Adiado julgamento de pai e filha acusados de planejar assassinato de empresário em Santa Maria
Júri popular da empresária Gilvana Tesch e do pai dela, Remi Santos, começaria nesta quinta-feira (21), mas desistência da defesa de Santos fez juíza do caso adiar para novembro. Os dois são acusados de tramar a morte de Arnaldo Tesch
A Justiça adiou o júri popular da empresária Gilvana Pires Pereira Tesch e do pai dela, Remi Pereira dos Santos, acusados de planejar o assassinato do empresário Arnaldo Tesch. O crime aconteceu em 2012 em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo.
O julgamento estava marcado para acontecer nesta quinta-feira (21). De acordo com a decisão judicial, o adiamento ocorreu porque o advogado de Remi deixou o caso, não havendo tempo hábil para que ele tivesse uma nova defesa.
A juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage determinou que a nova data seja 16 de novembro deste ano. Ela, no documento, lembra que não é a primeira vez que o fato acontece.
"Causa estranheza a este Juízo o fato de ser a segunda vez em que a defesa do acusado Remi renuncia às vésperas da sessão de julgamento, não tendo ocorrido a sessão de julgamento designada no dia 30/06/2016, na Comarca de Santa Maria de Jetibá, justamente em razão disso".
Relembre o crime
Arnaldo Tesch foi morto a facadas dentro de sua serraria, em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo. O crime ocorreu em 10 de outubro de 2012, no bairro Córrego do Ouro.
Na ocasião, três homens invadiram a fábrica e renderam a vítima e o sogro. No entanto, vídeos do circuito interno de segurança deixaram claro, segundo a Polícia Civil, que Remi ajudou os invasores e os levou para longe das câmeras de segurança.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) à Justiça, Gilvana queria se separar de Arnaldo. Como o empresário não aceitava a separação, resolveu matá-lo com a ajuda do pai para ficar com o dinheiro do seguro de vida.
"Pelo o que consta nos autos, a Gilvana tinha vários relacionamentos extraconjugais e a vítima descobriu. Quando o empresário descobriu, ele falou que iria se separar e por conta disso eles resolveram fazer esse seguro de vida, em nome da Gilvana, e depois assassinar a vítima para conseguir o dinheiro do seguro de vida e tomar conta da empresa da vítima", afirmou o promotor de Justiça, Leonardo Augusto Cezar.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), Gilvana foi presa em agosto de 2013 e solta em julho de 2016. Remi foi preso também em 2013 e saiu do sistema prisional em 2016. Desde então eles estão soltos, mediante alvará de soltura concedido pela Justiça. Os outros envolvidos no crime ainda não foram localizados.
O que dizem as defesas
O advogado de defesa de Gilvana, Patrick Berriel, nega todas as acusações. "Gilvana não é a mandante deste crime. A polícia não investigou a fundo. Tanto é que já se passaram 10 anos e até hoje a polícia não identificou e não prendeu os executores desse crime", reforçou.
A defesa de Remi deixou o caso, às vésperas do júri popular. O espaço segue aberto para o acusado, que não foi localizado.