Vídeo mostra suspeito de matar namorada em Vitória saindo de apartamento após o crime
Para a polícia, o namorado de Ana Carolina Kurth, que aparece nas imagens, é o principal suspeito de assassinar a jovem. Ele foi preso na noite de quarta-feira (17)
Imagens da câmera de videomonitoramento do prédio em que Ana Carolina Kurth, de 24 anos, morava e foi assassinada, mostram o momento em que o namorado dela, apontado pela polícia como principal suspeito de cometer o crime, deixa o local. O rapaz, também de 24 anos, foi preso na noite de quarta-feira (17).
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No vídeo, gravado às 15h33, o suspeito aparece fechando a porta do apartamento. Com cabelo preso e mochila nas costas, ele aciona o elevador duas vezes e aparenta nervosismo, andando no corredor de um lado para o outro.
Ao entrar no elevador, o suspeito encontra com uma pessoa, que estava saindo. Não há informações, até o momento, se os dois são conhecidos, mas as imagens mostram que eles desceram juntos para outro andar.
Jovem foi assassinada a facadas dentro do apartamento
O assassinato aconteceu na tarde de segunda-feira (15), no apartamento em que Ana Carolina morava com o namorado. Ela era de Santa Maria de Jetibá, município da região Serrana do Espírito Santo, e morava com o rapaz há cerca de 3 meses.
Momentos antes, vizinhos ouviram gritos e pedidos de socorro por parte dela e, logo depois, viram o jovem deixando o prédio pela porta da frente. Eles arrombaram a porta do imóvel e encontraram o corpo da jovem.
Ainda de acordo com eles, as brigas entre o casal eram constantes e, inclusive, a polícia já chegou a ser acionada algumas vezes. Quando os militares chegavam, no entanto, Ana Carolina afirmava que nada havia acontecido.
"Eles brigavam muito e isso abalava muito, não só aqui no prédio, mas o Centro que fica muito silencioso no final de semana. Todo mundo ouvia eles brigando. Tanto que as pessoas chamaram a polícia algumas vezes. Os policiais vinham e ela dizia que nada tinha acontecido. A gente ficava sem saber o que fazer", relembra uma vizinha.
Rapaz é estudante de Direito e assumiu autoria do crime
A defesa do namorado de Ana Carolina afirmou, em entrevista ao Folha Vitória na quarta-feira (17), que o estudante de Direito, também de 24 anos, assumiu a autoria do crime.
Antes de ser preso, ele chegou a prestar depoimento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher por mais de uma hora, mas foi liberado.
De acordo com a advogada Lidiane Lahas, ele se apresentou voluntariamente e todo o procedimento foi realizado na delegacia. Segundo ela, ele saiu do local do crime para fugir do flagrante, pois "ficou sem saber o que fazer".
"Ele ficou sem saber o que fazer. Ele é estudante de Direito e saiu para fugir do flagrante. Não havia mandado de prisão e nem intimação. Ele compareceu e agora está à disposição da Justiça. Nesse momento não vamos divulgar a estratégia, mas vamos garantir que ele tenha uma defesa, como qualquer outro cidadão, independente do crime que tenha cometido. Ele vai se manifestar no momento oportuno", afirmou.
"Ele tem um quadro psicótico devido à esquizofrenia", diz defesa
A defesa destacou ainda que o namorado da vítima é diagnosticado com esquizofrenia e que ele não teria saído do local para "fugir do flagrante", mas sim para escapar da situação.
"Ele tem um quadro psicótico devido à esquizofrenia e fez o que fez. Não sabemos a motivação. Queremos justiça, nós queremos que ele pague pelo que ele fez. A gente não vai negar", afirmou.
Lidiane Lahas também explicou que optou por não citar o quadro psicológico e sobre o laudo do rapaz anteriormente e que a decisão mudou somente na tarde de quarta-feira.
O que diz a Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil esclareceu que a legislação brasileira estabelece que a prisão de suspeitos só deve ocorrer em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão em aberto. No caso em questão, não se configurou nenhuma das duas ocasiões. Dessa forma, o suspeito foi liberado, em primeiro momento.
“Após a juntada de provas que consubstanciassem a emissão do mandado de prisão, o pedido foi realizado ao Judiciário e foi deferido. Diligenciamos e tivemos êxito em prendê-lo, no Centro de Vitória. Ele não resistiu à prisão e foi encaminhado à sede do DEHPP, no Barro Vermelho, também na Capital”, disse o delegado Ricardo Almeida, chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP).
O suspeito foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana, onde permanece à disposição da Justiça. O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
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