Cais das Artes: acordo para retomar as obras está em fase de conclusão, diz governo
Obras estão paradas desde 2015 à espera de definição de processos na Justiça; empreendimento cultural tem o maior custo de obras paralisadas no Estado
O acordo entre Estado e empresa responsável pelas obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, está próximo de ser concluído. A conclusão de um interesse em comum entre as partes é necessária para retomar a construção do complexo cultural, paralisada desde 2015.
O Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informou que "está finalizando o acordo internamente com a empresa responsável pela obra”. A reportagem do Folha Vitória publicou em primeira mão que a Justiça havia definido a data de 22 de maio como limite para que as partes chegassem a um consenso, suspendendo um imbróglio jurídico que envolvia outros cinco processos, segundo informações da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
O prazo passou e somente o Estado se manifestou sobre o andamento das negociações. O consórcio empresarial, com sede em Minas Gerais, foi procurado mas respondeu que o engenheiro responsável pelo assunto não está no Brasil e que não estaria disponível para entrevistas.
No domingo (23), o arquiteto responsável pelo projeto do Cais das Artes, o capixaba Paulo Mendes da Rocha, considerado referência contemporânea mundial em arquitetura e urbanismo, faleceu aos 92 anos em São Paulo. A morte do projetor original, que não chegou a ver sua obra pronta, despertou, novamente, a atenção em relação ao Cais.
Uma década de atraso
O empreendimento destaca-se numa lista de obras paralisadas feita pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo. De acordo com o Tribunal, atualmente o Estado tem 290 obras paradas, envolvendo tanto projetos de prefeituras quanto do governo estadual. Neste levantamento, o Cais das Artes tem o contrato de maior valor: R$ 127,3 milhões.
A expectativa do Governo do Estado era de retomar com a finalização do empreendimento ainda no primeiro semestre deste ano. O projeto abrigará espaços voltados para a realização de shows e espetáculos de teatro, dança, concertos e exposições artísticas de renome nacional e internacional. Ele começou a ser construído em 2010 e está com as obras paradas desde 2015.
Em 2010, a gestão estadual esperava concluí-lo em 18 meses. No entanto, as obras foram paralisadas por duas vezes, devido a problemas apresentados pelas empresas contratadas.
O primeiro consórcio foi à falência em 2012. Uma outra empreiteira retomou os trabalhos no ano seguinte. Mas, em 2015, o consórcio entrou na Justiça contra o Estado, comprometendo a conclusão do projeto. Desde então, as obras estão paralisadas e a estrutura erguida até agora vem sofrendo com a degradação do tempo.
Enseada do Suá vai ganhar praça com área de lazer
Além da conclusão das obras, paralisadas desde 2015, os moradores e empresários da região da Enseada do Suá, em Vitória, pedem o aproveitamento de uma área localizada ao lado do empreendimento para a construção de uma praça multiúso, oferecendo opção de lazer para a comunidade.
A área, que fica entre a Rua Roseni Borges Alvarado e a Baía de Vitória, pertence ao Governo do Estado e está nas intenções de desejo da associação para que seja transformada em um espaço contando com quadra poliesportiva, playground, área de alimentação com quiosques, mirante e até cinema ao ar livre. O projeto foi sugerido e entregue ao DER-ES pela Associação de Moradores, Empresários e Investidores da Enseada do Suá (Amei-ES), Eduardo Borges.
Os moradores obtiveram do Estado o compromisso de uso de 70% da área para a instalação da praça. Porém, tudo depende da retomada da construção do Cais. Quanto aos equipamentos de lazer, ainda não há definição se as sugestões da associação serão acatadas.
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