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Motorista suspeita de atropelar e matar ciclista tem liberdade concedida pela Justiça

O juiz José Leão Ferreira Souto arbitrou fiança no valor de R$ 3 mil. Assim que o valor for pago, a corretora de imóveis poderá deixar a prisão

Matheus Foletto

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/TV Vitória

A corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, teve a liberdade provisória, mediante pagamento de fiança, concedida pela Justiça na tarde deste sábado (16). Adriana é suspeita de atropelar e matar a estudante Luísa Lopes, de 24 anos, na noite da última sexta-feira (15) na Avenida Dante Michelini, na orla de Camburi, em Vitória.

O juiz José Leão Ferreira Souto arbitrou fiança no valor de R$ 3 mil. Assim que o valor for pago, a corretora poderá deixar a prisão. O magistrado entendeu que a liberdade de Adriana "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita, bem como é primária".

A Justiça também elencou uma série de medidas cautelares que deverão ser cumpridas pela corretora. São elas:

a) proibição de sair da Grande Vitória sem prévia autorização do Juiz natural da causa; 
b) comparecimento a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado; 
c) proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados; 
d) recolhimento domiciliar de 20h às 6h; 
e) comparecer em até 5 dias úteis a contar desta data ao juízo ao qual o presente APF será distribuído, com cópia de comprovante de residência, RG, CPF, CTPS e título de eleitor

O juiz ainda relata no termo de audiência de custódia que, conforme consta no Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD), policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de trânsito com suposta vítima fatal no bairro Jardim da Penha. No local, teriam recebido informações de que a vítima, na condução de uma bicicleta preta, teria sido atropelada por outro veículo e arremessada contra o automóvel da autuada, que na oportunidade teria sido detida por supostamente conduzir veículo automotor sob influência de álcool. No documento, ainda há a informação de que a corretora teria se recusado a realizar o teste do etilômetro.

Adriana foi autuada pelo crime previsto no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz respeito a conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.

A pena pode variar de seis meses a três anos de detenção, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Ainda segundo o que consta no documento, a corretora não foi autuado pelo crime de homicídio.

A Polícia Civil informou por nota que "Infelizmente, não conseguiremos ajudá-los hoje, pois a ocorrência não foi localizada no plantão vigente. Durante finais de semana, feriados e pontos facultativos a assessoria só tem acesso às ocorrências e autuações do plantão vigente das Delegacias. Os cartórios onde consultamos ocorrências de plantões finalizados, funcionam de segunda a sexta-feira, em dias úteis".

A corretora estava presa na Penitenciária Feminina de Cariacica. Por volta de 20h deste sábado, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou que Adriana deixou a unidade.

A reportagem do Folha Vitória ainda não conseguiu contato com os advogados de defesa da corretora. O espaço segue aberto para manifestação.

Família lamenta a morte

Durante a saída do departamento, o pai da vítima, Ivan Lopes, relatou que os sonhos da filha foram interrompidos. A jovem queria ir para o Canadá e estava com tudo pronto.

Segundo Ivan, a filha era estudante de inglês e, também, cursava o último período de oceanografia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Foto: Luísa Lopes | Instagram

O pai ainda relatou que os militares que atenderam a ocorrência confirmaram que, a mulher que conduzia o veículo que atingiu a jovem apresentava sinais de embriaguez.

Abalada, a mãe da jovem foi amparada por muitos amigos. Para o pai da jovem, o que fica, além da dor, é a esperança de que o atropelamento da filha não fique impune.

Nas redes sociais, Luísa compartilhava um pouco do seu trabalho e sua rotina do dia a dia. Amigos e conhecidos da vítima deixaram algumas mensagens de lamentação em umas de suas fotos. Uma das mensagens dizia:

'Sinto uma revolta gigantesca em ver a culpada disso. Estava completamente alterada, fora de si! Tá muito errado isso. Dói demais Luísa, dói demais toda essa maldade que foi feita. Você deixou muito e tinha mais um tantão a deixar. Ore por nós daí!", escreveu uma amiga.

O presidente da escola de samba Unidos de Jucutuquara, em que Luiza era passista, também lamentou a morte da jovem.

O perfil do curso que ela realizava na Ufes também fez uma postagem sobre a morte da jovem.