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História viva: moradores e personagens revivem anos 1920 no Mercado da Capixaba

Espaço foi reinaugurado nesta quinta-feira (04) e foi assinado o termo de concessão com empresa que administrará o local; ainda não há lojas

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Personagens dançando na inauguração do Mercado da Capixaba

O novo Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória, foi reinaugurado nesta quinta-feira (04) em clima da década de 1920. Histórias, lembranças e músicas ocuparam o espaço que, por enquanto, possui os galpões reformados, mas ainda sem lojas.

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Em cerimônia envolvendo personalidades da administração pública também foi assinado um termo de concessão entre a empresa vencedora da licitação que fará a administração dos espaços.

Uma data para que as lojas comecem a funcionar não foi cravada, mas a expectativa da Prefeitura de Vitória é que seja até o final do ano.

Embora o mercado ainda não esteja funcionando como antes, a volta do público à estrutura que foi recuperada trouxe histórias, saudosismo e memórias. 

Um trabalho de ambientação com veículos antigos e personagens vestidos como na década de 1920 roubou olhares curiosos. 

Por exemplo, a história de amor entre um feirante do Mercado e uma moça de família tradicional: Joaquim e Luísa, representada por atores. Eles querem fugir para Itarana.

"Nós estamos representando personagens de década de 1920, eu sou um feirante vendendo secos em uma banca e a Luísa de uma família tradicional. A narrativa que está rolando é que a gente vai fugir para Itarana porque nossa família não aceita o relacionamento", disse Joaquim.
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Personagens Joaquim e Luísa 

Saindo da ficção e partindo para a realidade, Zilda, de 84 anos, compartilhou a nostalgia de estar de volta ao Mercado da Capixaba, onde frequentou durante e infância e lembra, inclusive, do nome dos feirantes.

"Desde o início, isso aqui era a minha vida. Eu frequentava tudo que está aqui dentro, de uma ponta a outra, com minha mãe, bem pequenininha. Eu lembro dos açougueiros, da peixaria. Seu Angelino, dona Morgada, seu Felipe, a senhorinha que ficava na porta fazendo média com gente e as floristas. Era uma coisa gostosa e vai continuar gostosa", relembrou.
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Zilda contando as histórias do Mercado da Capixaba

Inaugurado em 1926, o espaço sofreu um incêndio em 2002 e, desde então, foi se deteriorando até ficar inativo. Foram cerca de 20 anos sem atividade no local. 

Com a reinauguração, o mercado quase centenário possui diversos detalhes novos, mas preservando a estrutura original. Parte dos pisos e paredes originais foi preservada e está à mostra pelo espaço.

Segundo a Prefeitura de Vitória, o investimento realizado somente no Mercado da Capixaba foi de mais de R$ 9 milhões e a ideia é que o espaço receba apresentações artísticas e culturais, além do espaço para a movimentação do comércio. 

"Estamos devolvendo o Mercado da Capixaba para os 78 municípios. Aqui pulsa o coração do Centro de Vitória, aqui eram feitas as transações comerciais, as trocas. Os capixabas vinham do interior comprar produtos. Estamos tendo a oportunidade de devolver esse equipamento público importantíssimo para a nossa cidade. Tenho certeza que o processo de ressignificação do Centro de Vitória ganha mais força. Estamos entregando um mercado novo, preservando a história e a cultura", disse o prefeito Lorenzo Pazolini.

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Os mercados municipais são grandes fomentadores da cultura e tradição local. Em São Paulo, por exemplo, pessoas de todo o país procuram o mercado municipal para comer o tradicional pão com mortadela. 

Ainda no Sudeste, não perde para o mercado municipal de Belo Horizonte, entre especiarias, temperos, não se pode perder a oportunidade de pedir um fígado com jiló, dentre outros petiscos. 

Mais do que um centro comercial, exemplos ao longo do Brasil mostram que os mercados municipais trazem a essência da cada cidade por meio da gastronomia e cultura. 

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Rua lateral do Mercado da Capixaba


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