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'Tudo o que chega está sendo feito', diz Casagrande sobre testes de coronavírus no ES

O governador afirmou, durante coletiva nesta sexta-feira, que o Lacen realiza 400 testes de covid-19 por dia. No entanto, à TV Vitória, secretário de saúde disse que a média de testagem diária é a metade

Foto: Divulgação

O governador Renato Casagrande garantiu que o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) realiza todos os testes por biologia molecular — o chamado PCR — que tem disponível. Atualmente o laboratório tem capacidade para fazer 400 testes por dia.

“O laboratório está indo bem. Saímos de 50 e fomos para 400 [testes feitos por dia] e vamos fazer mais. Os municípios mandam [as amostras dos pacientes suspeitos] e tudo o que chega está sendo feito. Não está ficando nada na geladeira”, afirmou o governador durante entrevista coletiva, na noite desta sexta-feira (17).

“O Estado do Espírito Santo realiza hoje o maior volume per capita de testagem do Brasil. Nós realizamos o dobro per capita, por 100 mil habitantes, do que realiza São Paulo. A gente realiza hoje 400 testes por dia, que são os testes que a gente tem, e São Paulo realiza 2 mil testes por dia. E chegando os testes que nós compramos — essa semana eles poderão chegar — o laboratório vai ter mais capacidade de realização”, completou Casagrande.

No entanto, o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, informou à equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV, na quinta-feira (16), que o Lacen tem feito uma média de 200 testagens por dia, ou seja, a metade de sua capacidade.

“A investigação, por meio da metodologia do PCR, em tempo real, é indicada para a fase aguda da doença, preferencialmente a ser realizada entre quatro e oito dias de evolução do quadro. Então hoje todo paciente respiratório grave que chega em qualquer serviço de saúde do Espírito Santo é internado, isolado e investigado para covid-19 com essa testagem. Também os trabalhadores da saúde, da segurança pública sintomáticos são testados”, afirmou Fernandes à TV Vitória, na quinta-feira.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) esclareceu que atualmente o Lacen está testando mais de 300 amostras por dia, de acordo com a demanda. A Sesa garantiu ainda que, no momento, não há amostras sem resultados (na fila), ou seja, todas estão em processamento.

Ainda de acordo com a secretaria, o Lacen vem aumentando sua capacidade com a contratação de novos profissionais e a aquisição de equipamentos e, com isso, o tempo resposta dos exames está sendo otimizado. Segundo a Sesa, atualmente o tempo de resposta aos testes, do momento em que a amostra chega ao laboratório até o resultado, é de 24 a 36 horas e, no caso de inconclusivo, pode chegar até a 72 horas, pois é necessário reiniciar o processo.

Testes rápidos

A Secretaria de Saúde também está em processo de aquisição de testes rápidos, que identificam a presença de anticorpos que protegem contra o coronavírus. A expectativa do governo é que, com esse material, seja possível fazer uma testagem em massa na população, que, segundo a Sesa, deve ter início até o início de maio. A previsão é que, em 14 dias, 40 mil testes rápidos de anticorpos sejam realizados.

“A secretaria vai fazer o inquérito sorológico, que são testes rápidos, com gotículas de sangue, para ver quem já teve e quem está [com o coronavírus]. Mas são testes que não captam tudo. Se a pessoa estiver nos primeiros dias, esse teste não capta. Mas capta o anticorpo, por exemplo, de quem já teve, capta as pessoas que já estiverem em uma fase mais adiantada. Isso nos dará uma amostragem da presença do vírus no Estado”, afirmou Casagrande, nesta sexta.

À reportagem da TV Vitória, Nésio Fernandes explicou que a demora na aquisição dos testes rápidos se deve também à dificuldade de se encontrar um teste confiável. “Os testes rápidos que foram comercializados no Brasil, e aprovados recentemente pela Anvisa, geraram em toda a comunidade científica do Brasil muitas dúvidas, porque eles têm uma qualidade muito ruim em geral. São testes que têm uma sensibilidade baixa. Se a gente comprasse um teste de má qualidade, o Estado estaria investindo milhões de reais na aquisição de uma tecnologia que ali na frente poderia não dar o resultado esperado”, explicou o secretário.