Variante indiana: falta de controle nos aeroportos e portos permitiu a entrada de infectados com a covid-19 no ES
De acordo com a Sesa, a vigilância das fronteiras aéreas e marítimas é de responsabilidade da Anvisa; o governo do Estado tem estudado medidas para, independente do governo Federal, aplicar medidas de fiscalização nos portos e aeroportos
Na tarde desta sexta-feira (28), conforme noticiado em primeira mão pelo Jornal Online Folha Vitória, um hotel na orla de Camburi, em Vitória, precisou ser interditado pela Vigilância Sanitária Estadual, já que um indiano que estava hospedado, testou positivo para covid-19.
A entrada da tripulação de três indianos e o contato deles com funcionários do hotel chama a atenção de como o controle, tanto dos portos quanto dos aeroportos, tem sido feito. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a vigilância das fronteiras aéreas e marítimas é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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O caso dos hóspedes indianos acontece no momento em que o Governo do Espírito Santo inicia a vacinação de profissionais portuários e aeroportuários.
"Já identificamos um indiano, agora é investigar se ele tem a cepa indiana. Isso mostra a necessidade de uma ação de controle e vigilância em portos e aeroportos. É importante que o Governo Federal estabeleça um controle e dificulte a entrada de novas variantes”, reforçou o governador.
Casagrande adiantou também que busca com a equipe, independente do Governo Federal, medidas de fiscalização em portos e aeroportos, mas não especificou quais seriam. “Faremos o que for possível para diminuir o risco do contágio e variação da Índia ou de outro país", finalizou.
A equipe do Jornal Folha Vitória questionou a Anvisa sobre quais medidas são tomadas para o controle das fronteiras marítimas e aéreas. E, em relação ao caso específico do indiano, se em algum momento ao entrar no país ele já tinha sido testado. Assim que houver resposta, a matéria será atualizada.
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Variante indiana é confirmada em São Paulo
O Estado de São Paulo identificou o primeiro caso da cepa B.1.617 do coronavírus, conhecida como variante indiana. O paciente tem 32 anos, é morador de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde, e o sequenciamento, finalizado na última quarta-feira (26).
O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, não há registros desta linhagem no Estado de São Paulo.
A secretaria informou que, imediatamente após ser comunicada pela Anvisa, iniciou as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto ao município. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.
Desde o dia 14 de maio, as equipes de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde notificam os municípios de residência de todos os passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que envia para a Saúde a lista completa dos passageiros do voo.