O bairro Praia da Costa, que compõe a história do município mais antigo do Espírito Santo, Vila Velha, já foi bem diferente de como é conhecido atualmente. Os moradores mais antigos definem como “tranquilo, cheio de mato e com ruas de terra”.
Gilson Pacheco, de 78 anos, mora no bairro há 50 anos e acompanhou as mudanças e urbanização do local. O morador, um dos fundadores da Associação dos Moradores do bairro, se orgulha de ver o desenvolvimento da Praia da Costa.
”Quando eu cheguei, tinha acabado de ser construído o edifício Sereia, o prédio mais antigo do município com muitos andares e elevador, e outros três prédios de quatro pavimentos. O Guruçá, Mar e Sol e o Maria Helena, hoje em dia o bairro é tem movimento e potencial de turismo”, explica.
Um vídeo produzido pelo ministério da agricultura na década de 30 mostra como era a orla da Praia da Costa. No vídeo é destacado que os banhistas procuravam a praia por ser um local de águas tranquilas.
O morador destacou uma vantagem de morar na Praia da Costa. Para ele, é uma tendência pessoas aposentadas morarem perto de praias e apesar de ter muito movimento, o fluxo ainda é menor do que outros bairros. ”A Praia da Costa não é caminho para outros municípios, o bairro é uma ponta e só passa pelo local quem quer”, afirma.
– Confira a galeria de fotos antigas da Praia da Costa
Histórico
O professor Roberto Abreu, diretor e um dos fundadores do Instituto Histórico Geográfico de Vila Velha (IHGVV), falou sobre o desenvolvimento da Praia da Costa. Ele explicou que os primeiros prédios, o Guruçá e o Sol e Mar, foram construídos por um imigrante português, Antônio Carneiro Maia. ”Ele era o sogro da minha irmã e era considerado um médio empresário e construiu os prédios”, ressalta.
O professor contou que, por volta da década de 60, Vila Velha passou por mudanças. Uma das principais avenidas, a Champagnat, fica num local de aterro, por exemplo. ”Se observamos, há desníveis em toda a avenidas. Para ele, depois do aterro começaram a ocupação no bairro Praia da Costa.
O professor relatou que a população começou a lotear a região da Praia da Costa e empreendedores começaram a construir pequenos prédios. Além disso, a prefeitura criou o primeiro artigo de regras para construções próximas ao mar e estimulou as pessoas a morarem no bairro. ”Antes disso, Vila Velha era uma cidade dormitório, as pessoas estudavam e trabalhavam em Vitória e só retornavam para casa para dormir. A retomada da construção da Terceira Ponte também influenciou o crescimento do bairro”, completa.
Ele ainda explicou que, a partir disso, os primeiros comércios começaram surgir, os supermercados e padarias. Ele contou que a prefeitura estimulava o crescimento do bairro com propagandas. ”Teve uma propaganda com a Praia da Costa cheia de prédios. O sonho da prefeitura era tornar a Praia da Costa uma ‘Copacabana Capixaba’. Porém, não se preocuparam com as sombras que os prédios faziam na praia,” ressalta.
Turismo
A subsecretaria municipal de turismo, Neymara Carvalho, explica que a prefeitura se preocupa com a infraestrutura do bairro. ”A urbanização e desenvolvimento são importantes para o crescimento, para fomentar o turismo e gerar capital”, afirma.
De acordo com a subsecretaria, a Praia da Costa tem a balneabilidade e proximidade com a Prainha, Convento da Penha, Casa da Memória e Farol de Santa Luzia como atrativos. ”Há também preocupação com infraestrutura, sinalização e a capacitação de profissionais para recepção de visitantes da Praia da Costa”, Completa.