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Grávida que morreu após tomar Astrazeneca atuou na Defensoria Pública no Espírito Santo

Anvisa suspendeu a aplicação da vacina em gestantes para investigar se o imunizante tem relação com a morte da vítima

Viviane Lopes de Souza Henriques de Azevedo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Facebook

A morte da promotora de Justiça Thaís Possati de Souza fez com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendasse a suspensão da aplicação da vacina Astrazeneca em gestantes. Thaís estava grávida e havia recebido a primeira dose do imunizante. Agora, o órgão vai investigar se a morte tem relação direta com a vacina.

Thaís exercia a função em cidades do Rio de Janeiro, mas já trabalhou como defensora pública no Espírito Santo. Por meio de nota, a Associação dos Defensores Públicos (Adepes) lamentou a morte e lembrou que a atuação no estado ocorreu entre os anos de 2013 e 2017.

A imunização de gestantes e puérperas com a vacina da Oxford/FioCruz foi suspensa pelo ministério, nesta terça-feira (11), para investigação de possíveis eventos adversos nestas mulheres após a aplicação das doses. A pasta também orientou que a vacinação de pessoas neste grupo que não tenham comorbidades também seja suspensa, independentemente da vacina a ser aplicada.

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O anúncio da suspensão ocorreu após a notificação da morte de Thaís, no Rio de Janeiro, poucos dias depois de se vacinar com as doses da Oxford. Por este motivo, a Anvisa também pediu a suspensão da vacina em gestantes.

A morte da mulher de 35 anos ainda está sob investigação das autoridades sanitárias, para definir se as complicações têm relação com o produto. Nas horas seguintes à morte da gestante no Rio e a orientação da Anvisa, mais de vinte e um estados do Brasil já tinham suspendido a vacinação do grupo com doses da Oxford.

A vacinação de gestantes não está prevista na bula do imunizante da AstraZeneca, mas o Ministério da Saúde decidiu incluir o grupo entre as prioridades para imunização devido ao número elevado de mortes de gestantes nos últimos meses.

Vacina no Espírito Santo

As gestantes com comorbidades do Espírito Santo que ainda não foram vacinadas contra a covid-19, agora serão imunizadas com a vacina da Pfizer. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, com a suspensão da vacinação com a AstraZeneca, o governo decidiu pela vacinação das gestantes capixabas com imunizantes da Pfizer.

A princípio, por orientação do Ministério da Saúde, as doses seriam destinadas exclusivamente para a cidade de Vitória. Agora, no entanto, será feita uma força-tarefa para ampliar a chegada do imunizante às gestantes de outros municípios.

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"Diante da suspensão da aplicação e do incremento em maiores volumes da chegada da vacina da Pfizer, o Governo do Espírito Santo decide encaminhar, no dia de hoje, a organização da vacinação macrorregional das gestantes, que ainda não foram vacinadas, com a vacina da Pfizer", explicou o secretário de Saúde.

Nésio destacou ainda que o Espírito Santo não registrou nenhum evento adverso grave com a vacina da AstraZeneca em gestantes. As grávidas que já receberam o imunizante, segundo ele, devem acompanhar os sintomas.