eles venham para a aula de matemática mais empolgados e interessados”, disse.

A brincadeira é uma versão regionalizada do famoso jogo de tabuleiro, que traz uma imersão aos encantos do Estado. 

Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal
“Nesta adaptação, destacamos os tradicionais pontos turísticos do Estado, fazendo uma relação com nossa história e cultura local, e as empresas existentes no nosso meio, que refletem a dinâmica da econômica local.”

A Matemática está presente no jogo, desde a contagem de dados até as estratégias de negociação na compra e venda de terrenos, imóveis e serviços. Além disso, as cédulas usadas no jogo são estampadas com rostos de renomados matemáticos, o que possibilita que os alunos aprendam também sobre a história da disciplina.

“A aplicação de conceitos matemáticos acontece desde a mensuração de distâncias entre as propriedades até a análise financeira de transações imobiliárias."

As empresas locais, presentes no jogo, adicionam uma camada de realismo e identificação cultural, aproximando os alunos do cenário econômico regional.

Além disso, os estudantes são incentivados a tomar decisões estratégicas baseadas em probabilidades ao lançar os dados e calcular os riscos envolvidos em cada movimento do jogo. 

Professor de destaque no Brasil 

A forma de enxergar o ensino da Matemática e o empenho em criar metodologias inovadoras em sala de aula colocou Thiago entre os professores de Matemática de destaque no Brasil. 

Ele participou das três etapas de avaliação da OPMBr: uma prova, uma apresentação em vídeo, ilustrando o trabalho desenvolvido, e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, membro do Conselho Acadêmico da OPMBr.

Os dez premiados na categoria ouro só serão conhecidos no dia 27. "Além de Thiago, há representantes de diversos outros estados do país como Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul”, explicou o membro do Conselho Executivo da competição, Adauto Caldara. 

Prêmio inclui intercâmbio 

Como prêmio, os dez primeiros colocados participarão, em outubro, de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias, em Xangai, para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China. 

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O país figura sempre entre os de melhor desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), avaliador do ensino nas áreas de Matemática, Ciências e Leitura.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Classificação do Brasil 

A baixa classificação do Brasil no ranking do PISA foi o fator motivador da criação da Olimpíada. 

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”O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último PISA, divulgado no final ano passado, considerando os resultados da área de Matemática. Por outro lado, faz parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da Internacional Mathematical Union – IMU) com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente”, ressaltou Adauto.

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Livro de jogos em sala de aula

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Thiago de Pádua atende alunos do Ensino Fundamental e Médio, do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e universitários da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Segundo ele, a ideia de criar o "Banco Imobiliário Capixaba" surgiu da convicção de que a Matemática é uma jornada vibrante que pode ser explorada de formas inusitadas. 

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Além do jogo, o professor também criou um livro que funciona como um guia prático, para que outros educadores possam replicar as ideias, ensinando Matemática por meio de jogos em sala de aula.

“O livro é dividido por temas matemáticos e cada um deles traz uma ideia de jogo ou brincadeira que o professor pode usar para sintetizar a aprendizagem dos alunos, após o conteúdo ter sido explicado em sala de aula”, conta.

Thiago ressaltou que os jogos e brincadeiras não substituem os exercícios, mas propiciam um ambiente mais acolhedor, inclusivo e divertido para o ensino e aprendizagem da Matemática.

“É um trabalho de formiguinha, mas acredito que partir do momento que o aluno começa a vir para aula de matemática mais interessado, animado e com boa vontade, todo o processo de ensino e aprendizagem se torna mais fácil. Por isso, entendo que o grande desafio dos professores é descobrir como fazer este aluno vir para aula de matemática mais animado e gostar do que é trabalhado e ensinado em sala de aula”, finalizou. 

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