VÍDEO | Ato na Dante Michelini pede por justiça no caso de ciclista morta atropelada
Amigos e familiares de Luisa Lopes, que morreu atropelada na sexta-feira (15), pedem por justiça. Segundo a polícia, a motorista suspeita de provocar o acidente apresentava sinais de embriaguez
Um protesto na noite desta terça-feira (19) contou com a participação de familiares, amigos e de muitas pessoas que ficaram impressionadas com a morte da modelo e estudante Luísa Lopes, de 24 anos. Ela foi atropelada na última sexta-feira (15), na Avenida Dante Michelini, na Praia de Camburi, em Vitória.
Os manifestantes fecharam os dois sentidos da avenida onde aconteceu o atropelamento, na altura do Clube dos Oficiais. Segundo a Guarda Municipal de Vitória, o ato terminou por volta das 20h20.
Durante a interdição da via, o trânsito precisou ser desviado. Quem seguia no sentido Centro - Jardim Camburi, precisou desviar para dentro do bairro Jardim da Penha, pelas avenidas Aristóbulo Barbosa Leão e Anísio Fernandes Coelho.
Já quem trafegava no sentido contrário precisou entrar na Avenida Adalberto Simão Nader, que liga a orla de Camburi até a Avenida Fernando Ferrari.
Agentes da Guarda Municipal estiveram nos pontos de desvio para orientar os motoristas. Por causa do acúmulo de veículos, o trânsito ficou bastante lento nas ruas de Jardim da Penha e de bairros vizinhos.
Manifestantes seguiram da Ufes até a orla de Camburi
Segurando cartazes e acompanhados de um trio elétrico, os manifestantes pediam por justiça. Segundo a polícia, a motorista suspeita de provocar o acidente apresentava sinais de embriaguez no momento da colisão que tirou a vida da jovem.
A corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, foi presa logo após o acidente. Ela, no entanto, foi solta logo após pagar uma fiança de R$ 3 mil. A defesa dela alega que um outro veículo teria atingido Luísa, arremessando ela sobre o carro conduzido por Adriana.
Os manifestantes se reuniram, por volta das 15h, no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde a jovem cursava o último período de oceanografia.
Por volta das 18h, o grupo iniciou uma caminhada pelas ruas de Jardim da Penha, em Vitória, e seguiu em direção ao local do acidente, na Avenida Dante Michelini, na orla da Praia de Camburi.
A mãe de Luisa, Adriani Luiza da Silva, participou do protesto e recebeu apoio dos manifestantes. Ciclistas e amigos da jovem colocaram bicicletas na pista em protesto.
Além disso, manifestantes usaram tinta para pintar na pista, próximo ao local onde Luisa foi atropelada, a marca do corpo da vítima.
Câmera flagra acidente que matou ciclista em Vitória
Imagens registradas por câmeras de videomonitoramento da avenida flagraram o momento do acidente que resultou na morte da modelo e estudante Luisa Lopes, na última sexta-feira (15).
De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu), em uma análise preliminar, a ciclista estava no canteiro da avenida e, ao atravessar fora da faixa de pedestres, foi atingida por um carro que seguia no sentido Serra, quando o semáforo estava aberto para a passagem de veículos.
No vídeo, segundo a secretaria, na primeira análise, não foi possível observar o envolvimento de outro veículo. A defesa da motorista alega que testemunhas teriam contado que outro carro teria provocado o acidente e que Luísa teria sido arremessada no veículo de Adriana.
Após a divulgação dos vídeos, o advogado disse que irá aguardar a conclusão do inquérito pela polícia.
A Polícia Civil informou que o fato está sendo investigado por meio da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito e, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.
Por que a motorista envolvida no atropelamento com morte de jovem foi solta?
O caso da morte de Luísa ganhou repercussão nas redes sociais após a mulher suspeita de provocar o acidente ter sido solta por uma determinação da Justiça. Adriana pagou a fiança estipulada durante a audiência de custódia e foi liberada.
LEIA TAMBÉM: Suspeita de atropelar e matar modelo está proibida de frequentar bares
Na decisão, o juiz José Leão Ferreira Souto entendeu que a liberdade de Adriana "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita, bem como é primária".
O advogado criminalista Rivelino Amaral explicou que a decisão do magistrado vai de acordo com o que está previsto na legislação.
"As pessoas têm o direito de responder ao processo em liberdade. Não foi por erro do juiz ou porque ele foi benevolente. Ele apenas cumpriu o que está na Constituição Federal. A acusação que pesa sobre ela, que ainda não é uma denúncia, fala que ela cometeu o crime do artigo 306, que é o de conduzir veículo sobre efeito de álcool. A pena máxima é de até 3 anos. Nesses casos, o juiz vai arbitrar fiança, que não é faculdade do juiz, mas é direito do réu", explicou.
Amaral afirmou ainda que a liberação para responder ao processo em liberdade não significa que o caso foi encerrado e que a suspeita foi absolvida.
"Não quer dizer que a pessoa não será punida ou que ela não possa ir para juri. Esse processo vai ser distribuído para uma das varas de Vitória e pode ser que esse outro juiz tenha o entendimento diferente do juiz que fez a audiência de custódia. A audiência só serve para o juiz decidir se essa pessoa representa risco para o processo ou para a sociedade. Não é uma análise se ela fez ou não fez, se tinha outro carro, se ela bebeu álcool. Tudo será discutido na ação penal".
VEJA OUTRAS REPORTAGENS SOBRE O CASO:
>> Motorista suspeita de atropelar e matar ciclista em Camburi passa por consultas psiquiátricas
>> Acidente em Camburi: PMV diz que avenida não é adequada para instalação de radares
>> Após acidente com morte de ciclista, OAB-ES pede que prefeitura instale radares em Camburi