Em Vitória, na orla de Camburi, já é usual para quem passa a noite ver o famoso encontro de crianças e jovens para soltar pipa, principalmente às terças-feiras. Mas a prática tem preocupado moradores e quem frequenta a região, principalmente pelo uso de cerol ou “linha chilena”.
Por conta disso, a Prefeitura de Vitória realizou uma ação na última terça-feira (8), com o propósito de evitar acidentes e conscientizar. Foram apreendidos linhas chilenas e cerol.
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Uma equipe de fiscais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), agentes da Guarda Municipal de Vitória, Polícia Militar e servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Vitória abordaram quem passava pelo calçadão para dar orientações. Ações como essas vêm sendo realizadas desde o ano passado.
No Espírito Santo, a fabricação e comercialização de cerol e da linha chilena são proibidas desde 2005. De acordo com a comandante da Guarda Municipal de Vitória, Dayse Barbosa Mattos, preservar vidas é a prioridade da ação.
“O cerol ou a linha chilena faz com que a linha tenha o corte semelhante ao de uma lâmina. Isso pode causar lesões graves e até a morte se entrar em contato com o corpo. A brincadeira de empinar pipas é saudável, mas deve seguir as normas e o bom senso”, reforçou.
Vale lembrar que, na Capital, a Lei nº 8.670 “proíbe o uso de cerol ou de qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas, de papagaios, de pandorgas e de semelhantes artefatos lúdicos, para recreação ou com finalidade publicitária”.
O que são?
– Cerol é qualquer produto originado da mistura de cola e vidro e/ou outro produto abrasivo.
– Linha chilena é a mistura de madeira com óxido de alumínio, silício e quartzo moído ou outros produtos.*Essas combinações deixam a linha extremamente cortante e podem causar acidentes graves.
Acidentes graves são registrados
Acidentes envolvendo cerol e linha chilena têm sido cada vez mais registrados na Grande Vitória. Desde junho, só em Vila Velha, foram pelo menos três casos com cerol.
No início de junho, o motociclista José Cordeiro de Lima Neto, de 47 anos, teve o pescoço cortado após ser atingido por uma linha com cerol, em Ilha dos Ayres. Ele é soldador, mas também faz serviços como motoboy. A vítima ficou alguns dias sem falar, mas voltou a se comunicar depois de uma traqueostomia.
Testemunhas contaram que, depois de ferido, o homem ainda chegou a percorrer cerca de 150 metros sem perceber o que havia acontecido. Um motorista, que estava atrás dele, percebeu o acidente e prestou os primeiros socorros.
Já no começo deste mês de agosto, outros dois acidentes. Um homem teve o pescoço cortado na Avenida Carlos Lindenberg por uma linha de pipa cortante.
Dias depois, no último domingo, dia 6, o retrovisor do carro de um motorista foi cortado por uma linha chilena enquanto passava pela mesma avenida.
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