1º DIA DE JULGAMENTO

"Georgeval disse que foi orientado por amigo a mentir em depoimento", diz psicóloga forense

Ex-pastor é acusado de torturar, abusar sexualmente e matar o filho e o enteado em abril de 2018, em Linhares

Iures Wagmaker , Gabriel Barros , Lais Magesky , Matheus Moraes

Redação Folha Vitória
Foto: Folha Vitória

1h42 - Depoimento de Georgeval é encerrado

Após quase duas horas de depoimento, a sessão foi suspensa e deve retornar às 10 horas desta quarta-feira (19).

Leia também: "Eu não matei meus filhos, não sou um homicida", diz Georgeval Alves

0h - Georgeval responde apenas perguntas da sua defesa

Os advogados de acusação na bancada presidida pelo advogado Síderson Vitorino e seus sócios, drs. Lharyssa Almeida, Érica Freitas e Cleber Borges, invocaram o parágrafo 1º. do Artigo 474 do CPP, que garante ao assistente de acusação formular perguntas diretamente ao réu. No entanto, Georgeval não respondeu a nenhuma das perguntas feitas pelos advogados de acusação. Limitando-se somente a responder o que foi perguntado por seus advogados contituídos.

23h46 - Começa o depoimento de Georgeval Alves

No retorno da sessão, Georgeval Alves começa a depor.

22h17 - Julgamento é suspenso para o jantar. Na volta, Georgeval irá depor

O juiz Tiago Fávaro Camata suspende o julgamento para o jantar. Ao final da pausa, o réu Georgeval Alves será ouvido.

22h15 - Conselho de sentença faz perguntas à testemunha

Conselho de sentença pergunta sobre fotos apresentadas pela defesa e usadas pela psicóloga forense para traçar um perfil afetivo das crianças com Georgeval, sobre quando as fotos em família foram tiradas. A psicóloga responde que não sabe afirmar o tempo correto.

Depois, o conselho de sentença faz outro questionamento: se é possível que uma pessoa cometa o crime de estupro, se arrependa e depois volte a uma vida de normal? A testemunha responde "sim, é possível".

22h05 - Discussão entre acusação e defesa continua no plenário

Defesa e acusação seguem conflitando em relação ao depoimento dado pela testemunha, Elise Trindade.

A defesa alega que um depoimento citado pelo assistente de acusação, que narra uma possível reunião escolar com Juliana e Georgeval, onde é trazida a informação de que as crianças estariam sofrendo algum tipo de abuso, foi tirada de contexto pela acusação. 

O juiz disse que não cabe, neste momento, este tipo de discussão e que isso poderá ser trazido durante os debates.

22h04 - Julgamento passa das 12 horas de duração

No primeiro dia, o julgamento de Georgeval Alves já passa das 12 horas de duração. O processo teve início nesta terça-feira (18) por volta das 9h45 e segue acontecendo com o testemunho da psicóloga forense Elise Trindade

21h46 - Acusação e defesa discutem sobre depoimento de psicóloga forense

Discussão entre acusação e defesa em relação ao depoimento prestado pela psicóloga forense Elise Trindade, diante da informação de que ela atua como assistente técnica a pedido da defesa e que não teve acesso total ao processo ou analisou o documento por completo e não teve contato físico com Georgeval e os filhos.

20h51 - Georgeval disse que foi orientado por amigo a mentir em depoimento

Segundo a psicóloga forense Elise Trindade, Georgeval narrou durante as avaliações psicológicas que mentiu em depoimento dizendo que tentou salvar os filhos por orientação de um pastor amigo. 

O acusado, segundo conta Elise, não queria passar a imagem de covarde por não ter entrado no quarto, mesmo com as chamas e a fumaça. 

"Ele se mostrou bem arrependido dessa declaração, principalmente por ter mentido para a esposa", disse Elise durante depoimento no júri.

20h40 - "Ele não tem características dos crimes aos quais está sendo imputado", diz psicóloga forense

O advogado Pedro Ramos, responsável pela defesa de Georgeval, pergunta à psicóloga se é possível afirmar que ele tem perfil compatível com os crimes pelos quais ele está sendo acusado.

"Temos uma avaliação que foi feita através de diversos indicativos e o conjunto das informações nos fazem acreditar que não, ele não tem características dos crimes aos quais está sendo imputado", respondeu a psicóloga forense.

20h29 - Começa o depoimento da psicóloga forense Elise Trindade

Após a fala do psiquiatra, começa o depoimento da testemunha Elise Trindade, a psicóloga forense que também analisou Georgeval a pedido da defesa.

20h04 - Encerrado o depoimento do psiquiatra

Após os questionamentos, foi encerrado o depoimento por videoconferência do psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro.

20h01 - Defesa de Georgeval questiona psiquiatra sobre presença de espermatozóide nos corpos carbonizados

A advogada de defesa Florence Rosa pergunta ao psiquiatra se no estado de carbonização em que as crianças foram encontradas, seria possível encontrar espermatozóide, mais especificamente, no tecido cutâneo das vítimas.

"Pode-se ter uma dificuldade em saber se a substância estava no ânus dos meninos, independente da faixa etária, apresentam a presença de PSA", disse Hewdy Lobo.

Juiz questiona psiquiatra sobre histórico de agressão

Ainda durante o depoimento, o juiz Tiago Fávaro Camata perguntou o psiquiatra se "O fato dele não ter histórico de agressão sexual e de ter praticado violência anteriormente contra as crianças o impediria de ter cometido os fatos?".

O psiquiatra respondeu que não e acrescenta que o resultado contido no laudo é baseado nas respostas dadas por Georgeval, que poderia ter mentido.

Em seguida o juiz pergunta se o psiquitara teve acesso a todo o processo antes de emitir o laudo. Hewdy diz que não, porque isso seria inviável devido ao número extenso de páginas.

19h23 - Psiquiatra fala sobre comportamento pós-morte e sobre a frieza de Georgeval

"Existiram sim, momentos de choro no período dos fatos. Ele talvez não tenha expressado sua dor publicamente, mas o fez com pessoas do seu convívio, demonstrou sua dor. Expressou isso conosco, inclusive, durante os atendimentos", afirmou o psiquiatra em depoimento

Em sua fala, Hewdy apontou o histórico de vida de Georgeval que aos quatro anos já vivia conflitos graves com a separação dos pais. Com isso, ele foi conviver com pai que tinha problemas mentais graves. A mãe foi presa e morreu no presídio após ter contraído HIV. 

Um histórico de vida com muita dificuldade, segundo conta o psiquiatra, que ainda lembrou que o acusado já foi vítima de abuso sexual na infância. O psiquiatra ainda afirma que tamanhas dificuldades passadas por Georgeval o tornaram uma "pessoa resiliente".

19h07 - Georgeval chora no plenário do júri

Georgeval começa a chorar no plenário do júri. A defesa vai até ele para ver o que aconteceu. Após receber um copo de água, o acusado foi consolado por uma das advogadas da bancada da defesa.

O choro ocorre no momento em que o psiquiatra forense relembra fatos da infância dele, como abuso sexual, abandono familiar, negligência e exposição à violência paterna/materna.

19h06 - Hewdy não recebeu por confecção de laudo

Durante seu depoimento por videoconferência, o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro afirmou que fez a prestação de serviço de forma pro bono, ou seja, sem receber nada pelo trabalho.

18h42 - Começa o depoimento por videoconferência do psiquiatra forense 

De São Paulo, por videoconferência, o júri ouve o depoimento de Hewdy Lobo Ribeiro, psiquiatra forense responsável pelo laudo emitido a pedido da defesa de Georgeval, que atesta que o réu não tem traços de psicopatia e/outro distúrbio mental.

"Nós buscavamos conhecer o comportamento carcerario de Georgeval e nos foi apresentado o laudo do sistema prisional do estado informando que o réu não passou por nenhuma punição e mantém comportamento adequado enquanto permanece no sistema carcerario", psiquiatra Hewdy Lobo.

18h29 - Sessão é retomada

Depois de retomada a sessão, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e os assistentes de acusação dispensaram as testemunhas arroladas por eles de prestar os depoimentos. Defesa vai ouvir uma testemunha de forma remota. A acusação dispensou três testemunhas que seriam ouvidas hoje.

18h02 - Encerrado o depoimento do tenente-coronel Benício Ferrari

Após o encerramento do depoimento da segunda testemunha, o tenente-coronel Benício Ferrari, o juiz declarou uma pausa de meia hora para o lanche. A previsão do juiz é que sejam ouvidas mais três testemunhas ainda hoje.

17h50 - Quantidade de água utilizada no combate ao incêndio poderia alterar a cena

Advogado de defesa, Hobert Limoeiro, indaga o tenente-coronel quantos litros de água foram utilizados pelo Corpo de Bombeiros para apagar o incêndio, usando uma declaração contida no processo e que foi prestada por um dos militares envolvidos no atendimento da ocorrência, de que teria sido utilizada a quantidade de 1,5 mil litros. Essa quantidade, conforme depoimento prestado pelo tenente-coronel Benício Ferrari e ensinada por ele em seus cursos de combate a incêndios, poderia alterar a cena e dificultar o trabalho da perícia.

17h47 - Depoimento de tenente-coronel já tem mais de 3h

Tenente-coronel Benício Ferrari segue prestando depoimento e respondendo aos questionamentos da defesa. Este é o depoimento mais longo até o momento, que já dura mais de 3 horas.

17h22 - Defesa questiona galão de combustível encontrado na cena

A defesa questiona a afirmação do tenente-coronel de que quatro galões encontrados na casa seriam irrelevantes para determinar se eles foram utilizados para o transporte do material acelerante possivelmente utilizado para atear fogo no quarto onde as crianças dormiam. "Foi encontrado na casa um recipiente, um galão, com cheiro do que seria gasolina. Estava do lado de fora, proximo à porta da cozinha. Ele é irrelevante porque se foi ele ou não foi ele... eu não posso afirmar que naquele galão foi transportado o combustível. Para nós, não faz diferença se foi ele ou outro objeto em que o combustível foi levado ao cômodo", declarou. A forma como o combustível foi introduzido no cômodo não afeta em nada a conclusão da hipótese.

15h14 - "Não existiu incêndio acidental", diz tenente

Tenente-coronel Benício Ferrari: "Não havia nenhum indício que apontasse causa elétrica como fonte primária do incêndio. Teria que haver um componente extra, que resultasse em um incêndio tão rápido e compatível com o cenário que encontramos no local".

15h05 - "Crianças estavam vivas quando fogo tomou o quarto", diz tenente

Ainda em depoimento, o tenente afirma que as crianças morreram por ação direta do calor e das chamas. "Se fosse um incêndio normal iria demorar vários minutos até consumir totalmente o cômodo e daria tempo das crianças saírem, o fogo viria de baixo, para cima. As crianças tinham fuligem nas vias superiores, o que mostra que estavam respirando. A literatura aponta que, em casos onde a vítima apresenta um nível muito baixo de carboxihemoglobina no organismo, só acontece em decorrência de um incêndio muito rápido, violento".

14h50 - Tenente diz que Georgeval o procurou para narrar como era o cômodo

De acordo com o tenente, Georgeval compareceu por conta própria ao Corpo de Bombeiros, acompanhado de alguns militares, que seriam "ovelhas" da igreja dele, para dar informações sobre o dia do incêndio. "Estranhei ele aparecer para me narrar como era o cômodo. Eu não queria ouvi-lo naquele momento de dor. Mas, ele veio até nós".

14h44 - Tenente-coronel do CBMES fala das contradições nos depoimentos de Georgeval

"Ele disse que teria tentado entrar de pé, no quarto e, por isso, teria queimado os cabelos e a barba. Em hipótese alguma, diante do calor existente na cena, ele conseguiria entrar de pé e enxergar qualquer coisa dentro de um quarto tomado por fumaça. Ele talvez conseguisse fazer isso, mas abaixado. Diante dessa enorme incompatibilidade de informações que ele estava narrando, acionei o delegado Romel e disse que iria comunicar que houve uma ação pessoal intencional no caso".

14h37 - Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros descreve como estava o quarto das crianças pós-incêndio

"Registrei com fotos e vídeos o ambiente e pedi que a cena fosse preservada, não fosse acessada. A parte mais deteriorada do quarto era perto da janela, onde ficava o beliche das crianças. Eu tive que fazer um croqui para tentar entender como era a disposição dos móveis no cômodo e, a partir dali, tentar descrever de trás para frente como ocorreu o incêndio".

14h26 - Defesa de Georgeval pede dispensa de testemunha, juiz nega e discussão toma conta do local

A defesa de Georgeval Alves pediu à defesa de Georgeval a dispensa da testemunha, alegando que ele manifestou publicamente opiniões pessoais contra Georgeval, chamando-o de "monstro", motivo pelo qual o depoimento técnico dele como perito, não pode ser validado. 

Juiz mantém o depoimento da testemunha e dá como indeferido o pedido da bancada defensiva de Georgeval. Gera-se um desconforto e discussão entre assistentes de acusação e defesa de Georgeval.

14h16 - Julgamento é retomado

Após cerca de 1h para o almoço, o julgamento foi retomado nesta tarde. Segunda testemunha, tenente-coronel Benício Ferrari, será ouvida.

13h11 - Pausa para o almoço

Juiz anunciou um intervalo de 40 minutos para o almoço. 

13h10 - Encerrado depoimento do delegado

O depoimento do delegado Romel Pio, primeira testemunha a ser ouvida no plenário, foi encerrado.

13h05 - Defesa e delegado divergem sobre depoimento

A defesa de Georgeval trouxe o depoimento de um perito, Carlos Alberto ViIlhagra — que morreu durante a tramitação do processo —, em que ele diz que Georgeval tinha lesões compatíveis com calor. 

O delegado retrucou a fala dizendo que as lesões, sim, existiam, mas não eram compatíveis com o enfretamento de um incêndio como foi dito pelo réu. 

"Eu disse que as lesões eram ínfimas", disse o delegado.

12h49 - Sem conhecimento de abusos anteriores

Delegado diz à defesa que só teve conhecimento de uma situação de maus tratos relatada por uma das crianças que foi em relação ao ato praticado por outra criança. Não teve conhecimento de relato de abusos anteriores praticados por Juliana ou Georgeval.

12h47 - Selfie foi apagada antes da perícia

Defesa mostra a selfie feita por Georgeval, em que ele aparece com a filha no colo com Juliana, sorrindo. Defesa pergunta se a fotografia foi compartilhada em alguma rede social pelo réu e delegado diz não ter conhecimento disso. Delegado disse ainda que a imagem teria sido apagada pouco antes do aparelho ser recolhido e só foi resgatada após trabalho de perícia

12h40 - Georgeval teria tentado tirar a própria vida

A defesa fala sobre uma situação em que Georgeval teria tentado se matar correndo para a BR 101 e, na ocasião, foi contido por um bombeiro. O delegado responde: "se quisesse se matar, teria entrado no quarto e tentado salvar os filhos. Não ter ido correr na BR". Defesa ressalta que essa é uma opinião do delegado.

12h37 - Defesa questiona testemunha sobre pedido de ajuda de Georgeval

A defesa questionou o delegado sobre o fato dele ter dito que testemunhas disseram que o réu não tentou ajudar no socorro às crianças e se manteve inerte, quando no depoimento de outra, ela afirma que ele (Georgeval) saiu de cueca pela rua gritando por socorro. O delegado respondeu dizendo que ele só foi ter essa reação após a chegada de outras pessoas.

12h02 - Defesa começa a fazer perguntas à testemunha

Chega ao fim questionamentos do Ministério Público para a testemunha. O delegado Romel Pio de Abreu Júnior, agora, passa a ser responder perguntas da defesa de Georgeval. 

11h58 - Juliana Alves demonstrou sofrimento, mas Georgeval não

De acordo com o delegado, Juliana Alves demonstrou emoções após a morte dos filhos, ao contrário de Georgeval. 

"Ao contrário dele, ela sempre demonstrou sofrimento pela morte dos filhos. Mas, ela não acreditava que ele pudesse ter cometido o crime. Só após nós mostrarmos as provas que a ficha dela foi cair".

11h59 - Após incêndio, Georgeval ligou para membro de igreja

Perícia no aparelho celular de Georgeval identificou que a primeira ligação feita por Georgeval no dia dos fatos foi para um membro da igreja, não para bombeiros ou polícia.

Ao entregar o aparelho telefônico para ser periciado, Georgeval teria pedido ao perito para tomar cuidado com o celular dele, pois o aparelho "teria custado caro"

11h53 - Delegado relatava que cômodos estavam revirados

"Encontramos um cenário de casa revirada, que objetos jogados no local e circulação de pessoas no imóvel que mostram que houve a violação daquele local e que poderia comprometer a perícia. Por isso, achamos por bem pedir pela prisão dele"

11h50 - Delegado considera réu culpado

Para o delegado, não há dúvidas que o réu é culpado.

"Georgeval matou as crianças. Em nenhum momento durante meu trabalho quis culpar ninguém. Queríamos só descobrir a verdade. Fui advogado por 8 anos e sei como funciona esse trabalho, tanto é que demoramos a intimá-lo por entender o luto pelo qual passava. Mas, no trabalho de investigação fui percebendo que a versão dele não se sustentava e, no final, não houve dúvida de que ele incendiou as crianças", disse o delegado.

11h45 - Não houve simulação no local do crime

Não foi feita simulação do incêndio na época porque defesa de Georgeval, que o acompanhava na ocasião, disse que ele não participaria deste tipo de ação.

11h42 - Força tarefa atuou na investigação

A investigação contou com uma força tarefa. Três delegados participaram na linha de frente e um delegado atuou no apoio. Dois investigadores atuaram na investigação, que contou ainda com uma dezena de peritos na coleta e analise de provas.

11h41 - Houve "agente acelerante" para alastrar o fogo, afirmaram bombeiros à polícia

De acordo com o delegado ouvido pelo júri, em hipótese alguma, o incêndio teria ganhado a proporção que ganhou se tivesse ocorrido da forma em que foi relatado por Georgeval. O delegado disse durante o julgamento que os bombeiros foram categóricos ao concluir que houve o uso de agente acelerante para alastrar o fogo.

11h39 - Roupas novas e selfie no elevador

O delegado também falou sobre o comportamento de Georgeval após as mortes. Segundo a testemunha, ele foi ao shopping comprar roupas novas. 

Também foi encontrada no celular de Georgeval uma mensagem para familiares de Juliana pedindo que levassem para ele um relógio que gostaria de usar no culto após a morte das crianças.

Georgeval haveria comemorado o fato de que o culto seria transmitido ao vivo pela internet e chegou a fazer selfie sorrindo dentro do elevador quando seguia para o Departamento Médico Legal para coletar material.

11h36 - Galão de combustível foi encontrado no carro de Georgeval

Foi encontrado um galão para transporte de combustível no porta-malas do carro de Georgeval. 

Segundo delegado, foi encontrado o agente acelerante derivado de petróleo apenas no quarto das crianças. Foi feita a contraprova, com coleta em outros cômodos da casa, e nenhum material semelhante ou igual foi encontrado no restante do imóvel, apenas no local onde o fogo se alastrou.

11h29 - Delegado descreve detalhes da investigação

O delegado contou que teve acesso à casa pela cozinha e disse que o incêndio ocorreu no quarto das crianças, mas que elas podem, sim, ter sido agredidas e abusadas, em outros cômodos do imóvel. O foco do incêndio ficou totalmente concentrado no quarto das crianças.

Ele descreveu que o nível de carbono hemoglobina era bem baixo, o que mostra que elas morreram carbonizadas e foram colocadas no local onde morreram desacordadas e sem a possibilidade de esboçarem qualquer reação de pedido de socorro.

Gritos desesperados foram ouvidos por uma vizinha que morava nos fundos da casa da família no horário aproximado em que Georgeval disse à polícia que estaria dormindo. Logo após os gritos, foi ouvido um estouro forte e em seguida notado o incêndio.

11h24 - Georgeval de costas para o público

Georgeval Alves permaneceu de costas para o público e de frente para os policiais penais. Por algumas vezes, ele conversou com os agentes que fazem a escolta dele.

11h19 - Defesa pede indeferimento de pergunta

A defesa pediu que o juiz indefira a pergunta feita à testemunha pelo Ministério Público, alegando que o promotor está pedindo opinião sobre o caso. O juiz não acatou o pedido da defesa de Georgeval.

11h15 - Destaques do depoimento do delegado

Comportamento frio de Georgeval

Delegado disse que o comportamento de Georgeval durante o depoimento era frio o tempo todo. 

"Lanchou de frente para mim enquanto noticiava de que forma os filhos tinham morrido. Isso sentando de frente para mim. Só demonstrou dor nos momentos que ele achava que deveria demonstrar", disse.

Lesões pós-incêndio

"Nenhuma lesão grave foi encontrada no corpo de Georgeval durante o exame pericial. A única bolha existente no corpo dele estava na sola do pé, que pode ter sido provocada pelo fato dele ficar correndo de um lado para o outro, descalço, no dia dos fatos, segundo apontaram as testemunhas".

Portão arrombado

Em depoimento à polícia, Georgeval disse que tentou arrombar o portão para sair do imóvel, o que foi negado pelas testemunhas dos fatos.

"Todas as testemunhas disseram que ele, em nenhum momento, tentou auxiliar no socorro. Ele apenas apontou com gestos como essas pessoas deveriam fazer para chegar no quarto das crianças. Mas não foi junto".

Tentativa de socorrer os filhos

Delegado afirmou que Georgeval não tentou auxiliar as testemunhas no socorro aos filhos. As duas primeiras testemunhas que chegaram no local disseram que ele não tentou ajudar em momento algum.

10h58 - Primeira testemunha presta depoimento

A primeira testemunha a prestar depoimento é o delegado Romel Pio de Abreu Júnior, convocada pelo Ministério Público do Espírito Santo.

Em seu depoimento, ele falou das peças informativas que a polícia colheu para concluir a investigação, esclareceu a materialidade das provas e disse que assim que tomaram conhecimento contatou o Corpo de Bombeiros para dar início ao trabalho investigativo. Primeiramente, o caso foi tratando como incêndio. Para preservar a família, pelo luto, não intimou Georgeval e Juliana para depor.

Ele ainda disse que foi acompanhar o trabalho de perícia e, no local, teve conhecimento de que Georgeval estava tentando acompanhar o que acontecia no imóvel. O delegado, então, o levou para prestar depoimento e disse que achou estranho o comportamento de Georgeval.

"Todo o trabalho da perícia e oitiva das testemunhas nos deixaram convictos de que se tratava de um crime e, por isso, pedimos pela prisão preventiva dele. Uma certeza era de que ele havia matado e abusado sexualmente das crianças. Então o indiciamos pelos crimes que está sendo acusado", disse em depoimento.

10h21 - Testemunhas começam a ser ouvidas

Com todos presentes, as recomendações são feitas pelo juiz ao júri. A partir deste momento, haverá o início à oitiva das testemunhas.

10h07 - Conselho de sentença é escolhido

Após o sorteio e as dispensas, foram escolhidos seis mulheres e um homem para compor o Conselho de Sentença.

10h03 - Defesa e acusação dispensam jurados

A defesa justificou a dispensa de uma jurada por uma suposta amizade com uma das testemunhas. A justificativa foi aceita pelo juiz e bancada de acusação. Por conta disso, a defesa teve direito a liberar quatro jurados e não três, como é o protocolo. A acusação também recusou três jurados.

9h55 - Juiz explica como será julgamento

O juiz explicou como vai funcionar o sorteio dos jurados e as regras de quem pode participar. Em seguida, ele começou a chamada dos jurados para saber se estão todos presentes. Das 25 pessoas convocadas, sete serão escolhidas. No sorteio, defesa e acusação podem recusar três convocados cada.

9h50 - Georgeval Alves entra no salão do júri

Escoltado por cinco agentes da Polícia Penal, Georgeval entrou no salão do júri. Ele veste calça cinza, camisa social branca e calça chinelos de dedo. Com expressão bem tranquila, ele cumprimentou a defesa.

9h42 - Juiz abre sessão

O juiz Tiago Fávaro Camata abre a sessão do júri, dá as boas-vindas aos presentes e fala do calendário de julgamentos e audiências que vão ocorrer no fórum.

9h18 - Defesa de Georgeval chega junta ao local

Toda bancada defensiva de Georgeval chegou ao plenário do júri. Todos estão usando gravata azul-marinho. Pedro Ramos, que anteriormente usava colete balístico, não adotou o uso do item neste momento.

09h15 - Advogado dativo chega ao fórum

O advogado dativo Deo Moraes, nomeado pelo juiz do caso para realizar a defesa de Georgeval Alves já se encontra no Fórum de Linhares. Moraes aguarda para saber como ficará a configuração da bancada de defesa.

Foto: Lucas Salazar / TV Vitória

09h08 - Pai e avó de Kauã chegam ao local

Rainy Butkovsky e Marlúcia Butkovsky, pai e avó do menino Kauã, chegaram ao Fórum de Linhares para acompanhar a sessão de julgamento.

Foto: Lucas Salazar / TV Vitória

8h58 - Assistente de acusação diz que

A assistente de acusação no caso, Larissa Almeida, comentou sobre a possibilidade de um novo adiamento do julgamento.

"Tudo é possível. Ele pode dizer que quer a presença dos advogados dele e pode ser que os advogados abandonem o plenário novamente. Estamos preparados para qualquer coisa, mas creio que hoje o júri começa de fato", disse.

8h39 - Georgeval chega ao fórum

Réu no julgamento, Georgeval Alves chegou ao fórum escoltado pela Polícia Penal.

8h35 - Portas do fórum são abertas

As portas do fórum foram abertas para a entrada do público e da imprensa. Muitos estudantes de Direito e parentes de Kauã Butkovsky estão no local. O pai e a avó ainda não chegaram.

8h15 - Remarcado, julgamento acontece nesta terça-feira

Inicialmente, o julgamento de Georgeval Alves estava marcado para 03 de abril, mas foi suspenso após a defesa do réu abandonar o local. Por decisão do juiz, o júri foi remarcado para esta terça-feira (18).


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