Geral

Taleban toma capital Cabul após 20 anos e presidente deixa país para evitar "banho de sangue"

Em meio a pânico da população e fechamento de embaixadas da Europa e retirada de tropas americanas, Ashraf Ghani diz que sua fuga é para proteger o cidadãos que ficam de um massacre do grupo extremista

Foto: Reprodução/Facebook
Ashraf Ghani, presidente do Afeganistão, deixa o país com a tomada da capital, Cabul, pelas forças extremistas do Taleban

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, justificou a decisão de deixar o país, neste domingo (15), após o Taleban chegar à capital Cabul. Em publicação no Facebook, o político explicou que quis evitar um “banho de sangue”, à medida que o grupo avança pela nação em meio à retirada das tropas americanas. Segundo Ghani, os extremistas pretendem atacar a população local e, se o governo decidisse continuar lutando, o resultado seria um “desastre humano” na cidade de 6 milhões habitantes. “O Taleban conseguiu me expulsar e vai atacar todos de Cabul”, ressaltou.

O presidente afirmou que foi forçado a fazer “uma escolha difícil” e acrescentou que, embora tenha conquistado o poder por armas, o Taleban não tem “legitimidade”. “É necessário que Taleban garanta a segurança de todas as pessoas, nações, diferentes setores, irmãs e mulheres do Afeganistão para ganhar a legitimidade e o coração das pessoas”, ressaltou.

A fuga de Ghani acontece no dia em que o grupo fundamentalista chegou a Cabul. O presidente americano, Joe Biden, enviou mais mil soldados à região para assegurar a evacuação da Embaixada dos Estados Unidos no país. Outras potencias ocidentais, entre elas o Reino Unido, também estão reduzindo a presença na nação.