Coreia do Sul proíbe consumo e venda de carne de cachorro
O Parlamento da Coreia do Sul aprovou uma lei proibindo o consumo e a comercialização da carne de cachorro, uma prática arraigada no país
Com 208 votos a favor e nenhum contra na Assembleia Nacional, a nova legislação está prevista para entrar em vigor após um período de carência de três anos, assim que receber a aprovação final do presidente Yoon Suk-yeol. O abate de cães e a venda de sua carne para consumo serão punidos com até três anos de prisão ou multa de até 30 milhões de wones (cerca de R$ 111,4 mil).
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Embora a carne de cachorro tenha sido parte da culinária sul-coreana por muito tempo, estima-se que um milhão de cães tenham sido abatidos em um único ano, embora esse número tenha diminuído com o tempo devido à crescente tendência de adotar cães como animais de estimação.
Atualmente, o consumo de carne de cachorro é considerado tabu entre os jovens urbanos sul-coreanos, e ativistas têm pressionado o governo nos últimos anos para proibir essa prática. Um levantamento realizado por uma organização de bem-estar animal revelou que nove em cada dez sul-coreanos afirmam que não consumiriam carne canina no futuro.
A proibição recebeu apoio do presidente Yoon, que adotou cães e gatos de rua, e de sua esposa, Kim Keon-hee, uma crítica do consumo de carne de cachorro. Anteriores tentativas de proibir o comércio enfrentaram oposição de fazendeiros que criavam os animais para consumo, mas a nova legislação inclui compensações para esses negócios, visando facilitar a transição para outras atividades.
"Este é um momento histórico", afirmou Chae Jung-ah, diretor executivo da Humane Society International Korea, um grupo de proteção animal. "Chegamos a um ponto em que a maioria dos sul-coreanos rejeita o consumo de carne de cachorro e deseja que esse sofrimento seja relegado ao passado."
A posse de animais de estimação tem aumentado na Coreia do Sul ao longo dos anos, com um em cada quatro lares coreanos tendo um cachorro de estimação em 2022, em comparação com 16% em 2010, de acordo com dados do governo.
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