MEIO AMBIENTE

Moradores podem acompanhar a qualidade do ar na Grande Vitória; saiba como

Existem nove pontos de equipamentos que medem a qualidade do ar espalhados pela região e em maio deste ano, 99,7% foram classificadas como "boa"

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Carol Poleze/Folha Vitória

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 99% da população mundial está respirando ar que ultrapassa os limites de qualidade. É o que mostra a última atualização sobre o tema realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Será que o Espírito Santo entra nesta conta?

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Existem poluentes na nossa rotina que interferem diretamente na saúde do ambiente e das pessoas. Trânsito, produção industrial, atividades de logística e construção civil são alguns exemplos. Por isso, só na Grande Vitória, existem nove pontos de equipamentos que medem a qualidade do ar nas regiões.

Foto: Reprodução/Google Maps/Divulgação / IEMA

A medição no Espírito Santo é feita pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e, no mês de maio deste ano, 99,7% foram classificadas como "boa", o que significa que atenderam aos limites estabelecidos por lei.

As estações medem, a cada hora, a concentração de poluentes gasosos e de materiais particulados, como explica Vinícius Rocha, coordenador de qualidade do ar do Iema.

Foto: Reprodução TV Vitória
"Todas as estações são configuradas para parte de gases e material particulado e o cálculo de medição de concentração dos poluentes é por horário. Em 99%, a qualidade do ar fica em uma categoria boa, por isso entendemos que na maior parte do tempo a qualidade do ar está atendendo aos padrões estabelecidos pela legislação", explicou.

As estações na Grande Vitória são geridas pelo Iema e fazem parte de uma das três redes de monitoramento de todo território capixaba, chamado de RAMQAr RGV. 

Existem, ainda, o RAMQAr Sul, composta por seis estações em Guarapari e Anchieta, gerida pela empresa Samarco e a RAMQAr Norte, com duas estações em Linhares, coordenada pela empresa Linhares Geração.

Decifrando os poluentes: gases e materiais particulados

Foto: Divulgação/ArcelorMittal

De acordo com o Núcleo de Pesquisa em Qualidade do Ar da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os principais poluentes que circulam na Grande Vitória são divididos entre gases, partículas e poeira sedimentar. 

Eles são emitidos principalmente pelos automóveis, atividades industriais, construção civil e logística. Já os poluentes gasosos são emitidos, principalmente, pelos veículos automotivos.

Foto: Arte/Folha Vitória

Um dos responsáveis pelo Núcleo, Elson Silva Galvão, explica que os hidrocarbonetos, provenientes dos veículos, também são preocupantes.

Foto: Reprodução TV Vitória
"A partir do crescimento da frota veicular, os hidrocarbonetos também se tornaram um poluente dentro da Grande Vitória de certa preocupação. São compostos que causam mal à saúde, alguns deles aromáticos podem ser cancerígenos", explicou.


No núcleo, são efetuados diversos estudos científicos relacionados à quantificação e minimização das emissões; à dispersão atmosférica dos contaminantes provenientes destas emissões; e ao impacto ambiental causado quando os contaminantes atmosféricos atingem os receptores.

População pode conferir a qualidade do ar pela internet; veja como

Os dados sobre a qualidade do ar são públicos e estão disponíveis no site do Iema. Por lá, a população pode acessar os índices, o mapa de monitoramento, a legislação vigente e outras informações.

Foto: Divulgação / IEMA

Para medir a qualidade do ar, os valores das faixas atualmente praticados são: 

Boa: 0 - 40.

Moderada: 40 - 80.

Ruim: 80 - 120.

Muito ruim: 120 - 200.

Péssima: acima de 200.

Os dados mais atualizados dão conta que a qualidade do ar medida nos pontos da Grande Vitória está na classificação "boa".

Foto: Arte/Folha Vitória

Para os próximos cinco anos, o Estado planeja aumentar os pontos de monitoramento da qualidade do ar, com a previsão de instalar três novas estações para monitoramento.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, explica que é preciso acompanhar os critérios da OMS, que são atualizados frequentemente.

Foto: Reprodução TV Vitória
"Não é um esforço de agora, é um esforço que o Estado tem feito há mais de 20 anos. Demorou para a gente chegar nesse ponto. Nós queremos melhorar, lógico, até porque a própria OMS atualiza os padrões o tempo inteiro. Mas é um esforço que vem acontecendo constantemente", afirmou.

De acordo com o Guia de Qualidade do Ar, a avaliação baseia-se em duas etapas: medição dos parâmetros indicadores de poluição na região, ou seja, da concentração dos poluentes; e comparação desses valores medidos com valores de referência que correspondem aos padrões de qualidade do ar, vigentes na legislação ambiental estadual. 

Cada estação possui sondas que captam os gases e partículas poluentes. Então, o material vai para os analisadores, quando é realizado um cálculo a cada hora sobre a qualidade do ar na Grande Vitória. 

Foto: Divulgação / IEMA

A maior parte da atenção com a qualidade do ar recai especialmente sobre a Grande Vitória onde vive 48% da população do Espírito, segundo o Estado.

A qualidade do ar, dessa forma, é medida para acompanhar os impactos na saúde humana e no meio ambiente, com a proposta de desenvolver estudos para mitigar esses efeitos e reduzir a poluição.

Pontos moeda