Abandono de 29 anos: tanques gigantes preocupam moradores em Vila Velha
Os tanques de combustíveis da antiga Codesa, em Vila Velha, estão abandonados há 29 anos e os moradores querem soluções para os riscos à segurança
Os tanques da Codesa, localizados em Chácara do Conde, Vila Velha, continuam em estado de abandono, sem previsão de solução. Em janeiro de 2023, o Porto de Vitória prometeu melhorias, incluindo cercamento da área, construção de calçada cidadã e drenagem.
No entanto, em julho de 2024, a situação permanece a mesma, com muito mato, lixo e abandono, causando frustração e indignação entre os moradores.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Os moradores da Chácara do Conde, que convivem há anos com tanques enferrujados em áreas residenciais, e continuam pedindo soluções. A região carece de manutenção, resultando em pontos viciados de lixo e riscos à segurança.
Francisco Bento Filho e Gilberto Santos Reis, residentes há mais de 40 anos, lembram-se de quando o local estava em pleno funcionamento e lamentam pelo atual estado de abandono.
"Olha, a gente gosta de ter um lugar pra se divertir, mas é complicado quando falta organização e segurança. Precisamos de mais opções de lazer aqui no bairro, como quadras de esporte, parques. Isso ajudaria bastante a comunidade poder ter lazer sem problemas.", disse Francisco Bento Filho.
"Eu vejo que a comunidade precisa de mais espaços de lazer que sejam seguros e bem cuidados", completa Gilberto.
Heloísa Souza, avó da pequena Luna, de 3 anos, sugere que o local poderia ser transformado em um parquinho ou creche, mas teme pela segurança, dado o histórico da região.
"É muita sujeira, as crianças não têm local para brincar, e poderia ser um local pra elas. Colocar parquinhos, um campo", sugeriu.
Apesar das promessas de melhorias, a comunidade de Chácara do Conde ainda aguarda ações concretas.
A situação dos tanques no Morro do Atalaia em Paul, Vila Velha, também chamou a atenção da Comissão de Direitos Humanos e do Meio Ambiente da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2015.
Em resposta a um documento enviado pelos moradores, a OEA pode enviar representantes para avaliar o risco de explosões no bairro.
LEIA TAMBÉM: Incêndio atinge grande área de vegetação em bairro de Vitória
O advogado Luiz Guilherme Campos de Almeida, que representa os moradores, informou que o relatório enviado à OEA inclui o processo de retirada dos tanques iniciado em 2007, fotos e vídeos de um incêndio ocorrido em Santos em abril.
A vistoria da OEA está prevista para 20 dias após a resposta da organização, dada na última segunda-feira (18).
O Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) embargou a obra de extensão dos reservatórios em janeiro e suspendeu suas atividades. Embora não haja risco de explosão, os tanques desativados há mais de dois anos e enferrujados representam um perigo iminente de colapso, ameaçando as construções ao redor.
A comunidade de Chácara do Conde aguarda por soluções definitivas para o problema dos tanques da Codesa, que há 29 anos permanecem sem uma solução concreta.
LEIA TAMBÉM: Grávida, cantora gospel revela estar com câncer em estágio avançado
O QUE DIZ A VPORTS
A Vports, atual responsável pelos tanques, informou que a demanda de 2023 se referia a uma área específica, que foi devidamente tratada, inclusive com cercamento.
A área hoje em questão é outra e possui um cronograma de limpeza e manutenção com a próxima ação já marcada para acontecer a partir do dia 22 de julho.
"Nesta nova área, vem sendo feita uma análise da estrutura, incluindo solo e equipamentos existentes, em um trabalho ainda em curso. Além da limpeza e avaliação do local, a Vports também providenciará o cercamento para que o acesso seja restrito. A empresa que ficará responsável pelo cercamento já foi contratada e está em fase de recrutamento e contratação de mão de obra local para iniciar as atividades. A previsão de conclusão é dezembro deste ano", diz a nota.
*Com informações da repórter da TV Vitória/Record, Thainara Ferreira.
