Objeto misterioso aparece em frente à Pedra Azul e prefeitura determina retirada
A estrutura é uma torre de telefonia móvel 5G instalada pela empresa Vivo. Segundo a prefeitura, ainda não há alvará para execução da obra
Um objeto estranho chamou a atenção de moradores de Domingos Martins, na região Serrana do Espírito Santo. Em frente à Pedra Azul, um dos maiores cartões postais do Estado, havia no últimos dias uma estrutura metálica com folhas de palmeira. Ali se instalou uma interrogação geral, que demorou a ser sanada: do que se tratava aquele artefato?
Muitos se perguntavam sobre a origem da figura estranha, em formato de palmeira. Quem a colocou ali? Algum brincalhão no meio da noite, serviço secreto, alienígenas, talvez?
Mas, trata-se de uma torre de telefonia móvel 5G da companhia Vivo, instalada ali durante o fim de semana.
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Tudo começou quando o jornalista e fotógrafo Gabriel Lordêllo publicou um vídeo nas redes sociais, que mostrava a "torre-palmeira". Ele afirma que a publicação foi feita pra chamar atenção das autoridades para que retirassem o objeto do local.
"Eu já tinha visto a postagem de alguém relatando ter visto aquilo. Estive na Pedra Azul semana passada e avistei aquele objeto, fiquei curioso para saber como permitiram que fosse colocado ali. A Pedra é um patrimônio natural do Espírito Santo, imagino que exista algo para proteger o visual. Aquilo é um coqueiro falso que foi colocado ali", disse o fotógrafo.
A preocupação dele era de que mais torres como aquela fossem colocadas no local, impedindo que moradores e turistas pudessem visualizar e fotografar a Pedra Azul.
"Pode ser que comecem com uma, depois outra e se torne uma tendência e impeça que as pessoas possam ver a pedra. Há inclusive muitas moradias particulares que chegam até a Pedra, que não sei como ainda não foram desapropriadas. Aquilo deveria ser uma área de preservação", completou.
A reclamação de Lordêllo é a mesma de alguns moradores e turistas, que a torre influencie diretamente na paisagem, causando poluição visual e privando os visitantes da vista do cartão-postal.
Assista ao vídeo gravado pelo fotógrafo
Resolução do mistério
O mistério foi tanto que o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) precisou fazer uma visita ao local, que identificou a origem do objeto.
Segundo o Instituto, a instalação deste tipo de equipamento é de responsabilidade municipal e dispensa licenciamento ambiental.
"O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informa que o licenciamento da atividade de instalação de torres e estações de telecomunicações é de competência municipal e encontra-se na relação de atividades consideradas dispensadas de licenciamento ambiental", afirma a instituição por nota.
O que diz a Prefeitura de Domingos Martins
De acordo com a Prefeitura de Domingos Martins, a empresa de telefonia já pagou os impostos referentes à instalação do objeto, mas o projeto ainda se encontra em tramitação e não foi emitido o alvará de execução da obra.
Na mesma nota, a prefeitura relata que o objeto causou poluição visual e será retirado do local, e a empresa responsável será notificada a realizar a realocação. Confira o posicionamento na íntegra.
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"A Prefeitura apurou o fato noticiado e a Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano informou que o poste em questão é uma antena de internet 5G da operadora Vivo. Embora a empresa já tenha pago os impostos referentes à instalação do equipamento e o projeto esteja EM TRAMITAÇÃO, ainda não foi emitido o alvará para execução da obra.
Quanto à localização da antena, o Parque Estadual Pedra Azul afirmou que, de fato, há poluição visual no local, gerando grande prejuízo para o cenário moldado pela natureza. O equipamento não poderá permanecer onde está e a empresa responsável será notificada a realocar a antena para uma localidade adequada seguindo as orientações do IEMA.
Espero ter sanado as dúvidas trazidas pelo e me coloco à disposição para esclarecimentos futuros reiterando o compromisso da Prefeitura de Domingos Martins com a População."
A Vivo foi procurada pela reportagem do Folha Vitória para comentar a instalação. Em nota, a empresa explicou que a torre é de uma empresa terceirizada.
"A Vivo informa que a construção da torre mencionada pela reportagem é realizada por empresa terceira e que ainda não possui nenhum de seus equipamentos de transmissão em funcionamento no local."
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