JULGAMENTO DO CASO MILENA GOTTARDI

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Caso Milena Gottardi: defesa de Hilário vai recorrer de condenação

O juiz determinou a perda do cargo público para Hilário, que também foi condenado a 30 anos de prisão

Foto: TV Vitória

O advogado do ex-policial civil Hilário Frasson, Leonardo Gagno, afirmou que vai recorrer da condenação do réu, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da ex-esposa, a médica Milena Gottardi. Hilário foi condenado a 30 anos de prisão.

Segundo a defesa, o resultado do julgamento já era esperado, mas os recursos serão analisados para dar continuidade ao processo.

"Nós vamos fazer o recurso de apelação criminal. Vamos discutir o julgamento contrário à prova dos autos. Vamos discutir o volume de pena que foi aplicado e algumas questões específicas. Todos serão discutidos em um recurso apropriado", afirmou.

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Gagno relatou que a estratégia usada pela defesa era diferente da que estava sendo preparada, mas que todo o trabalho foi realizado, segundo ele, da melhor forma possível.

"Terminamos esse julgamento com a consciência tranquila de que nós trabalhamos muito para defender o Hilário e para tentar provar que as provas não eram suficientes para indicar autoria dele", disse.

Hilário foi denunciado pelo Ministério Público

A sentença foi proferida na noite desta segunda-feira (30) pelo juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória, que presidiu o júri dos seis acusados de envolvimento no crime.

Hilário foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) como um dos mandantes do assassinato de Milena Gottardi. Ela foi morta a tiros no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória, no momento em que seguia para o carro para voltar para casa.

De acordo com o juiz, o ex-policial civil foi o principal responsável pelo crime. Além disso, segundo o magistrado, era um agente da lei e, dessa forma, deveria combater o crime e não praticá-lo.

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Marcos Pereira Sanches destacou ainda que o acusado era influente entre pessoas poderosas e fazia "negociações espúrias". Disse ainda que Hilário possui "personalidade desajustada, sem compaixão com a vida da sua própria esposa e mãe de suas próprias filhas".

"São consequências incalculáveis para as filhas que ficaram sem mãe, além da dor intensa da própria mãe da vítima. Acrescento também a conduta do acusado: além de deixar as filhas sem mãe, destruiu nelas a sua própria figura de pai", completou o magistrado.

Além disso, o juiz determinou a perda do cargo público para Hilário — ele já havia sido expulso da Polícia Civil no ano passado. Também decidiu pela perda definitiva da guarda das filhas, que atualmente estão com o irmão de Milena, Douglas Gottardi Tonini.

O magistrado ainda estipulou uma multa de R$ 700 mil de indenização coletiva para a família de Milena Gottardi. A multa vale para todos os seis réus julgados e condenados.

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Pena de cada réu acusado de envolvimento no assassinato de Milena Gottardi

Todos os seis réus acusados de envolvimento no assassinato da médica Milena Gottardi foram condenados na noite de segunda-feira (30). A sentença foi lida pelo juiz Marcos Pereira Sanches, titular da 1ª Vara Criminal de Vitória. A pena foi estabelecida após o júri popular considerar o réus culpados.

Executor confesso do assassinato de Milena, Dionathas Alves Vieira foi condenado, inicialmente, a 28 anos e oito meses de prisão. No entanto, no entendimento do juiz, Dionathas confessou o crime e colaborou com a Justiça para a elucidação do crime. Por causa disso, sua pena foi reduzida em dez anos, passando para 18 anos e oito meses.

Bruno Broetto, acusado de ter fornecido a moto para Dionathas cometer o crime, teve a culpabilidade reconhecida e foi condenado a 10 anos e cinco dias de reclusão. Segundo o juiz, o acusado sabia que a moto seria utilizada para um crime e entregou uma motocicleta irregular ao outro réu.

Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, acusados de intermediar o crime, foram condenado a 26 anos e 10 meses de reclusão, cada um. Segundo o magistrado, Valcir foi o principal intermediário e participou de todas as tratativas do crime, além de ter contato com o executor do crime antes, durante e depois. Por fraude processual, foi condenado também a 10 meses de reclusão.

Já os dois denunciados como mandantes do assassinato de Milena — o ex-marido da vítima, Hilário Frasson, e o pai dele, Esperidião Frasson — foram condenados a 30 anos de prisão, cada um.

Arte/Folha Vitória
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