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Brasil pode se tornar inabitável em 50 anos, alerta estudo da Nasa

Estudo da Agência Espacial Americana alerta que o Brasil pode se tornar inabitável até 2070 devido às mudanças climáticas extremas. Veja os detalhes

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um estudo recente conduzido por cientistas da Nasa aponta que o Brasil pode se tornar inabitável até 2070, segundo modelos climáticos desenvolvidos com o auxílio de satélites. Além do país, o sudeste asiático, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho também estão na lista de regiões vulneráveis.

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O trabalho foi liderado pelo cientista Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, que criou projeções de temperaturas para analisar extremos climáticos. 

De acordo com os pesquisadores, as ondas de calor, cada vez mais frequentes, quase dobraram nos últimos 40 anos, o que preocupa cientistas de todo o mundo.

Estresse térmico e saúde

Nos Estados Unidos, o estresse térmico é uma das principais causas de mortes relacionadas ao clima a cada ano. 

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Para calcular os impactos das altas temperaturas, os pesquisadores usaram a medida de temperatura de bulbo úmido.

O que é temperatura de bulbo úmido?

A temperatura de bulbo úmido é a referência mais baixa à qual um objeto pode esfriar quando a umidade evapora dele. Quanto mais baixa for a temperatura do bulbo, mais fácil é o resfriamento. 

Essa medida permite que os pesquisadores avaliem como nossos corpos esfriam através da transpiração em condições de calor e umidade, e se altas temperaturas podem prejudicar esse processo.

Limite de sobrevivência

Segundo Raymond, a temperatura de bulbo úmido máxima que os humanos podem suportar é de 35 °C por até seis horas. Desde 2005, temperaturas acima de 35 °C foram registradas em nove ocasiões, em locais como Paquistão e Golfo Pérsico.

“Pense em quando você sai de um banho quente. A água evapora do seu corpo e você se sente mais fresco. Mas se estiver quente ou úmido (ou ambos) no ambiente, será mais difícil sentir frio. Essa sensação está diretamente relacionada ao que a temperatura do bulbo úmido está medindo”, explica o estudo.

Quando as temperaturas atingem o limite máximo, o corpo humano perde a capacidade de se resfriar. Isso causa estresse nos órgãos, especialmente no coração, com o sangue correndo para a pele para liberar calor, prejudicando a circulação nos outros órgãos. 

Raymond alerta que, uma vez que a temperatura de bulbo úmido excede 35 °C, nenhuma quantidade de suor ou comportamento adaptativo é suficiente para manter a temperatura corporal em níveis seguros.

Ele ressalta que é difícil prever exatamente quando as temperaturas globais de bulbo úmido ultrapassarão o limite devido à complexidade e gradualidade do processo. 

No entanto, modelos climáticos existentes já indicam quais regiões devem exceder essas temperaturas nos próximos 30 a 50 anos.

Projeções para 2050 (30 anos):

Sul da Ásia
Golfo Pérsico
Mar Vermelho

Projeções para 2070 (50 anos):

Leste da China
Partes do Sudeste Asiático
Brasil

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*Com informações do portal R7

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