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Bactéria é encontrada em dois novos pontos de creche contaminada por surto

Segundo gerente de vigilância em saúde do Estado, foi constatada E.coli em uma das torneiras do refeitório e no reservatório de água do chafariz

Foto: TV Vitória
Bactéria foi encontrada na torneira do refeitório e no reservatório de água do chafariz da creche

O gerente de vigilância em saúde do Estado, Romildo Andrade, confirmou que a bactéria E.coli foi encontrada em uma das torneiras do refeitório e no reservatório de água do chafariz da creche Praia Baby, em Vila Velha, onde ocorreu um surto de gastroenterite no mês passado.

Até então, a presença da bactéria havia sido detectada somente em um fábrica de cerveja artesanal, que funcionava de forma irregular nos fundos da creche, localizada na Praia da Costa. Amostras de E.coli encontradas na creche foram enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para análise.

Dois dos 19 alunos atingidos pelo surto de gastroenterite podem ter sido contaminados pela forma mais grave da E.coli. Além disso, cinco funcionários tiveram gastroenterite. Foram registradas ainda 13 contaminações indiretas.

A informação sobre os dois novos pontos onde foi constatada a presença da bactéria foi divulgada durante uma reunião extraordinária da Comissão de Defesa da Cidadania da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (16). Também participaram da reunião representantes da instituição de ensino, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), da Vigilância Sanitária Estadual, além de pais de alunos.

O secretário de Saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro de Assis Junior, também foi convidado, mas não compareceu. Ele será chamado novamente para a reunião da próxima terça-feira e, caso não participe, será convocado para depor numa CPI.

Foto: Divulgação/Ales
Reunião da Comissão de Defesa da Cidadania da Assembleia Legislativa foi realizada nesta terça-feira

Durante a reunião, os membros da comissão criticaram a forma como as secretarias Municipal e Estadual de Saúde, por meio das respectivas Vigilâncias Sanitárias, trataram o caso. Para eles, a demora na interdição da creche e emissão do laudo, a falta de comunicação e o despreparo para lidar com o problema prejudicaram as crianças, que não conseguem frequentar as aulas.

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A unidade de ensino ainda está interditada pela Vigilância Sanitária. Além disso, escolas do município se recusam a matricular crianças oriundas do estabelecimento, temendo o risco de contaminação.

“Os órgãos responsáveis fracassaram em suas responsabilidades por serem omissos e despreparados. A situação tomou proporções desnecessárias e o sensacionalismo em torno dela está submetendo as crianças à segregação”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD).

Descaso

A creche Praia Baby alega que contatou a Vigilância Sanitária de Vila Velha no dia 23 de março, logo após constatar que alguns alunos apresentavam comportamento anormal, mas que o atendimento por parte do órgão só ocorreu no dia 1º de abril.

“Não tivemos respaldo por parte da prefeitura. Faltou informação e atendimento. Não houve preocupação em eliminar o problema e liberar o local para que volte a funcionar com segurança. A creche continua fechada, com as crianças em casa”, afirmou Renan Salles, representante da Praia Baby.

Já Romildo Andrade alegou que a Sesa foi contatado pela Secretaria de Saúde de Vila Velha no dia 23 de março e no dia 26 foi recomendada a suspensão das atividades. A coleta de materiais para análise foi realizada no dia 27 e o local interditado no dia 1º de abril.

“A Secretaria realizou todos os procedimentos necessários diante do quadro que se apresentava. A interdição da creche não ocorreu antes porque detectamos apenas cinco crianças doentes”, esclareceu Romildo.