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Entenda como um implante no coração pode evitar morte súbita

O ator Rafael Cardoso e o jogador de futebol Christian Eriksen têm o aparelho no corpo, chamado de desfibrilador cardíaco

Foto: Reprodução / Instagram

Casos de morte súbita e mal súbito foram registrados recentemente. Como o caso do jogador dinamarquês Christian Eriksen sofreu um mal súbito durante uma partida de futebol na Eurocopa. Para evitar essas trágicas situações, existe o implante de um desfibrilador cardíaco que, além proteger contra as mortes súbitas, pode conter possíveis arritmias.

Também chamado de CDI, o implante já é utilizado pelo ator Rafael Cardoso que precisou passar pelo procedimento por ser portador de uma miocardiopatia hipertrófica, que causou fibrose no músculo do seu coração.

“O ator tem uma doença congênita, que predispõe uma arritmia chamada de taquicardia ventricular, que pode ser fatal porque fica incessante. O desfibrilador, automaticamente, detecta a arritmia, dá o choque e acaba com ela, fazendo com que o coração volte ao ritmo normal”, explicou o cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, João Vicente da Silveira.

O jogador dinamarquês Christian Eriksen, 29, que sofreu um mal súbito durante uma partida de futebol, também precisou fazer o implante do desfibrilador cardíaco. “Toda vez que um paciente é recuperado de morte súbita, é preciso colocar o aparelho porque ele tem a chance de ter de novo uma arritmia e morrer. É uma medida preventiva”, afirma o especialista.

Além da miocardiopatia hipertrófica e dos casos de morte súbita, o implante do CDI pode ser necessário para pessoas com doença de chagas, insuficiência coronariana e em pacientes que passaram pelo infarto.

“A pessoa que teve um infarto e o coração ficou grande, pode desencadear uma arritmia que não melhora com os medicamentos, então esse paciente acaba tendo a possibilidade de ter uma arritmia muito grande e o aparelho vai conter isso”, apontou o cardiologista.

De acordo com o especialista, a cirurgia para o implante do desfibrilador é simples e a recuperação é rápida. Depois do procedimento, o paciente fica um dia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para monitorar qualquer intercorrência, depois passa um dia em observação e, no terceiro dia, já recebe alta.

“O aparelho é colocado debaixo da pele e, por um pequeno fio, liga os eletrodos dentro do coração. Quando é acionado, em casos de arritmia, o paciente sente que levou um choque, mas é uma coisa muito simples. Alguns choques são imperceptíveis, pois não é na mesma intensidade daquele desfibrilador que vemos nos filmes”, afirmou o cardiologista.

No caso do desfibrilador externo, o médico explica que a carga precisa de uma intensidade maior pois precisar atravessar a pele e os ossos, até chegar no coração. “No caso do CDI, ele já está dentro do coração, é o fiozinho que dá o choque, então a carga é pequenininha”, explica João Vicente.

O médico recomenda que pessoas que tenham o hábito de praticar esportes, como futebol ou corridas, passem por uma avaliação médica para avaliar o risco de problemas cardíacos.

“É necessário para detectar problemas ocultos de origem congênita, a anomalia da artéria coronária também é uma causa de arritmia e morte súbita. Então, se você quer fazer uma atividade física, antes faça uma avaliação completa com um cardiologista”, orientou o médico.

* Com informações do Portal R7. 

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