Geral

Jovem com deficiência passa na Ufes, mas não consegue estudar à distância

Devido às fortes dores, Keanu Martins de Souza, de 18 anos, não consegue frequentar as aulas presenciais

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução TV Vitória

Empatia, garra e perseverança são apenas algumas das palavras que resumem o jovem Keanu Martins de Souza, de 18 anos. Ele, que venceu o câncer e não se deixou abalar nem mesmo pelas fortes dores causadas por uma doença severa, conquistou o 1º lugar na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Natural de Guarapari, Keanu é um garoto bravo, forte e exemplar. Aos nove meses de nascido, ele foi diagnosticado com câncer e precisou ser operado. A doença voltou quando ele tinha 4 anos e com o apoio da família, o menino foi à luta e venceu mais uma etapa.

Mesmo com as sequelas de uma escoliose severa, ele mostra que os 17 parafusos na coluna não o impedem de sonhar.

Foto: Reprodução TV Vitória

Mas como nem tudo são flores, após a alegria em conquistar uma vaga na universidade, veio outra batalha, as aulas à distância devido à saúde frágil.

Por causa das dores crônicas, Keanu não consegue frequentar as aulas presenciais todos os dias.

"Infelizmente, ele não consegue ir todos os dias. No início ele chegou a fazer as aulas lá, só que ficou difícil para ele. As pessoas verem ele com esse rosto, mas ele está cheio de dor. Nós procuramos a coordenadora do curso, tivemos até uma reunião com ela, só que infelizmente eles falam que no edital não tinha EAD. Eu concordo com ela, só que infelizmente, por motivo de saúde, não podem dar uma chance para ele estudar de casa", explicou a mãe do jovem, Daiana de Souza Reis.

Keanu teve que trancar o curso e ele faz um apelo para que consiga estudar à distância. 

"As matérias estão na internet, mas eles questionam que eu preciso ter 75% de presença mesmo realizando as atividades. Eu fui nas primeiras semanas de aula, mesmo com dor. Eu fazia as atividades, a professora elogiava meu desempenho nas atividades e depois de um tempo eu não consegui mais ir e eles falaram que eu era obrigado a trancar porque não tinha como eu fazer a distância. Isso é falta de empatia", contou o estudante.

"Ninguém vai parar o meu filho"

Daiana lembra que durante a infância, em virtude do quadro debilitado de saúde, Keanu precisou ser alfabetizado no leito do hospital.

Para ela, esse é apenas mais uma das provações que serão vencidas pelo filho, nem que ele precise começar o curso novamente.

"Ninguém vai conseguir parar o meu filho. Porque quem cuida dele é um Deus que permite ele estar vivo até hoje. Infelizmente eles pensam que ele vai parar, desistir, tem dias que ficamos tristes e angustiados, mas eu tenho fé que até o fim do ano nós vamos mudar o quadro, e que ele vai conseguir, nem que seja reiniciar o curso dele."

O que diz Ufes?

Em nota, a Ufes informou que Keanu vem sendo acompanhado pelo Núcleo de Acessibilidade. 

A instituição também informou que ele está matriculado para o segundo semestre letivo de 2023 e a universidade vai entrar com solicitação de regime de exercício domiciliar junto ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

Com informações de Fernando Fully, da TV Vitória/Record TV.