Pais, alunos e funcionários fazem momento de oração em frente à escola invadida, em Vitória
O grupo se reuniu na frente da Escola Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, local que foi invadido por um jovem de 18 anos na sexta-feira (19)
Alunos, pais, professores e demais funcionários da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, em Vitória, se reuniram na entrada do local na manhã deste domingo (21) para um momento de fé e oração.
Na última sexta-feira (19), a unidade de ensino foi palco de momentos de medo e tensão após um jovem de 18 anos invadir a escola portando arco e flechas. O rapaz também carregava uma mochila com facas, três bestas, munições, bombas de fabricação caseira e coquetel molotov.
Além do pânico na hora do ocorrido, após toda a situação, ficou o trauma dos alunos. A pequena Maria Eduarda, de 10 anos, esteve frente a frente com o jovem que invadiu a escola. Segundo a menina, o ex-aluno chegou a disparar, mas o arco e flecha falhou.
"Todo mundo gritou na hora que ele entrou. Foi um desespero total. Na hora, eu não consegui correr, fui andando o mais rápido que eu pude. Eu achei que era uma brincadeira, igual aqueles teatros, mas quando ele tentou arremessar eu percebi que não era teatro", contou a menina que disse estar com medo até de ir ao banheiro sozinha.
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Também na porta da escola, durante o momento de oração, a mãe da Maria Eduarda falou sobre o trauma da filha e disse que chegou a buscar ajuda psicológica para a garota.
"Graças a Deus ela está bem hoje, na parte física, só que a parte emocional tanto dela, quanto de todos os outros alunos está muito abalada. Eles não estão bem, eles precisam de atendimento psicológico e eles não quere voltar para a escola", disse a enfermeira Fabricia Morais.
A Rayka, de 11 anos, também esteve na escola na hora da invasão. Agora, a menina diz estar aliviada pelo fato do agressor estar longe.
"Ele estava subindo a rampa e caiu uma flecha na minha frente. Eu pensei que era de brinquedo e depois o 5º ano começou a gritar e eu fiquei com medo e entrei na sala. Eu falei com a professora e ela saiu na hora", contou.
A invasão
Segundo informações da PMV, o suspeito, identificado como Henrique Lira Trad, de 18 anos, tentou invadir a escola pelo portão e teve acesso negado pelo porteiro. O rapaz tentou forçar o portão a abrir, mas teve as tentativas frustradas pelo profissional na portaria.
Depois disso, o mesmo escalou a grade externa da escola, que dá acesso a um corredor de serviços. Após esse corredor, ele conseguiu acessar as dependências da unidade de ensino.
Desse portão, que dá acesso ao pátio, ele foi visto por servidores, que então foram se esconder. A Secretaria de Educação já fez uma vistoria técnica na unidade de ensino e, neste fim de semana, fará a instalação de uma concertina no portão do corredor de serviços.
Jovem disse que queria matar 7 pessoas e ser morto pela PM
Ainda na sexta-feira, após ser capturado pela polícia, o jovem contou que tinha a intenção de matar 7 pessoas e, em seguida, provocar um confronto com policiais, que acabariam tirando a vida dele.
Segundo a polícia, Henrique teria completado o último ano letivo na instituição no ano de 2019.
Durante abordagem na escola, ele afirmou que havia um cúmplice ao lado de fora, munido com bombas, circulando pela região. Já em depoimento, disse que esta afirmação era falsa.
A polícia também informou que essa mesma escola já tinha recebido avisos com ameaças de ataques, que, até então, não tinham se concretizado.
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Rapaz foi levado para hospital psiquiátrico
O jovem que invadiu a Escola Municipal de Ensino Fundamental Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, passou por audiência de custódia no último sábado (20) e foi levado para o Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), em Cariacica. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).
Na manhã de sábado (20), o invasor foi encaminhado para a audiência de custódia. O processo do jovem está sob segredo, de acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
De acordo com a Polícia Civil, Henrique foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, com impossibilidade de defesa da vítima e contra menor de 14 anos.
* Com informações do repórter Roger Nunes, da TV Vitória/Record TV.