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Policial rodoviário se aposenta e passa nome na PRF para a filha

Última missão do policial aconteceu ao lado da filha, em uma festa de aniversário em uma escola na Serra

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Dizem que o fim de uma etapa na vida, geralmente indica o começo de uma nova história. Essa máxima não poderia ser mais verdadeira na vida de duas pessoas que compartilham da mesma profissão, uniforme e sangue. 

O policial rodoviário federal Wando Henrique Baraldi de Oliveira, de 67 anos, decidiu pendurar a farda na manhã de segunda-feira (1º), após 20 anos. Para celebrar, o PRF passou seu nome de exercício na corporação para a filha Bruna Manfredini de Oliveira Baraldi, de 35. 

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"Hoje foi publicada a portaria para a aposentadoria dele. Ele me passou o nome. Antes, eu não tinha o Baraldi no nome, o sobrenome dele que eu usava era Oliveira, mas corri no cartório para solicitar que colocassem para assim que ele se aposentasse. Agora, ele e eu somos Baraldi", contou Bruna, orgulhosa por carregar o legado do pai. 

A última missão do policial veterano aconteceu na manhã da última sexta-feira, 28 de junho. Ao lado da filha, Wando foi a uma escola na Serra participar de uma festa surpresa para uma menina que completou 15 anos. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A jovem em questão, enxerga na profissão de Wando e Bruna seu maior desejo e expectativa para o futuro. Apesar da pouca idade, a menina já se decidiu: um dia vai vestir o uniforme da PRF. 

A paixão é tanta que uma prima da jovem entrou em contato com a corporação para pedir que deixassem a festa de debutante da garota ainda mais especial com a presença dos policiais. 

"Foi a última missão do meu pai. Recebemos a missão dessa festa surpresa, que foi extremamente especial. Ele não ia nem trabalhar nesse dia, mas decidiu celebrar o último dia de serviço. Fomos à escola de viatura, tudo combinado com a prima que entrou em contato com a PRF", relatou Bruna. 

A aniversariante, de acordo com Bruna, aproveitou cada segundo da surpresa. E bota surpresa nisso! A homenagem aconteceu na quadra da escola, enquanto ela praticava educação física com as amigas. 

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A jovem recebeu, das mãos dos policiais, uma cesta de presentes e um bolo, feitos pelos familiares para celebrar a data. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
"Foi ótimo, ela realmente foi surpreendida, foi muito emocionante. Além de fã, ela tem o sonho de ser PRF. Nos aniversários, sempre pediu á família para fazer o bolo, a decoração da festa com enfeites de polícia. Ela foi na viatura, tirou fotos, bateu continência, já está bem preparada". 

Homenagem de aposentadoria 

Apesar de deixar a profissão oficialmente nesta segunda-feira, Wando já foi homenageado por familiares, amigos e colegas de profissão na tarde do domingo, 16 de junho. 

Para que a homenagem acontecesse, foi preciso uma mentirinha do bem contada pela filha. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
"Eu tive que enganá-lo, disse que precisávamos trabalhar no domingo e que eu levaria um fotógrafo para registrar nosso dia. Realmente levei, mas já tinha combinado com familiares e amigos de fazermos uma carreata surpresa para ele", contou Bruna. 

Ao dar o sinal para o início à homenagem, diversos amigos começaram a buzinar. Eram motos, carros e viaturas aos montes, que se juntaram para curtir o momento com Wando. 

A policial conta que a princípio o pai não entendeu a homenagem, chegou até a ficar confuso antes da ficha cair. 

"Ele me perguntava se eram as pessoas, demorou até a ficha cair. Via as pessoas passando e passando, ele não entendendo nada. Mas era programado, é claro. Quando ele se deu conta, se emocionou muito. Foi lindo, realmente emocionante", relatou. 

O momento, segundo Bruna, que é policial há três anos, se tornou ainda mais significativo pelo fato de ela e o pai terem se encontrado no exercício da profissão poucas vezes durante o período. 

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O pai atuava anteriormente na Serra, depois, foi transferido para a sede, em Vitória. Já Bruna, trabalha em Linhares, na região Norte do Estado. Isso fez com que os encontros fossem raros, mas muito importantes. 

A policial se lembra da trajetória de esforço do pai para conseguir a tão sonhada vaga na corporação, naquele longínquo ano de 2004. Para ela, toda aquela dedicação serviu de inspiração para que traçasse o mesmo caminho. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
"Ter esses momentos com ele é de uma alegria imensurável. Nos encontramos pouco em serviço, mas sempre para fazer memórias incríveis. Me lembro do esforço do meu pai, da sua luta para passar no concurso. Isso me tornou resiliente quando chegou minha vez de prestar o concurso. Ter em casa esse exemplo de esforço, sempre foi uma inspiração e uma motivação para mim."




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