Com pandemia do coronavírus, estoques dos bancos de leite na Grande Vitória estão críticos
Estoque no Hospital das Clínicas, em Vitória, e no Himaba, em Vila Velha, estão abaixo do necessário para atender os bebês que necessitam do leite materno
A pandemia do novo coronavírus, além de todos os impactos causados diretamente à população, também trouxe dificuldade para os bancos de leite do Espírito Santo manterem seus estoques em dia. Isso porque muitas mulheres acabam não doando o material, com medo de contraírem o vírus.
No Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), também conhecido como Hospital das Clínicas, em Vitória, a situação é preocupante. Atualmente o hospital tem 23 bebês que precisam das doações de leite materno. Segundo a coordenadora do banco de leite do Hucam, Mônica Pontes, o estoque atual conta com 175 litros do material, mas a meta é chegar aos 300 litros. Só assim, segundo ela, a unidade conseguirá atender 100% das crianças.
"Nós estamos com um estoque de 175 litros, sendo que a nossa realidade era de 300 litros estocados. Então nós já conseguimos ter uma melhora na arrecadação, mas ainda precisamos muito da colaboração das doadoras", frisou.
A coordenadora diz que todos os dias tem contato direto com as crianças que precisam do leite materno, e sabe que não tem como atender a todas elas. Por isso, faz o pedido para que mães que estejam amamentando realizem doações.
"Nós fazemos um apelo a toda mulher que estiver amamentando. Leite humano é um produto valioso, é o melhor alimento para os bebês saudáveis e principalmente para os bebês que estão internados. Então a gente faz um apelo à sociedade: se está amamentando, se tem leite em excesso, não despreze. Ligue e guarde esse leite, fazendo uma doação para o banco de leite".
Sobre o medo que algumas mães têm de serem contaminadas pelo coronavírus durante o processo, Mônica garante que as doações são realizadas com total segurança e que as doadoras sequer precisam sair de casa.
"Todo nosso processo de segurança é altamente rigoroso. Independente da pandemia, nós sempre utilizamos gorro, luva e máscara para manusear o leite humano, e o usuário também é protegido dessa forma. Então não tem risco nenhum de contaminação. O frasco é higienizado com álcool a 70%, na chegada da doação e quando chega dentro do banco de leite, e elas recebem todo um kit esterilizado do vasilhame para doar", explica.
A médica Mariana Lacerda Reis conta que, mesmo em casa durante a quarentena, não deixa de doar leite materno. Isso depois de conhecer de perto a realidade de crianças internadas, que dependem das doações.
"Você conhecer a realidade de dentro do hospital, onde várias mães não conseguem ter leite. Os bebês ficam internados na Utin e necessitam desse leite de doação e que, muitas vezes, é insuficiente para tanto bebê", ressaltou.
A médica afirmou ainda que a pandemia do novo coronavírus motivou ainda mais ela a doar o leite. "Principalmente em tempos de pandemia, porque com certeza a quantidade de doação cai. A amamentação não é uma tarefa fácil, mas é muito prazerosa, e a doação é ainda mais prazerosa, porque a gente sabe que a gente está fazendo um bem maior para outras pessoas", frisou.
Himaba
Outro hospital que também pede doações do leite materno é o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.
O banco de leite humano da unidade, segundo a direção do hospital, precisa de 70 litros para suprir as necessidades de 30 crianças internadas. No entanto, atualmente conta com apenas seis litros.
Quem quiser doar leite materno para o Hucam, deve entrar em contato com a unidade, pelos telefones 3335-7515 ou 99271-9190. Já para fazer a doação no Himaba, o telefone é 3636-3151.
Para doar, basta a mulher estar em fase de amamentação. As coletas são feitas nas residências, com horários previamente agendados.
Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV