Greve dos enfermeiros: veja como foi atendimento na Grande Vitória
A paralisação inclui os profissionais municipais, estaduais, da rede privada e das Organizações Sociais da Saúde (OSS)
Na manhã da última segunda-feira (3), profissionais de enfermagem de todo o país se mobilizaram na luta pelo piso salarial da categoria. No Espírito Santo, a greve culminou com a paralisação de 50% dos atendimentos em hospitais e postos de saúde em todo o Estado na última terça (4).
A greve, que foi aprovada em assembleia do Sindicato dos Enfermeiros (Sindienfermeiros-ES), é fruto do impasse sobre o piso salarial, que gera preocupação com o futuro da profissão.
A paralisação inclui os profissionais municipais, estaduais, da rede privada e das Organizações Sociais da Saúde (OSS).
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Os serviços prestados durante o dia de protestos se restringiram a casos de urgência, como vacinação de crianças de 2 a 6 anos, além de atendimento de pessoas vulneráveis e pacientes que se sentiam mal.
Serviços não foram suspensos
Apesar da manifestação, algumas secretarias de saúde municipais afirmaram que a paralisação não causou prejuízos ao atendimento de pacientes durante todo o dia, como foi relatado pela Secretaria de Saúde de Vitória (Semus).
De acordo com a secretaria, os atendimentos não foram suspensos durante o dia nos serviços de saúde da capital.
Ainda de acordo com a Semus, caso algum morador não tenha sido atendido, será priorizado no reagendamento.
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A Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha informou que no município canela-verde nenhum paciente foi afetado pelas paralisações.
As secretarias da Serra, de Cariacica e Viana foram procuradas pelo Folha Vitória, mas até o momento não houve retorno. A matéria será atualizada quando houver resposta.
Conselho de Enfermagem apoia manifestação
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) demonstrou apoio aos manifestantes, afirmando que a greve é um direito trabalhista previsto na constituição e no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Além disso, o conselho defende que com a paralisação sejam respeitados os direitos e garantias fundamentais da categoria, além da manutenção dos serviços de urgência e emergência indispensáveis à população.
O Coren ressaltou que o piso representa mais dignidade e qualidade de vida aos profissionais, que há anos sofrem com os baixos salários.
"A implementação do piso da Enfermagem permitirá a erradicação dos salários historicamente miseráveis da categoria e estabelecerá condições de vida digna e de trabalho decente para o maior contingente de profissionais de saúde do país."
Novo piso da enfermagem
O novo piso nacional da enfermagem foi definido na última segunda (3) em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e vai beneficiar mais de 3 milhões de profissionais em todo o Brasil. No Espírito Santo são 12 mil enfermeiros, 36 mil técnicos e 3.200 auxiliares.
O piso estabelece que para uma jornada de 44 horas semanais, os salários serão de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e também parteiras.
A dúvida que paira no ar é se os estados e prefeituras brasileiras terão condições para aderir aos pagamentos. Para arcar com os custos, a União arcar com a despesa de todos.
Para isso, foi liberado o valor de R$ 7 bilhões, o qual afirma que é o suficiente para todos os pagamentos até dezembro deste ano.
A ideia é que a transição ocorra em até 10 anos, em que as intervenções da União cessarão e todos os custos serão arcados pelos estados.
Nesta quarta-feira (05), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que o governo vai pagar o piso nacional da enfermagem, com retroativo desde maio. O anúncio foi feito durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília.
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