VÍDEO | Mulher é atacada na web após ser confundida com motorista que atropelou ciclista em Camburi
Adriana Felisberto Arruda Fontes mora em São Paulo e começou a receber ataques e ser chamada de assassina nas redes sociais
O atropelamento que ocorreu na orla da Praia de Camburi, em Vitória, na última semana, trouxe problemas para uma operadora de caixa de São Paulo. A mulher tem o mesmo nome e sobrenome da motorista suspeita de ter atropelado e provocado a morte da modelo e estudante Luisa Lopes.
Adriana Felisberto Arruda Fontes, de 34 anos, que mora na capital paulista, foi confundida como Adriana Felisberto da Silva Pereira, de 33 anos. Mesmo há mais de 900 quilômetros de distância, a mineira que vive em São Paulo teve a rotina bagunçada por conta da repercussão do caso e das ameaças que começou a receber.
"No sábado, assim que acordei, por volta de 8h30, fui acessar minha rede social e vi que tinha alguns comentários nas minhas fotos e umas mensagens. Eu pensei que era alguém tentando hackear minha conta, mas as mensagens e os comentários continuaram. Eu decidi deixar a minha conta privada", contou.
Depois que percebeu que algo estava errado, Adriana começou a pesquisar e tentar entender o que estava acontecendo. Ela foi para as redes sociais e, em um vídeo, explicou aos seguidores que estava sendo confundida.
"Eu fiz buscas na internet, mas não achei nada. Como eu fiquei com medo, coloquei a minha conta pública de novo e gravei um vídeo para explicar o que estava acontecendo. Foi aí que algumas pessoas me explicaram e eu fui entender", relatou.
O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos de Vitória, delegado Brenno Andrade, alerta que os ataques e ameaças nas redes sociais também são crimes.
O delegado lembra que, antes de escrever, opinar e fazer qualquer tipo de comentário nas redes sociais, é importante que as pessoas lembrem-se das responsabilidades.
"As pessoas precisam tomar cuidado. Independente do crime que a pessoa cometeu, por mais bárbaro que possa ser, ninguém tem o direito de fazer o pré-julgamento. A partir do momento que elas externam isso nas redes sociais, com xingamentos, ameaças, ela também comete um crime", disse.
Ciclista foi atropelada na orla da Praia de Camburi
O acidente aconteceu na noite da última sexta-feira (15), na Avenida Dante Michelini, na altura do bairro Jardim da Penha, em Vitória. As câmeras de videomonitoramento da via registraram o momento da colisão.
Segundo a Secretaria de Segurança Urbana de Vitória, Luísa teria atravessado fora da faixa de pedestres e com o sinal aberto para os veículos. A motorista que dirigia o carro que atingiu a jovem, de acordo com a polícia, apresentava sinais de embriaguez.
Adriana Felisberto da Silva Pereira se recusou a fazer o teste do bafômetro no dia do acidente. Ela foi presa, mas liberada após pagar uma fiança de R$ 3 mil.
A família ficou revoltada com a decisão da Justiça e, na noite desta terça-feira (19), fez um protesto na avenida. As pistas ficaram interditadas por cerca de três horas. Os manifestantes pintaram as marcas do corpo da jovem em um trecho da avenida.
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Luisa estava prestes a completar 25 anos. Ela cursava o último ano do curso de oceanografia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Modelo e passista de escola de samba, a jovem gostava de cuidar da saúde. Ela planejava uma viagem para o Canadá neste ano.
*Com informações do repórter Douglas Camargo, da TV Vitória/Record TV.
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