Kauã e Joaquim: julgamento de Georgeval Alves continua
Georgeval Alves e quatro testemunhas foram ouvidas no primeiro dia
20h41 - Georgeval Alves é condenado a 146 anos e 4 meses de prisão
A setença foi lida na noite desta quarta-feira (19), pelo juiz Thiago Favaro Camata, no Fórum de Linhares.
20h24 - Georgeval é condenado
Juiz pede que todos fiquem de pé para pronúncia da sentença e Georgeval é trazido ao plenário usando uniforme da Sejus
20h08 - Portas do plenário são abertas
A portas do plenário do júri foram abertas e o público retornou para o local do julgamento.
17h36- Conselho de sentença se reúne para decisão
Juiz pede que o público se retire do salão do júri para que o conselho de sentença se reúna na sala secreta para decisão do julgamento.
17h29 - Advogado termina a explanação da defesa recitando uma poesia
Durante o momento, o advogado de defesa de Georgeval, Pedro Ramos descreve e fala o que é "ser um bom pai". "Estamos sim, diante do maior erro judiciário do Espírito Santo. Essa situação e nossos ouvidos não podem se fechar", finaliza.
Após a ação, o juiz explica como vai ser a votação do conselho de sentença. No momento, seis séries de quesitos vão ser julgados, uma vez que pesam contra o réu seis acusações de crimes.
17h16- Juiz toca o sinal e pede decoro
Durante a ação, acontece uma briga generalizada entre a defesa e assistentes de acusação. O advogado da defesa, Hobert Limoeiro, ironiza e oferece como presente uma cópia do código penal à Lharyssa de Almeida, assistente de acusação, insinuando que falta à ela, conhecimento das leis.
A confusão começou porque a defesa de Georgeval usou um print de uma publicação da assistente de acusação, em rede social, que ressalta a importância da imparcialidade da imprensa na cobertura de um crime.
16h41- Advogado de defesa de Georgeval, Hobert Limoeiro se pronuncia
O advogado de defesa de Georgeval, Hobert Limoeiro, diz que jurados não são "lixeira social para receberem chuva de papel picado". Em seguida, sobe em uma cadeira para dizer que também sabe encenar, assim como a acusação fez. "Aqui não é circo, aqui não é INSS - com todo respeito -, isso aqui é sério", finaliza.
Durante a ação, a defesa continua criticando a postura da acusação, principalmente dos assistentes. "Querem lacrar, querem garantir mídia. Se acostumaram tanto a dar entrevistas que já não sabem mais ouvir", disse Hobert Limoeiro.
Neste momento, acontece mais uma discussão entre defesa e acusação
16h11- "Georgeval deveria dar aula para Suzane Von Richtofen", diz assistente de acusação
Durante a fala dos assistentes de acusação, Siderson Vitorino afirmou que o ex-pastor deveria dar aula para Suzane Von Richtofen, presa em 2002 por assassinar os próprios pais. O clima no júri é de tensão entre as partes.
15h54 - Os assistentes da acusação se apresentam
O assistente de acusação, que representa a família das vítimas, o advogado Siderson Vitorino, afirmou que Georgeval é o sacerdote da mentira, clérigo da dissimulação e ´e ministro do sofisma.
"A cara dele nem treme, que tem um controle remoto que aperta e vem o modo de chorar, depois para. Temos dentro de nós um sistema paterno que nos desafia a ficar parados enquanto um filho está em perigo. Nem asma e nem medo de fogo vão te impedir de salvar um filho em perigo", pontou.
Durante o momento, a avó paterna de Kauã, Marlucia, chora muito.
15h10 - A sessão do júri é retomada
Após pausa para o almoço, uma réplica foi realizada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). A Promotora do MPES, Luiziany Albano Scherrer, iniciou a réplica rebatendo a defesa que questionou o laudo atestando a presença de PSA no corpo dos meninos.
Durante a fala, ela apresentou trechos de vídeos com depoimentos de uma perita da Polícia Civil, da mãe e irmã de Juliana e de uma amiga do casal que morava com eles. As três mulheres afirmaram que Georgeval nunca havia ficado sozinho com as crianças e que a primeira vez teria sido na noite do dia 21 de abril de 2018, quando elas morreram no incêndio.
O outro promotor, Cleander César da Cunha Fernandes, apresentou a tese de maus tratos. Além disso, trouxe alguns depoimentos do processo que botavam em dúvida a relação harmoniosa entre Georgeval e Juliana.
14h18 - Pausa para almoço
Uma pausa para o almoço é anunciada. A sessão deve retornar às 15h.
14h16 - A defesa usa como recurso o filme "Justiça em Chamas", de 2018, e Georgeval chora
O filme mostra uma história real ocorrida no Texas, onde um homem é condenado à pena de morte acusado de ter matado a família em um incêndio provocado por ele. O personagem alega ser inocente. A bancada defensiva termina pedindo pela absolvição de Georgeval e trás a presunção de inocência. Georgeval chora enquanto o filme é exibido para os jurados
14h06 - Defesa critica o Ministério Público
Advogado de defesa de Georgeval, Pedro Ramos voltou para fazer as considerações finais. Ele criticou o Ministério Público e os assistentes de acusação de terem dispensados as 13 testemunhas de acusação, incluindo os peritos que fizeram os laudos anexados ao processo e que atestam, entre outros crimes, o estupro. "Não sei por qual motivo dispensaram todos os peritos. Qual o receio da acusação? Retiraram de vossas excelências (jurados) o direito de saber se os laudos são fidedignos. Qual o intento da acusação em esconder provas? O Brasil quer saber o que aconteceu na noite do dia 21 de abril, e ontem, pela acusação, foi retirado esse direito do povo", evidenciou.
13h54 - Defesa tenta provar que não houve estupro
Advogada também provocou uma reflexão sobre a acusação de estupro. Ela tenta provar aos jurados que não houve a prática do crime.
"PSA é uma proteína produzida pela próstata, mas também pode ser encontrada em mulheres em menor quantidade. Supondo que essa proteína suportou toda essa alta temperatura e foi encontrada no corpo das crianças, outro tipo de material também teria sido encontrado. Como: líquido seminal e esperma. Se o PSA detectado nos corpos dos meninos tivesse sido originado por ejaculação, também deveria ter sido encontrado espermatozoides, o que não foi encontrado. Isto está no laudo.
A advogada argumentou ainda que se tivesse estuprado as crianças teriam sido encontrados indícios no órgão sexual de Georgeval.
"Ainda que isso tivesse ocorrido, comprovado, esse material deveria ter sido comparado com o material genético de Georgeval, o que não aconteceu. Só assim poderia ter sido afirmado que ele estuprou as crianças. Ainda nesse sentido, se Georgeval estuprou essas crianças, ele o fez sem usar preservativo, o que teria originado alguma laceração no órgão sexual dele. E, mais uma vez, Georgeval passou por exames de lesão corporal que não, não comprovaram qualquer machucado ou lesão em seu órgão sexual", frisou.
13h29 - Defesa apresenta argumentos contra investigação
A advogada destrincou durante sua fala alguns pontos do processo de investigação.
"Primeira coisa: um dos fundamentos da qualificadora de tortura são gotículas de sangue encontradas no banheiro pelo luminol. Volto a dizer: gotículas, apenas. O luminol aponta apenas a existência de sangue, não a data dele. O produto pode encontrar material residual de até seis anos. Outra coisa, esse sangue pertencia a Joaquim, que tem um problema de sangramento nasal. O sangue encontrado no banheiro era de Joaquim, não foi encontrado sangue de Kauã no local", pontuou.
"Os meninos, tinham 3 e 6 anos. Supondo que esses meninos tivessem sido submetidos a tortura e agressões, se essa tortura não seriam simplesmente ferimentos externos, deixariam lesões internas e hemorragia. O médico legista, quando abriu os corpos, colocou no laudo ausência de hemorragias e sem sinais de petéquias (manchas marrom-arroxeadas causadas pelo sangramento sob a pele). A coluna cervical das crianças estava íntegra, estômago também. Essa alegação de que as crianças não conseguiram reagir porque foram torturadas, eu acabei de mostrar a vocês que isso não procede", acrescentou.
De acordo com a advogada, o fato das crianças acordarem em uma situação de pânico pode ter causado a inércia, isso é, a falta de reação.
13h20 - Advogada contesta acusação de tortura
A advogada Florence Rosa, que faz parte da defesa, contestou a acusação de tortura.
"Esses corpos, além de terem sido submetidos a altas temperaturas, quase uma incineração, também receberam uma grande quantidade água no momento da ação do Corpo de Bombeiros. Cerca de 1,5 mil litros foram usados para apagar as chamas, como foi dito pelo perito que esteve aqui ontem. Justificaram a inércia das crianças no momento das chamas ao argumento de que elas foram torturadas e que, por tanto, estavam desmaiadas", começou.
12h57 - Defesa critica imagem criada de Georgeval
O advogado de defesa, Pedro Ramos, criticou a imagem criada sobre Georgeval. Ele apresentou trechos de depoimentos prestados por testemunhas, principalmente em 21 de abril de 2018, data do incêndio.
"Desde 21 de abril de 2018 é apresentada uma versão de que Georgeval é culpado pelos fatos. Vocês puderam acompanhar isso nas matérias veiculadas em jornais. Ouviram falar sobre a frieza do Georgeval, de como ele reagiu à tragédia dos fatos".
12h39 - Defesa de Georgeval começa o debate
O debate passa a palavra para a defesa de Georgeval Alves. O advogado Pedro Ramos iniciou a apresentação e tem uma hora e meia para a fala
12h16 - Promotor encerra debate de acusação
Promotor encerra pedindo pela condenação de Georgeval e que, nenhuma das qualificadoras pelas quais ele é acusado, sejam retiradas.
"Hoje nas mãos das senhoras e senhores vão decidir se a sociedade merece ou não respeito. Que a Justiça seja feita para que essa família vire essa página".
12h13 - Promotor cita laudo dos bombeiros
Na conclusão do debate da acusação, o promotor mostrou detalhes da perícia feita no ar condicionado que ficava no quarto das crianças. "A queima foi de fora para dentro do motor", concluiu a perícia feita pelo Corpo de Bombeiros.
Georgeval alegou, na época do fato, que o incêndio foi acidental e que teria sido provocado por um problema na fiação do aparelho.
11h51 - Laudos contestados
O promotor contestou os laudos emitidos por equipe de psiquiatras e psicólogos forenses apresentada pela defesa de Georgeval. "É tudo lorota!"
11h45 - Fala de promotor já dura 1 hora
Juiz avisa ao promotor que ele só tem mais 30 minutos para terminar a apresentação.
11h23 - "Fugiu porque estava preocupado com a asma"
"Não houve tentativa de fuga das crianças. Mas houve tentativa de fuga desse covarde para a rua, porque estava preocupado com a asma dele. Esse covarde fugiu sob a alegação de asma. É preciso que a sociedade observe esse detalhe. Fugiu porque supostamente tem asma enquanto as crianças estavam queimando, torrando", disse o promotor.
11h20 - Promotor relembra testemunho de uma vizinha da família
O promotor lembrou o testemunho de uma vizinha da família, que relatou ter ouvidos gritos das crianças vindo da casa horas antes do incêndio. "Elas gritavam muito, choravam muito". Ele destaca também que a babá eletrônica citada por Georgeval foi encontrada ligada e periciada. Perícia constatou que o aparelho estava configurado para emitir um aviso sonoro quando a temperatura no quarto das crianças subisse e chegasse a 30 graus.
"Vejam bem, 30 graus. A perícia apontou que a temperatura no quarto chegou a 600 graus. E ele não escutou antes o aviso da babá eletrônica?".
11h12 - Promotor mostra fotos dos corpos
O promotor Quintiliano apresentou fotos dos corpos carbonizados de Kauã e Joaquim durante a acusação. Ao ver as imagens, Rainy, pai de Kauã, deixou a sala.
11h09 - "Queria angariar fiéis para a igreja"
"A nojeira não se resumiu apenas no ato de matar aquelas crianças, mas em angariar fiéis para continuar seu trabalho na igreja. Covarde. Por isso tem que trazer, arrumar novos fatos. Fazem uma análise de quatro horas para traçar o perfil.
11h07 - "Foi tudo encenação"
Promotor Claudeval França Quintiliano:
"No início, quando aconteceu o fato, o tenente-coronel Ferrari, os senhores tiveram a oportunidade de ouvi-lo e ele falou que foi solicitada a preservação do local imediatamente. E adivinhem para quem os soldados do Corpo de Bombeiros entregaram a chave da casa? Para o pastor Eufrásio, que é da igreja dele, da confiança e convívio dele. Por isso que essa história desse covarde de vir com essa mudança de versão em dizer que mentiu, que está arrependido. Foi tudo encenação".
"Preservando o local o máximo possível é o que consta no boletim de registrado pelo Corpo de Bombeiros. Para facilitar o trabalho dos peritos da Polícia Civil e corpo militar. Promotor mostra trechos do laudo de leões corporais emitido pelo DML para os jurados. Mas vejam as lesões imensas no corpo dele: bolha de dois centímetros, muito imensas"
"Ele disse que tentou salvar as crianças, mas como essa versão não se sustenta, principalmente pelos laudos atestados e profissionais ouvidos, ele agora dá uma de experto e diz que foi apenas covarde. Mentiroso! Precisou fazer um ajuste para mudar contar uma mentira"
10h49 - "Não é homem"
"O estado muitas vezes é criticado e o criminoso enaltecido. No entanto, laudos são arrumados pela defesa, que vergonha, que vergonha. Duvidam da capacidade e da inteligência dos senhores. Trouxeram profissionais para debochar da cara dos senhores e colocar o réu como um santinho. Um covarde que não é homem. Que não é homem para assumir os seus atos. E não apenas os seus atos, onde relata agora em nova versão apresentada que estava com medo de perder sua vida", disse o promotor.
10h45 - Começam os debates do dia
O promotor Claudeval França Quintiliano abre os debates nos segundo dia de júri e começa a acusação.
10h42- Georgeval entra no plenário
Georgeval Alves é levado para o plenário, escoltado por agentes da Polícia Prisional
10h38 - Juiz abre a sessão para o segundo dia de julgamento
Com quase 40 minutos após o previsto, o juiz Tiago Fávaro Camata deu início ao segundo dia de julgamento de Georgeval Alves.
10h03 - Familiares de Kauã já estão no fórum
Pouco antes do horário previsto para início das atividades do segundo dia de julgamento, familiares de Kauã Butkovsky já se encontram no fórum de Linhares.
9h55 - Explanação de acusação e defesa deve durar 5 horas
Neste segundo dia de julgamento a previsão é de que sejam abertos os debates, em que o Ministério Público e a defesa terão, cada um, uma hora e meia para realizar a explanação. Depois disso, haverá a réplica e tréplica. Todo o ato deve durar cerca de 5 horas.
*Com colaboração de Mayra Bandeira, da TV Vitória/Record TV.
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