Golpes na internet: dados de sites de reclamação estão na mira de golpistas. Veja como se proteger!
Uma capixaba foi vítima de uma tentativa de golpe após fazer uma reclamação em um site. Saiba como se proteger e conseguir resolver o problema
Você já buscou plataformas online para registrar uma reclamação sobre produtos de uma empresa ou prestação de serviço? Com dificuldades em solucionar problemas através do serviço de atendimento, os consumidores costumam procurar este tipo de plataforma para tentar solucionar um problema.
É preciso, no entanto, ficar atento. Descrever os problemas e apresentar dados pessoais na internet pode oferecer um risco para os consumidores. Criminosos utilizam as informações disponíveis nestas plataformas para entrar em contato com as vítimas e aplicar golpes.
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Uma leitora do Folha Vitória, que prefere não ser identificada, conta que foi alvo de uma tentativa de golpe. Moradora de Grande Vitória, ela comprou um pacote de viagem promocional na internet, mas teve problemas no preenchimento de um formulário. Ao entrar em contato com a empresa onde comprou o pacote, ela não conseguiu solucionar o problema e resolveu procurar o site de reclamações.
"Eu fechei o pacote de viagens pelo site, o pagamento foi confirmado e só ficou pendente o envio do formulário com os dados dos passageiros, que eles me enviaram, mas o link não estava abrindo. Como tive dificuldade para falar com a empresa, resolvi fazer um relato no site Reclame Aqui. Um dia depois, a empresa de viagem me ligou e mandaram mensagens e tudo foi solucionado", contou.
O que ela não esperava é que outra pessoa, que se identificou como integrante do setor de qualidade da empresa de viagens, fosse entrar em contato quase um mês depois.
"Recebi a mensagem de uma suposta funcionária, pedindo para avaliar o atendimento. Como já tinha passado um tempo, desconfiei. Tive a certeza de que era golpe quando vi que a conta no WhatsApp não era comercial e percebi também erros de português. Inclusive, escreveram meu nome errado".
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Segundo a vítima, a pessoa queria que ela clicasse em um link enviado com a mensagem. Como ela não clicou, os golpistas insistiram e alegaram que ela deveria preencher o formulário novamente. Um novo link foi enviado por e-mail.
"Primeiro, tentaram pelo WhatsApp, mas como não cliquei, inventaram que o formulário estava com algum erro e que eu precisava preencher novamente. Foi aí que me mandaram um e-mail, na tentativa de que eu clicasse para preencher esse tal formulário", contou.
Outro detalhe que chamou a atenção foi o e-mail enviado pelos supostos golpistas. Ao comparar com os e-mails que ela já havia recebido da empresa de viagens, a compradora notou diferenças, como o próprio endereço de e-mail, a qualidade da logomarca e a assinatura da empresa.
Veja trechos da conversa:
A advogada consumerista, Nicolli Dutra, lembra que as pessoas devem sempre ficar atentas aos links enviados por mensagens, seja pelo WhatsApp ou por SMS.
"Hoje em dias as pessoas devem tomar muito cuidado com links enviados por SMS ou via WhatsApp. Isso porque as práticas de golpes por fraudadores estão cada vez mais criativas e ousadas. Então, ao receber um link, você deve tomar muito cuidado, pois ao clicar no link, corre o risco de você ter seus dados capturados", argumenta.
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A advogada lembra que os golpistas virtuais podem utilizar os canais de interação entre consumidor e empresa para conseguir o contato da vítima, já que algumas pessoas constituam colocar informações sobre a compra ou até mesmo pessoais.
Em nota, a plataforma Reclame Aqui destacou que não compartilha dados pessoais de seus usuários, apenas os fornece para a empresa alvo da reclamação, como previsto na política de privacidade.
A 123 Milhas, empresa onde o pacote de viagem foi comprado, destacou que as vendas são feitas exclusivamente pelos canais oficiais de vendas: site (123milhas.com.br e pacotes.123milhas.com) e aplicativo.
A empresa destacou ainda que a comunicação é realizada pelos canais oficiais:
Instagram: @123milhas
Facebook: /123milhas
Twitter: @123milhas
Whatsapp: (31) 99397-0210
ES registra ao menos uma tentativa de golpe pelo Whatsapp por dia
A atenção da vítima foi fundamental para escapar do golpe. Infelizmente, nem todos têm a mesma sorte. De acordo com a Polícia Civil, ao menos um caso é registrado por dia no Espírito Santo.
A orientação da advogada é, sempre que suspeitar de algum crime virtual, a vítima deve procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência.
"Se você foi vítima de algum golpe através de links de Whatsapp, registre um boletim de ocorrência relatando todo o ocorrido. Além do boletim, a denúncia também pode ser feita diretamente para o suporte do Whatsapp, caso o link tenha sido enviado por lá", explica.
Sites de reclamação resolvem o problema?
Os sites e plataformas como o Reclame Aqui fazem uma ponte entre o consumidor e as empresas responsáveis por produtos ou prestação de serviço. Entretanto, é preciso lembrar que as empresas não são obrigadas a utilizar estes canais para responder o consumidor.
"É um meio pelo qual a empresa, em um primeiro momento, fica ciente da queixa e de imediato pode resolver o problema. Contudo, não há garantias, por esse motivo, apenas realizar uma reclamação nesses sites não é suficiente", afirma Nicolli.
Veja dicas para evitar cair em golpes
NÃO INFORME DADOS PESSOAIS
O especialista em tecnologia e responsável pelo blog Folha Digital, Jackson Galvani, lembra que, ao registrar uma reclamação nestas plataformas, é importante que o consumidor nunca informe dados pessoais.
"Ao fazer uma reclamação, é de extrema importância não informar dados pessoais, como endereço, número de telefone, cartão de crédito, nome completo, CPF ou identidade, por exemplo. Golpistas podem se apropriar dessas informações e fazer um estrago na sua vida. Acredite!", disse.
Jackson lembra que os sites de reclamação não são os responsáveis por resolver os problemas, mas sim as empresas.
"Não são os sites de reclamação que resolvem os problemas dos consumidores. São as próprias empresas que recebem as reclamações através desses sites. Quem fica responsável por responder ao consumidor que fez a reclamação é a empresa, podendo ser o fabricante de algum produto, o revendedor e até mesmo prestadores de serviços", explica.
A advogada Nicolli lembra ainda que é importante que os consumidores entrem em contato diretamente com as empresas com quem teve um problema por meio dos canais oficiais.
DESCONFIE
A orientação dos especialistas é para que as pessoas sempre desconfiem de contatos realizados por telefone, aplicativo de mensagens e e-mail se passando pelas plataformas de reclamações. Outra dica importante é, caso desconfie, não siga os procedimentos enviados pela mensagem.
"Os sites de reclamação absorvem demandas e faz a intermediação com o consumidor e fornecedor. Eles não fazem ligações. Geralmente, os contatos são feitos por e-mail. Não passe informações pessoais como CPF e RG, não clique em links", orienta o diretor-presidente do Procon-Es, Rogério Athayde.
Os contatos, quando ocorrem, sempre são realizados pelos canais oficiais das empresas alvo da reclamação e não pela plataforma.
COMPARTILHE DICAS DE SEGURANÇA
Jackson lembra que é preciso sempre orientar as pessoas próximas sobre como evitar cair em golpes.
"É preciso ter cuidado ao acessar sites, e-mails e links suspeitos, além de não instalar programas ou aplicativos não confiáveis. Eduque todo mundo próximo de você, seus familiares e amigos para não compartilhar informações confidenciais a usuários externos não conhecidos ou não confiáveis", orienta Jackson.
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CONSULTE O "EVITE ESTES SITES"
Em conjunto, os Procons elaboram uma lista de sites que não são recomendados para os consumidores. É importante que, antes de realizar uma compra, o consumidor olhe com atenção esta lista e evite os sites que estão nela.
>> Clique aqui e confira a lista completa
Athayde lembra que os consumidores capixabas também podem entrar em contato com o Procon-ES pelo telefone 151. Além de ajudar a solucionar problemas, o órgão também exerce um papel fundamental na orientação dos consumidores.
DENUNCIE
Caso tenha sido vítima de um golpe ou tentativa, os consumidores são orientados a procurar uma delegacia e registrar um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado. O documento também é fundamental para reverter a situação em que há prejuízos.
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