De São Sebastião a Mimoso do Sul: lições de reconstrução pós-desastre
No último dia do Sustentabilidade Brasil, o prefeito de São Sebastião (SP) falou sobre estratégias para a recuperação da cidade, devastada por deslizamento
O último dia do evento Sustentabilidade Brasil, no Pavilhão de Carapina, na Serra, na quinta-feira (27), foi marcado por uma mensagem de esperança de um capixaba para outro.
No painel "Cidades sustentáveis: riscos e desastres - Política", o prefeito de São Sebastião, no litoral de São Paulo, Felipe Augusto, que é capixaba, falou ao prefeito de Mimoso do Sul, Peter Costa, sobre a reconstrução do município, que foi devastado por fortes chuvas em março deste ano.
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Em fevereiro de 2023, a cidade paulista sofreu com um grande deslizamento de terra causado por fortes chuvas. O desastre matou 64 pessoas. No momento, o município segue em reconstrução.
"Pulso firme, fé e foco. Logo que aconteceu o desastre em Mimoso do Sul, eu liguei para o prefeito Peter Costa e demostrei minha solidariedade”, disse Felipe Augusto.
Durante sua fala, o prefeito de São Sebastião também destacou o ímpeto necessário para enfrentar adversidades causadas por desastres naturais.
"Não podemos perder a fé no poder público. O prefeito é o condutor do trabalho e tem de buscar as forças necessárias para olhar para frente”, afirmou.
De acordo com Felipe Augusto, quando a tragédia ocorreu, a cidade esperava uma chuva de 200 milímetros no acumulado e já havia mobilizado equipes da Defesa Civil e tinha um plano de contingência em mãos.
Apesar disso, em menos de oito horas ocorreu uma chuva de 800 milímetros. O dia ficou marcado na história da cidade, já que se tratava de um sábado de Carnaval. A cidade, que conta com 90 mil habitantes, estava com 500 mil pessoas.
O prefeito de São Sebastião relatou que foram registrados mais de 80 pontos de deslizamentos no município, o que fez com que mais de 2 mil casas fossem destruídas e centros comerciais ficaram completamente alagados.
Segundo ele, as ações de resgate na cidade envolveram uma equipe de mais de 5 mil pessoas, sob a coordenação do Exército. O cenário é parecido com o de Mimoso do Sul, onde 20 pessoas morreram e comércios e casas foram destruídos.
Ainda de acordo com Felipe Augusto, foi preciso um trabalho conjunto entre os governos municipal, estadual e federal para que a cidade de São Sebastião começasse a ser reconstruída.
De acordo com ele, além das obras de recuperação, foi preciso estar atento ao contato humano com a população.
“Elevar a autoestima da cidade é essencial. Com muito respeito às vítimas, é viver a vida, não viver a morte”, relatou.
Além do prefeito, compuseram o painel o promotor de Justiça Marcelo Lemos e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre dos Santos Cerqueira. O mediador foi o secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni.
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