Governo do ES diz que protesto que parou o trânsito na Grande Vitória é ilegal
Em nota, a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura estuda as medidas judiciais cabíveis para responsabilização dos envolvidos
A Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou, na tarde desta segunda-feira (29), que o protesto realizado nas imediações do Terminal de Carapina, na Serra, que parou o trânsito na Grande Vitória, nesta manhã e início de tarde, é ilegal. A manifestação foi encerrada por volta das 11h30, mas o trânsito deu um nó a ponto de parar o tráfego na Rodovia do Contorno, perto de Cariacica.
Em nota, a pasta ressaltou que qualquer movimento que cesse o acesso da população ao transporte público e interrompa o direito de ir e vir é ilegal.
"A manifestação foi coordenada sem qualquer aviso prévio com interesses em eleições sindicais. O Governo do Estado estuda as medidas judiciais cabíveis para responsabilização dos envolvidos", disse a nota.
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O movimento provocou um engarrafamento quilométrico que tomou conta inicialmente da Avenida Norte Sul e que reverberou para a Rodovia do Contorno, na BR-101, entre os municípios de Cariacica e Serra.
Os motoristas ficaram "presos" por horas no trânsito, bem como os passageiros que precisavam pegar ônibus, devido ao protesto que teve início logo no início da manhã na Avenida Norte Sul. Apesar do protesto já ter acabado, as vias seguiram com o trânsito intenso.
O trânsito coincidiu com bloqueios nos dois sentidos da Avenida Norte Sul, próximo ao Terminal de Carapina, que deixou a região completamente parada. Com isso, trajetos que, normalmente, são feitos em minutos, levaram horas.
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A Polícia Militar informou que na manhã desta segunda-feira (29), o Ciodes recebeu a informação de que manifestantes estavam na entrada do Terminal de Carapina, no bairro Rosário de Fátima, Serra, impedindo a entrada e saída dos coletivos.
Militares acompanharam o protesto, que fechou os dois sentidos da Rodovia Norte Sul. A manifestação foi encerrada sem alterações.
Quanto à manifestação de alguns rodoviários, o GVBus informou, por meio de nota, que repudia qualquer tipo de manifestação que desrespeite o direito de ir e vir dos cidadãos e esclareceu, ainda, que os consórcios estão estudando uma forma de minimizar o impacto do fechamento das vias na operação.
Questionada a Eco 101, concessionária responsável pela BR 101, foi informado que não houve registro de ocorrência e que o fluxo está intenso na região devido à grande quantidade de veículos, reflexo do protesto ocorrido fora do trecho sob concessão.
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Protesto foi realizado pela oposição do Sindirodoviários
Procurado pelo Folha Vitória, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES) Miguel Leite, afirmou que o protesto foi realizado por uma chapa de oposição ao sindicato, que conta com 19 membros.
"O ato não era do Sindirodoviários. É uma chapa de oposição que está fazendo isso. Eles já registraram a chapa deles para a eleição do dia 22 de junho, então não sei o motivo desse ato, se a chapa já está montada e registrada. O Sindirodoviários está desenvolvendo o caminho das eleições, é uma eleição democrática", afirmou.
Em nota, o sindicato dos trabalhadores reforçou que não organizou o movimento e que não concorda com o acontecimento.
"O entrevistado hoje por vários meios de comunicação, identificado como Wagner Fernandes Vieira, organizador do movimento, na verdade é o candidato a presidência da chapa de oposição, que já está inscrita junto à comissão eleitoral que foi eleita em assembleia democrática em assembleia da categoria que foi realizada no último dia 4 de maio", disse a nota.
Segundo o Sindirodoviários, o candidato da chapa de oposição, disse em entrevista que “entraram com várias ações judiciais e que a justiça ainda não se posicionou”. "A justiça indeferiu o pedido que foi feito por membros dos mesmos opositores, reconhecendo a legalidade de todos os atos praticados tanto pelo sindicato dos rodoviários, quanto pela comissão eleitoral, a quem cabe o papel de coordenar o processo eleitoral, sempre fiel ao estatuto social da entidade sindical", afirmou a entidade de classe.
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O que diz a oposição
O representante da chapa de oposição, Wagner Fernandes, afirmou à reportagem da TV Vitória que a manifestação se dá porque a categoria não aguenta mais a gestão atual do sindicato.
"A atual gestão facilitou a retirada de mais de 4 mil postos de trabalho, tirou hora extra, dobra e, por último, o intervalo da categoria. Tem alguns cobradores, que ainda estão no sistema, que foram colocados para trabalhar 2h, eles não estão tendo dignidade no ônibus e acreditam que se a atual gestão ganhar, não vão ser cumpridos nem os acordos homologados. Então a categoria quer que a Justiça faça a eleição, porque o sindicato quer urna itinerante e isso tem risco de fraude", comentou.
Questionado sobre a paralisação do trânsito, Fernandes afirmou que sabe que está sendo feito um movimento que acaba atrapalhando a população. "Mas sabemos que se não for dessa forma, nada muda. São 7 ações nos tribunais e a justiça não intervém", pontuou.