Moradores podem acompanhar a qualidade do ar na Grande Vitória; saiba como
Existem nove pontos de equipamentos que medem a qualidade do ar espalhados pela região e em maio deste ano, 99,7% foram classificadas como "boa"
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 99% da população mundial está respirando ar que ultrapassa os limites de qualidade. É o que mostra a última atualização sobre o tema realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Será que o Espírito Santo entra nesta conta?
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Existem poluentes na nossa rotina que interferem diretamente na saúde do ambiente e das pessoas. Trânsito, produção industrial, atividades de logística e construção civil são alguns exemplos. Por isso, só na Grande Vitória, existem nove pontos de equipamentos que medem a qualidade do ar nas regiões.
A medição no Espírito Santo é feita pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e, no mês de maio deste ano, 99,7% foram classificadas como "boa", o que significa que atenderam aos limites estabelecidos por lei.
As estações medem, a cada hora, a concentração de poluentes gasosos e de materiais particulados, como explica Vinícius Rocha, coordenador de qualidade do ar do Iema.
"Todas as estações são configuradas para parte de gases e material particulado e o cálculo de medição de concentração dos poluentes é por horário. Em 99%, a qualidade do ar fica em uma categoria boa, por isso entendemos que na maior parte do tempo a qualidade do ar está atendendo aos padrões estabelecidos pela legislação", explicou.
As estações na Grande Vitória são geridas pelo Iema e fazem parte de uma das três redes de monitoramento de todo território capixaba, chamado de RAMQAr RGV.
Existem, ainda, o RAMQAr Sul, composta por seis estações em Guarapari e Anchieta, gerida pela empresa Samarco e a RAMQAr Norte, com duas estações em Linhares, coordenada pela empresa Linhares Geração.
Decifrando os poluentes: gases e materiais particulados
De acordo com o Núcleo de Pesquisa em Qualidade do Ar da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os principais poluentes que circulam na Grande Vitória são divididos entre gases, partículas e poeira sedimentar.
Eles são emitidos principalmente pelos automóveis, atividades industriais, construção civil e logística. Já os poluentes gasosos são emitidos, principalmente, pelos veículos automotivos.
Um dos responsáveis pelo Núcleo, Elson Silva Galvão, explica que os hidrocarbonetos, provenientes dos veículos, também são preocupantes.
"A partir do crescimento da frota veicular, os hidrocarbonetos também se tornaram um poluente dentro da Grande Vitória de certa preocupação. São compostos que causam mal à saúde, alguns deles aromáticos podem ser cancerígenos", explicou.
No núcleo, são efetuados diversos estudos científicos relacionados à quantificação e minimização das emissões; à dispersão atmosférica dos contaminantes provenientes destas emissões; e ao impacto ambiental causado quando os contaminantes atmosféricos atingem os receptores.
População pode conferir a qualidade do ar pela internet; veja como
Os dados sobre a qualidade do ar são públicos e estão disponíveis no site do Iema. Por lá, a população pode acessar os índices, o mapa de monitoramento, a legislação vigente e outras informações.
Para medir a qualidade do ar, os valores das faixas atualmente praticados são:
Boa: 0 - 40.
Moderada: 40 - 80.
Ruim: 80 - 120.
Muito ruim: 120 - 200.
Péssima: acima de 200.
Os dados mais atualizados dão conta que a qualidade do ar medida nos pontos da Grande Vitória está na classificação "boa".
Para os próximos cinco anos, o Estado planeja aumentar os pontos de monitoramento da qualidade do ar, com a previsão de instalar três novas estações para monitoramento.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, explica que é preciso acompanhar os critérios da OMS, que são atualizados frequentemente.
"Não é um esforço de agora, é um esforço que o Estado tem feito há mais de 20 anos. Demorou para a gente chegar nesse ponto. Nós queremos melhorar, lógico, até porque a própria OMS atualiza os padrões o tempo inteiro. Mas é um esforço que vem acontecendo constantemente", afirmou.
De acordo com o Guia de Qualidade do Ar, a avaliação baseia-se em duas etapas: medição dos parâmetros indicadores de poluição na região, ou seja, da concentração dos poluentes; e comparação desses valores medidos com valores de referência que correspondem aos padrões de qualidade do ar, vigentes na legislação ambiental estadual.
Cada estação possui sondas que captam os gases e partículas poluentes. Então, o material vai para os analisadores, quando é realizado um cálculo a cada hora sobre a qualidade do ar na Grande Vitória.
A maior parte da atenção com a qualidade do ar recai especialmente sobre a Grande Vitória onde vive 48% da população do Espírito, segundo o Estado.
A qualidade do ar, dessa forma, é medida para acompanhar os impactos na saúde humana e no meio ambiente, com a proposta de desenvolver estudos para mitigar esses efeitos e reduzir a poluição.