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Covid-19: após recordes de mortes e internações, ES vive queda consolidada da terceira onda

Segundo o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, atual cenário aponta que maio pode ser marcado por uma maior flexibilização das atividades no Estado

Foto: Divulgação

Depois de viver os piores dia da pandemia do coronavírus nos últimos dois meses, quando foram registrados seguidos recordes de mortes e internações em decorrência da covid-19, o Espírito Santo começa a viver uma fase de queda consolidada da curva de casos da terceira onda da doença.

Na última sexta-feira (23), o governador Renato Casagrande já havia destacado a queda dos números de mortes, de casos ativos, da taxa de transmissão e de ocupação de leitos hospitalares, entre outros indicativos no estado, que acabaram refletindo em um Mapa de Risco com menos cidades no risco extremo para a covid-19.

Na tarde desta segunda-feira (26), durante uma coletiva de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, corroborou com o discurso de Casagrande. Segundo ele, "o Estado do Espírito Santo consolida a tendência de queda de casos da covid-19".

"Nós mantemos uma redução substancial do número de pacientes novos com solicitações de internação nos PAs, em toda a rede pré-hospitalar do Estado do Espírito Santo, mantemos uma tendência de queda nas taxas de ocupação de UTIs e consolidamos uma ocupação de enfermaria próxima a 60% no estado. É possível que a taxa de transmissão, o RT, dessa semana e da próxima estejam próximos de 1 ou até abaixo de 1, nos cálculos futuros que serão realizados com os dados retrospectivos. Há uma franca redução da transmissão da covid-19 no Espírito Santo".

Segundo Nésio Fernandes, o atual cenário aponta que o mês de maio pode ser marcado por uma maior flexibilização das atividades. No entanto, frisou que tudo será feito com base no resultado da Matriz de Risco, que produz o Mapa de Risco e determina o que é permitido em cada região — prática já adotada pelo governo do Estado há mais de um ano.

De acordo com o secretário, os indicadores apontam que, ao longo do próximo mês, deve crescer o número de municípios capixabas em risco moderado ou baixo para a doença. Atualmente, nenhuma cidade está no risco baixo e 23 estão no moderado. Nesse contexto, atividades como as aulas presenciais poderão ser retomadas em grande parte do estado

"É possível que, ao longo do mês de maio, o Espírito Santo alcance uma taxa de ocupação de UTI inferior a 80%. Com isso, o nosso Estado deverá apresentar majoritariamente uma maior quantidade de municípios classificados no risco moderado e baixo. Desta maneira, ao longo do mês de maio, de acordo com as regras já divulgadas e estabelecidas na matriz de risco, as atividades educacionais deverão retornar na ampla maioria dos municípios capixabas", destacou Nésio Fernandes.

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Durante o pronunciamento realizado na última sexta-feira, Renato Casagrande destacou que essa melhora dos índices da pandemia no Espírito Santo é fruto das decisões tomadas pelo governo do Estado, ao longo das últimas semanas, que aumentou a restrição das atividades econômicas e sociais, frente a um crescimento desenfreado de casos, internações e mortes em decorrência da covid-19.

"O que a gente fez do dia 18 de março até o dia 4 de abril e o que a gente continua a fazer agora tem dado resultado. Como é bom a gente fazer as coisas certas, como é bom a gente tomar as decisões corretas. Simpáticas, antipáticas, impopulares ou populares. Mas quando se tomam as decisões corretas o resultado aparece", celebrou o governador, em seu discurso.

Ocupação de leitos de UTI

Segundo dados do Painel Ocupação de Leitos Hospitalares, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), atualmente a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para a covid-19, no Espírito Santo, está em 87,82%. Há cerca de uma semana esse índice está abaixo de 90%. Dos 1.067 leitos de terapia intensiva do Sistema Único de Saúde (SUS), existentes no estado, 937 estão ocupados.

Casagrande ressaltou que o momento ainda requer muita cautela e que a pandemia está longe do fim. Mas afirmou que essas "pequenas vitórias" dão força para que a população continue adotando as medidas de prevenção contra o coronavírus.

"Nós passamos por momentos de dificuldade, mas conseguimos atender todo mundo. Agora estamos tendo uma redução da demanda por leitos. Ainda é alta, de quase 90%. Não é para comemorar nada ainda. Mas a gente tem que registrar as pequenas vitórias, porque é tanto sacrifício que todo mundo faz, é tanta mudança de vida das pessoas, que a gente tem que comemorar as pequenas vitórias, para se alimentar delas, para podermos ter energia para continuar lutando. Vai ser o ano todo de gestão da pandemia".