Julgamento de Georgeval é suspenso após advogado abandonar sessão
Pedro Ramos, advogado de Georgeval Alves, diz que a situação de ameaças se agravou nos últimos dias e que a defesa deveria ter liberdade de exercer sua função
O advogado de Georgeval Alves, Pedro Henrique Souza Ramos, que entrou em plenário vestindo colete à prova de balas, anunciou, ainda no início da ocasião do Júri Popular, que deixará a defesa do réu nesta segunda-feira (03). O julgamento foi suspenso e não seguirá até novas providências, ainda sem data.
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A alegação da defesa foi a falta de segurança. Segundo Pedro Ramos, a situação de ameaças se agravou nos últimos dias e que a defesa deveria trabalhar sem mordaças e ter liberdade de exercer sua função e que não pode ser confundida com quem está sendo julgado.
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O júri, que teria início às 9h desta segunda-feira (03), busca julgar o acusado pela morte do filho Joaquim Alves, de 3 anos, e do enteado Kauã Butkovsky, de 6, em 21 de abril de 2018.
Diante do abandono da defesa de Georgeval, familiares de Kauã se manifestaram. Marlúcia, avó da criança, levantou e deixou o salão do júri dizendo: "repito, falso pastor".
A defesa pediu para que essas manifestações constem em ata e disse que estão sendo coagidos.
Os assistentes de acusação entraram no embate alegando que em nenhum momento os advogados foram ameaçados diretamente.
Georgeval será submetido a júri por crime cometido em 2018
O júri popular teria início nesta segunda-feira (3), no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares, sob a presidência do juiz da 1ª Vara Criminal, Tiago Fávaro Camata.
Georgeval vai a júri popular quase cinco anos após o crime em que é acusado de ter estuprado e matado o próprio filho e o enteado. Tudo teria acontecido no dia 21 de abril de 2018, por volta das 2h, na casa onde moravam o réu e as vítimas, no centro de Linhares.
Contra ele pesam os crimes de duplo homicídio qualificado, estupros de vulneráveis e tortura. O caso causou muita comoção no Espírito Santo, tornando o julgamento do ex-pastor um dos mais esperados dos últimos tempos.
Diante da complexidade do caso, cujos indícios apontam para a presença de requintes de crueldade, é possível que o julgamento se estenda por dias, na avaliação de especialistas.