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Ex-secretário de Segurança do ES comanda operações em busca do 'Serial Killer do DF"

No Espírito Santo, Rodney atuou como secretário de Segurança Pública e Defesa Social no período de 2003 a 2005 e 2007 a 2010

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O delegado da Polícia Federal e ex-Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo, Rodney Miranda, é o responsável por comandar a operação em busca de Lázaro Barbosa, conhecido como "Serial Killer do DF". Desde 2019, ele atua como secretário de Segurança Pública no Estado de Goiás. 

Mais de 300 agentes de segurança estão em busca do homem, que está foragido há nove dias. Lázaro é suspeito de cometer um quádruplo latrocínio em Ceilândia, no Distrito Federal, e outro em Goiás. 

Considerado de alta periculosidade, ele também é suspeito de balear outras três pessoas, no último sábado (12), em Cocalzinho de Goiás. A Polícia Militar usa helicópteros, cães farejadores e conta com auxílio da Polícia Federal nas buscas.

Em coletiva nesta quinta-feira, (17), o secretário de Segurança afirmou que o Ministro de Segurança Nacional, Anderson Torres, enviará 20 policiais da Força Nacional para contribuir nas buscas. 

Em suas redes sociais, Rodney também publicou um vídeo falando sobre a importância da captura de Lázaro. 

Atuação de Rodney Miranda

Rodney assumiu a Secretaria Pública do Estado de Goiás em janeiro de 2019. Em terras capixabas, ele foi secretário de Segurança no período de 2003 a 2005 e 2007 a 2010. Rodney também atuou na política, como deputado estadual e prefeito de Vila Velha. 

Em 2009, lançou, em parceria com o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e o antropólogo Luiz Eduardo Soares, o livro "Espírito Santo - Tragédia e Justiça no coração de um estado brasileiro". A obra conta os detalhes do combate ao crime organizado no Estado. 

Além disso, Rodney foi secretário de Defesa Social em Pernambuco. 

Reviravoltas
Enquanto secretário em Goiás, Rodney virou o centro de uma acusação de corrupção grave, que acabou provocando duas investigações no Estado do Centro-Oeste, no dia 08 de junho de 2020. 

Em áudio vazado, o secretário era acusado pelo primo do governador Ronaldo Caiado (DEM), Jorge Caiado, de grampear o telefone dele e de exigir R$ 1 milhão de uma “vaquinha” feita por bombeiros para pagar pela promoção de um major da força. Jorge também atacou por querer “explodir o pessoal” dele que está no governo.

Rodney chegou a pedir afastamento, porém a solicitação foi negada pelo governador Ronaldo Caiado. As duas acusações da época foram movidas pelo próprio Rodney. Diante da situação, o secretário entrou de férias.

O motivo dos ataques na ocasião, segundo Rodney, era o trabalho desenvolvido por ele à frente da Segurança de Goiás. 

“O superintendente de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, delegado Alexandre Lourenço, que assumiu interinamente a Secretaria, também já foi acusado da mesma forma, sem provas. Inclusive esse cargo de superintendente fui eu que criei, como forma de intensificar o combate à corrupção", defendeu ele em junho de 2020. 

No dia 25 de junho do mesmo ano, a acusação de grampear telefones e aceitar dinheiro para promover bombeiros foi arquivada. 

Leia também: Inquérito contra Rodney Miranda em Goiás é arquivado

Homem procurado é considerado de alta periculosidade

Foto: Divulgação

Lázaro Barbosa já possui uma condenação por homicídio, no Estado da Bahia, e é também procurado no Distrito Federal e em Goiás por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.

Na terça-feira (15), Lázaro fez uma pessoa de refém em Edilândia e trocou tiros com policiais. Um agente foi atingido, mas ficou bem após socorro médico.

O foragido havia sido visto em propriedades rurais na região do entorno do Distrito Federal e Goiás. Além da cidade goiana de Edilândia, ele passou por Cocalzinho de Goiás, distante 115 quilômetros de Brasília.

Buscas continuam

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de quarta-feira (16), o secretário Rodney Miranda voltou a dizer que as equipes só deixarão a região de Cocalzinho após a captura de Lázaro. 

A operação de busca continua com a participação da força-tarefa montada entre a Secretaria de Segurança Pública de Goiás e do Distrito Federal, com apoio da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal. 

“Nós não vamos sair do local enquanto não achá-lo. Não vamos deixar desguarnecida a nossa população. Precisamos controlar a ansiedade. Ele vai ser pego. Chegamos muito perto e hoje vamos pegá-lo”, destacou o chefe da pasta.

Foto: Secretaria de Segurança de Goiás