Carlos Eduardo Celestrino de Jesus, de 19 anos, precisa lidar com algumas situações constrangedoras desde que nasceu. Até os 14 anos, Carlos havia sido registrado como Jociane, por conta de uma condição biológica rara.
A luta agora é para oficializar a documentação do rapaz. A história foi ao ar na Praça do Povo, do Balanço Geral, nesta sexta-feira (16).
Tudo começou em Itamaraju, na Bahia, quando mãe de Carlos percebeu uma diferença entre ele e as outras filhas, desde a primeira troca de fraldas. Durante a infância dele, a mãe chegou a procurar respostas na medicina, mas segundo ela, os médicos insistiam em dizer que Carlos era menina.
Aos 14 anos de idade, Carlos deixou o estado da Bahia e veio para o Espírito Santo, onde passou a morar com uma irmã. Aqui no estado, a família voltou a procurar um médico, que constatou que ele possuía um micropênis entre os lábios vaginais e que o sistema reprodutor de Carlos é todo masculino. Desde então, teve início a luta para que ele seja reconhecido, oficialmente, como Carlos Eduardo.
Após a descoberta, o rapaz passou a usar roupas masculinas e gosta de ser reconhecido pelo nome que escolheu. A falta de documentos masculinos se tornou uma dificuldade para Carlos Eduardo conseguir um emprego fixo. Desde fevereiro deste ano, a Defensoria Pública do Espírito Santo entrou com uma ação judicial para as devidas alterações nos documentos do jovem.
No mês de junho, a Justiça julgou precedente o pedido da Defensoria Pública. Por meio de nota, o órgão informou que aguarda o fim dos trâmites legais, para que os novos documentos sejam expedidos pelo cartório de Itamaraju, na Bahia.