Grupo da Bahia flagrado em trabalho escravo é resgatado no ES e volta para casa
Entre eles estavam dois adolescentes de 15 e 17 anos. Imagens mostram precariedade do local
Um grupo de 13 pessoas que veio da Bahia foi resgatado em trabalho análogo à escravidão em Linhares, município do Norte do Estado. Entre eles, estavam dois adolescentes de 15 e 17 anos.
Imagens do local mostram a precariedade e sujeira no alojamento em que os trabalhadores estavam. Treze pessoas viviam em uma pequena casa com telha de amianto, com um banheiro que sequer tinha box e que não existia uma cozinha.
Segundo o Ministério do Trabalho, o grupo foi resgatado na última terça-feira (25), em uma fazenda no município de Sooretama, ao norte do Espírito Santo. Após o resgate, os trabalhadores foram levados para um hotel em Linhares e receberam aproximadamente R$ 50 mil pelos dias trabalhados, entre outros direitos trabalhistas.
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De acordo com o MTE, os trabalhadores foram aliciados na cidade baiana de Itabuna, no início de abril, sob a promessa de um bom salário, mas a realidade encontrada foi outra.
Um dos resgatados prestou depoimento no sentido de que era pago. “Eles pagam certinho, mas o negócio é que o café estava R$ 12 e era muito ruim. A gente pediu aumento e ele deu só R$ 14 e disse que não aumentaria e que quem quisesse que fosse embora. Mas tinha que pagar a feira que a gente estava devendo, no valor de R$ 250. Tenho até uma nota. Enquanto não pagasse a dívida não poderia sair e tínhamos que pagar a passagem”, disse.
Este foi o segundo resgate realizado no Espírito Santo neste ano. O primeiro aconteceu em Brejetuba, em janeiro. No caso, os trabalhadores eram chicoteados pelo capataz e trabalhavam por drogas. No estado, em 2022, 30 casos de trabalhos análogos à escravidão foram flagrados por órgãos de fiscalização. Para quem souber de mais situações semelhantes, as denúncias podem ser feitas na Polícia Civil e também no Ministério do Trabalho.
O grupo retornou ainda nesta quinta-feira (27) para a Bahia em um ônibus fretado pela prefeitura de Linhares. O empregador será multado e pode responder criminalmente por submeter os trabalhadores a uma situação análoga à escravidão. A conduta pode resultar em até 8 anos de prisão.
O empregador não teve o nome divulgado, por isso, não há posicionamento dele.
* Com informações do repórter Rodrigo Schereder para a TV Vitória | RecordTV
