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O que? Mulher é estuprada, se defende de homem, mas é multada; entenda caso

Vítima de assédio foi ao tribunal após processo do crime ser aberto para análise dos tipos de violência que ela sofreu; entenda real história

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Uma mulher de 25 anos de idade recebeu uma multa por ter “excedido a necessidade de legítima defesa” ao lutar contra um homem que a estava atacando sexualmente.

Milica Živković compareceu ao tribunal de Kolašin, em Montenegro, inicialmente como vítima, mas acabou sendo punida por supostamente reagir excessivamente.

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De acordo com o Extra, a mulher montenegrina estava voltando para casa com um amigo após uma noite fora, quando percebeu que um homem estava os seguindo. Ele tentou se aproximar deles, mas ambos ignoraram suas investidas.

Os próximos eventos a fizeram temer por sua vida e a levaram a antecipar o pior, conforme relatado pela estudante universitária ao Metro.

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Hematoma em braço de Milica após o ataque sexual

"Ele agarrou o meu queixo. E então ele me agarrou pela minha parte íntima inferior. Defendendo-me, bati nele com o punho fechado e depois aberto, o que aprendi enquanto treinava kickboxing por quatro anos. Nesses momentos, você só consegue pensar no pior. Mas lutei o máximo que pude e é claro que o nocauteei", relatou Milica.

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Durante o julgamento, Milica recebeu uma multa de 85 euros (equivalente à cerca de R$ 460) por “exceder a necessidade de legítima defesa” e por “violar a ordem e a paz pública”, o que a deixou em uma situação de grande desconforto.

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Em contrapartida, o agressor de Milica, um cidadão turco conhecido apenas como UE, foi liberado da prisão mediante o pagamento de uma multa de apenas 300 euros (aproximadamente R$ 1.625 mil), conforme relato da Radio Free Europe (RFE).

Segundo o Extra, a penalização imposta a Milica atraiu críticas de diversas organizações de defesa dos direitos das mulheres em Montenegro.

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Milhares de pessoas, em maioria mulheres, foram às ruas em várias cidades em um protesto contra a violência sexual em todo o país dos Bálcãs, demonstrando solidariedade a Milica.

Dritan Abazović, o premier de Montenegro, classificou a decisão do tribunal como "devastadora" e, constrangido com a situação, entrou em contato com a mulher para expressar sua solidariedade.

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Dritan Abazović, premier de Montenegro, em mensagem a Milica: 'Você não está sozinha!'

"Lamento que tais exemplos confirmem o quanto precisamos de mudanças no Judiciário e no Ministério Público, mas Milica não teve medo, defendeu-se com bravura e calma do valentão, que acabou levando a melhor e foi espancado", disse o líder.

Conforme o Extra, Montenegro é um país nos Bálcãs com montanhas escarpadas, vilas medievais e uma estreita faixa de praias ao longo de seu litoral do Mar Adriático, com 620 mil habitantes.

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Foi parte da Iugoslávia até os anos 1990 e, depois, integrou o Estado de Sérvia e Montenegro, de 2003 a 2006, quando a proposta de independência venceu em plebiscito.

DEMISSÃO

Uma história intrigante surgiu envolvendo uma demissão e a inusitada ajuda da tecnologia. Imagine uma funcionária em home office cujo desempenho foi avaliado não por um chefe, mas por software de rastreamento de teclas do seu notebook de trabalho. O resultado? A perda do emprego.

Depois de trabalhar 18 anos na Insurance Australia Group (IAG), Suzie Cheikho viu a própria carreira chegar ao fim de uma forma surpreendente.

Ela foi demitida por "motivo válido de má conduta", segundo a IAG.

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O caso ganhou ainda mais atenção quando seu advogado recorreu da demissão, alegando injustiça. Contudo, um tribunal de apelações rejeitou o recurso.

A situação envolveu uma avaliação de desempenho de Suzie, que incluiu a análise detalhada da atividade do teclado ao longo de seus dias de trabalho remoto.

Segundo o Extra, a mulher era responsável por criar documentos de seguro e cumprir cronogramas regulatórios e monitorar "conformidade do trabalho em casa", entre outras funções importantes.

PODE ISSO?

A Comissão de Trabalho Justo (FWC, na sigla em inglês) afirmou que, entre outubro e dezembro, Suzie não cumpriu sua carga horária, começou tarde em vários dias, terminou cedo em outros e até mesmo teve dias de trabalho praticamente nulos.

De acordo com as conclusões da entidade, a mulher enfrentou uma série de problemas que levou à sua própria demissão no dia 20 de fevereiro de 2023.

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Ela falhou em cumprir prazos e comparecer a reuniões, frequentemente estava ausente e inacessível, além de não ter completado uma tarefa que resultou em multa para a IAG por parte do regulador do setor.

Antes disso, Suzie já havia recebido uma advertência formal em novembro de 2022 por conta da sua baixa produção. Foi então colocada em um plano para melhorar seu desempenho.

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Durante esse período, sua atividade cibernética foi minuciosamente analisada, segundo o Extra. A quantidade de vezes que ela pressionou as teclas do teclado em 49 dias úteis de outubro a dezembro foi examinada.

A avaliação revelou que Suzie não cumpriu suas horas de trabalho programadas em 44 dias, começou tarde em 47 dias, encerrou mais cedo em 29 dias e teve zero horas de trabalho em quatro dias.

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Mesmo nos dias em que ela estava online, sua "atividade de pressionamento de teclas" era muito baixa, registrando zero toques durante 117 horas em outubro, 143 horas em novembro e 60 horas em dezembro.

A média de apenas 54 toques por hora durante a análise de sua atividade indicou que Suzie não estava realizando suas tarefas conforme o necessário.

Em decorrência disso, segundo o Extra, ela foi demitida, o que desencadeou uma batalha legal que recentemente chegou ao fim com a decisão do tribunal de apelações.

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