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Motorista suspeita de atropelar e matar ciclista em Camburi passa por consultas psiquiátricas

Advogado de defesa da corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira informou que ela procurou ajuda de psiquiatras no domingo e nesta segunda-feira (18)

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/TV Vitória

A corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, se consultou com médicos psiquiatras. A informação é do advogado de defesa da mulher, Jamilson Monteiro Santos. Adriana dirigia o veículo envolvido no acidente que causou a morte da estudante e modelo Luísa Lopes, de 24 anos, na orla de Camburi, em Vitória.

"Adriana fez duas consultas psiquiátricas: uma em formato online, ontem (domingo), e uma presencial, na manhã desta segunda-feira. No momento, ela continua extremamente abalada e sem condições se pronunciar ou dar entrevista sobre o que aconteceu", informou.

O advogado disse que já requereu três pedidos de perícia junto à Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito. "Pedi uma perícia no local do acidente, perícia no veículo e também requisição de imagens de videomonitoramento para esclarecermos a dinâmica do fato", detalhou. 

Corretora está sob liberdade provisória

O advogado não quis comentar se a corretora de imóveis admitiu que havia ingerido bebida alcoólica antes do acidente. Na noite do atropelamento, ela se recusou a fazer o teste do bafômetro sendo conduzida para a Delegacia Regional de Vitória para prestar depoimento.

De acordo com relatos de quem presenciou o acidente, a motorista e uma passageira aparentavam estar embriagadas, pois apresentavam dificuldades para falar e sussurravam palavras sem sentido.

Adriana foi autuada pelo crime previsto no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz respeito a conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.

A pena pode variar de seis meses a três anos de detenção, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Ainda segundo o que consta no documento, a corretora não foi autuado pelo crime de homicídio.

Ela foi conduzida para o Presídio Feminino de Cariacica. Na audiência de custódia, pagou a fiança no valor de R$ 3 mil, arbitrada pelo juiz José Leão Ferreira Souto e foi liberada no sábado (16).

Na justificativa da audiência, o magistrado entendeu que a liberdade de Adriana "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita, bem como é primária".

A Justiça também elencou uma série de medidas cautelares que deverão ser cumpridas pela corretora. São elas:

a) proibição de sair da Grande Vitória sem prévia autorização do Juiz natural da causa;
b) comparecimento a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado;
c) proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados;
d) recolhimento domiciliar de 20h às 6h;
e) comparecer em até 5 dias úteis a contar desta data ao juízo ao qual o presente APF será distribuído, com cópia de comprovante de residência, RG, CPF, CTPS e título de eleitor

Amigos e família pedem por justiça pela morte de modelo

Revoltados com a decisão judicial, amigos e familiares da modelo estão organizando uma manifestação para terça-feira (19), para pedir justiça pela morte da jovem.

O ato, marcado para às 18h, acontecerá no mesmo local do acidente, em frente ao Clube dos Oficiais, na Praia de Camburi, em Vitória.

Nas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) destacou que o ato será um grande protesto, político, cultural e pela vida.

"Não podemos nos calar frente a esse absurdo. Uma vida não vale 3 mil reais, ou qualquer dinheiro. Perdemos uma jovem, mulher, negra, universitária de 24 anos e queremos JUSTIÇA", diz a legenda da publicação.

"Tinha toda a carreira pela frente", diz pai de ciclista morta atropelada em Camburi

A morte da estudante universitária, modelo e passista da escola de samba Unidos de Jucutuquara, Luísa Lopes, comoveu a todos. O pai da jovem, Ivan Lopes, lamentou profundamente a morte da filha e lembrou que ela tinha uma carreira pela frente.

Foto: Reprodução

"O coração de pai tem vontade de chorar e chorar. Ela estava no último período de oceanografia, tinha a carreira toda pela frente. Foi atropelada em cima da faixa de pedestres, ia fazer 25 anos neste mês. Era cheia de sonhos", disse.

Segundo Ivan, a filha era estudante de inglês e também cursava o último período de oceanografia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).