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Mentira: vídeo com informações falsas envolve equipe da TV Vitória

A repórter Marla Bermudes contou que se sentiu desrespeitada por conta das mentiras que circulam pelas redes sociais

A equipe da TV Vitória/ RecordTV fez uma reportagem especial para mostrar o dia a dia do trabalho dos coveiros na última terça-feira (30), porém, estão circulando nas redes sociais, vídeos em que uma pessoa insinua que a equipe da Rede Vitória estaria simulando um enterro e produzindo fake news. 

"Eu e o cinegrafista Wilian O'brien estávamos fazendo imagens para explicar o trabalho do coveiro e as atividades que eles exercem. A reportagem teve o objetivo de homenagear o trabalho desses profissionais e não de fingir que a coveira em questão estaria simulando a abertura de uma cova ou fingindo que estava enterrando alguém. A cova estava aberta e não a pedido da nossa equipe. Esse já é um procedimento do cemitério. As imagens mostradas no momento exato que ela está jogando terra, eram imagens de apoio para ilustrar as atividades que ela exerce no dia a dia", explicou a repórter Marla Bermudes.

Na terça-feira, Marla e O'brien saíram com o intuito de contar um pouco das dificuldades enfrentadas pelos profissionais. 

"Saí da redação com uma missão: mostrar o dia a dia e o trabalho dos coveiros e coveiras. Uma profissão, inclusive, muito desvalorizada. Pessoas que trabalham o dia inteiro sob risco, na linha de frente, e que muitas vezes arriscam a própria vida por conta da profissão. Jamais sairia da minha casa para filmar e simular um enterro", reforçou Marla. 

A repórter disse que se sentiu desrespeitada como profissional e ser humano por conta das fake news que circulam pelas redes sociais.

"Sou jornalista, mãe, mulher, e me senti muito desrespeitada por esses videos, além de ter sido agredida, ameaçada e xingada, assim como meu colega de profissão, o repórter cinematográfico Wilian O'brien. Então, por favor, quando encontrar uma equipe de reportagem na rua e quiser nos filmar, venha até nós, pergunte o que é e por que estamos fazendo aquilo! Não crie e espalhe mentiras". 

Reportagem especial sobre os coveiros

Foto: Reprodução TV Vitória

Uma reportagem que mostra os desafios de uma profissão pouco valorizada, mas que é de extrema importância, principalmente em tempos de pandemia: a dos coveiros. 

A dor de perder alguém que se ama que não cabe no peito, e a certeza de que nunca mais haverá um abraço, uma conversa, um conselho e uma troca de olhares. Os mais sábios dizem: "A morte é a única certeza que temos na vida." Mas como lidar com essa dor?

O local não é comum e geralmente as pessoas vão para se despedir de um ente querido e sentir a dor da perda. Tudo isso acontece dentro de um cemitério. Imagina quem lida com este ambiente. Cavar, limpar e sepultar corpos todos os dias. O emocional de um profissional que enterra mais de dez pessoas por covid e presencia a dor de famílias que sequer puderam se despedir, fica extremamente abalado. 

Foto: Reprodução TV Vitória

Ela tem 47 anos de vida e 18 de experiência. Jacimara é uma das poucas mulheres que atua como coveira no Espírito Santo. A coveira sempre trabalhou em Vila Velha, e atualmente está no Cemitério da Barra do Jucu. No município, são 10 coveiros espalhados por seis cemitérios. Segundo a Prefeitura de Vila Velha, esses trabalhadores não estão sobrecarregados. A média é de 14 a 15 enterros por dia.

Na capital do Espírito Santo, em janeiro, foram registrados 145 sepultamentos, sendo 23 vítimas de covid. Em fevereiro, 103 sepultamentos, sendo 17 por coronavírus e em março, 182 pessoas foram sepultadas, sendo 49 vítimas da covid. 

No Cemitério de Maruípe, em Vitória, as covas já estão abertas aguardando vítimas da doença. Na Serra são seis cemitérios públicos, e em Cariacica, são oito cemitérios municipais. Na cidade, o número de covas abertas aumentou 8%. A Prefeitura de Cariacica escolheu apenas um cemitério para sepultamentos das vítimas de covid: Jardim da Saudade, em Nova Rosa da Penha, na Rodovia do Contorno.

Para tanto trabalho em tempos de pandemia, o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Espírito Santo (Sindilimpe-ES) denunciou que os coveiros estão sobrecarregados. O próprio sindicato enviou imagens feitas durante uma vistoria. Segundo eles, os profissionais estão sepultando sem a roupa de proteção e os equipamentos de segurança estão sendo reaproveitados várias vezes. 

Comunicado da Rede Vitória

Foto: Divulgação